Sexta-feira, 29 de julho de 2011 - 06h32
Na contramão do comportamento da intenção de consumo do País que, em julho, cresceu 2,2% a intenção de consumo das famílias de Porto Velho caiu -4,4% o que, segundo o presidente da Fecomércio/RO, Raniery Araújo Coelho, é um reflexo do alto grau de endividamento das famílias que estava cerca de 15% acima do nacional que freou um pouco as condições de consumo, principalmente, levando em conta o fato de que o custo do crédito com novos aumentos da taxa Selic implicam numa tendência de contração do consumo pelos consumidores. No mês de julho verificou-se uma queda em todos os componentes da intenção de consumo das famílias sendo o mais relevante o acesso ao crédito com uma piora de -5,6% seguido por uma queda do Nível de Consumo Atual de -5,3% com reflexos evidentes sobre as perspectivas da economia local.
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS- Porto Velho-
Julho de 2011
|
INDICE |
MAIO |
JUNHO |
JULHO |
VARIAÇÃO % |
|
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS |
131,4 |
139,6 |
133,4 |
- 4,4 |
|
Emprego Atual |
131,0 |
135,9 |
131,3 |
-3,4 |
|
Perspectiva Profissional |
131,6 |
135,9 |
129,5 |
-4,7 |
|
Renda Atual |
140,2 |
154,2 |
149,9 |
-2,8 |
|
Acesso à Credito |
131,4 |
139,0 |
131,1 |
-5,6 |
|
Nível de Consumo Atual |
97,0 |
114,5 |
108,4 |
-5,3 |
|
Perspectiva de Consumo |
159,4 |
162,2 |
154,7 |
-4,6 |
|
Momento para Duráveis |
129,4 |
135,9 |
128,5 |
-5,4 |
Fonte: CNC/Fecomércio-Pesquisa Direta
Emprego Atual
O Emprego Atual teve uma queda de -3,4% situando-se em 131,3 pontos o que coloca o nível de emprego da capital sendo 6% abaixo do nível nacional uma situação bastante incomum nos últimos tempos na economia de Porto Velho. Sem dúvida ainda é um reflexo de que, mesmo com a retomada da contratação depois da substancial dispensa dos trabalhadores das usinas, o mercado foi fortemente afetado com a conjunção das medidas adotadas pelo governo federal para conter o crédito. A tendência é que este indicador cresça ao longo do segundo semestre, porém, uma reação mais forte depende de fato de uma maior aceleração da economia brasileira que tem tido um comportamento quase estável em face da maior insegurança com respeito ao futuro que os brasileiros tem demonstrado e que se reflete no consumo.
O Nível de Consumo Atual
O Nível de Consumo Atual, com uma queda de -5,3% parece ter sido fortemente impactado pelo aumento e a maior dificuldade de acesso ao crédito e a piora das perspectivas futuras. No corte de renda de menos de dez salários mínimos ocorreu a piora mais significativa do acesso ao crédito o que, de imediato, se refletiu também numa queda maior do consumo atual com 27,2% afirmando que seu consumo está menor do que no passado bem acima dos 16,7% dos que possuem renda acima de 10 Salários Mínimos.
Acesso ao crédito tem piora acentuada
É justamente no acesso ao crédito numa situação em que as famílias se encontram endividadas e seu custo é cada vez mais alto é que o consumo encontra seu maior obstáculo. O impacto é visível no fato de que todos os componentes relacionados ao consumo corrente apresentam níveis abaixo do ano passado e, em função disto, e das pressões inflacionárias os níveis de consumo vem desacelerando ao longo do ano. Apesar disto o nível de consumo atual de Porto Velho com seus 108,4 pontos está 2,4% do nível de consumo nacional que é de 105,9 pontos.
Perspectiva Profissional e de Consumo
A correlação entre a menor perspectiva profissional e a queda do consumo fica bastante evidenciada quando se observa que a primeira caiu -4,7% e a segunda -4,6%. E novamente o corte de menor renda é o que apresenta em ambos os casos tendências a uma perspectiva mais negativa de futuro. Em parte também isto se explica por ser tanto o endividamento quanto o aumento da inflação variáveis muito mais impactantes nos setores de renda mais baixa, daí, a percepção no segmento de menos de dez salários mínimos existente para 30,1% que sua perspectiva profissional é pior, bem como a sensação de que o consumo será menor e o emprego menos seguro.
Momento para duráveis
A perspectiva menos otimista e a desaceleração do consumo se refletiram na percepção do Momento para Consumo de Duráveis que caiu de 135,9 pontos para 128, 5 pontos, portanto, uma queda de -5,4%, tornando, em Porto Velho, este indicador menor que os 130 pontos do indicador nacional. A queda de todos os componentes dos indicadores, em especial os relativos à consumo, indicam que, nos próximos dois meses, pelo menos, as famílias não se encontram dispostas a aumentar seu ritmo de gastos com evidente estabilidade ou mesmo alguma queda na aquisição de bens duráveis.
Sobre o ICF
Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, realizou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de Porto Velho (ICF-Rondônia) relativa ao mês de maio que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. Os resultados do ICF são avaliados sob dois ângulos. O primeiro é o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores. O índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo. O segundo ângulo é o da tendência do grau de satisfação e insatisfação, por meio das variações mensais do ICF total. O ICF é composto por sete itens. Quatro deles – emprego atual, renda atual, compra a prazo e nível de consumo atual - comparam a expectativa do consumidor em relação a igual período do ano passado. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os próximos seis meses, expectativas de consumo para os próximos três meses e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis. As informações são obtidas a partir de 500 questionários aplicados em Porto Velho.
Fonte: Sílvio Persivo
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