Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Economia - Nacional

Brasil cai duas posições em ranking de competitividade


Bruno Bocchini
Agência Brasil

São Paulo – O Brasil caiu duas posições este ano no Índice de Competitividade Mundial (World Competitiveness Yearbook), divulgado nesta quinta-feira (31) pelo International Institute for Management Development (IMD). O levantamento, publicado anualmente desde 1989, avalia as condições de competitividade de 59 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião feita com executivos. No Brasil, a pesquisa é coordenada pela Fundação Dom Cabral.

Entre os 59 países pesquisados, o Brasil caiu da 44ª, em 2011, para 46ª posição, em 2012. Em 2010, o país ocupava o 38º lugar. O ranking geral aponta, em ordem, Hong Kong, Estados Unidos, Suíça, Cingapura, Suécia e Canadá como as economias mais competitivas do mundo.

“Apesar dos pontos extremamente fortes da economia brasileira, como o dinamismo econômico e a força do mercado consumidor, fatores como frágil crescimento econômico do produto interno, a baixa produtividade de suas indústrias e as pressões inflacionárias acabaram por combalir, nos últimos anos, a competitividade nacional”, disse o professor da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados no Brasil, Carlos Arruda.

Em relação aos países da América Latina, o Brasil aparece no ranking atrás de Chile (28ª), México (37ª) e Peru (44ª). Entre os países de economia emergente, que compõem o Brics, o Brasil está à frente de Rússia (48ª) e África do Sul (50ª), mas atrás de Índia (35ª) e China (23ª).

“O Brasil precisa de reduzir o protecionismo, que é muito elevado. As tarifas alfandegárias são altas e o protecionismo está a minar a competitividade das empresas locais. As exportações de produtos com alto valor agregado não têm evolução nenhuma, as únicas exportações que aumentam são exportações de bens naturais”, disse o professor Professor de Finanças do IMD, Nuno Fernandes.

Fernandes destacou que, para ganhar competitividade, o país precisa elevar as exportações de produtos de grande valor agregado, aumentar os financiamentos das empresas via mercado de capitais, e não somente pelo setor bancário, e melhorar a infraestrutura tecnológica. A cultura empreendedora dos empresários brasileiros, segundo ele, também precisa ser alterada.

“Sobre a gestão empresarial, é necessário uma cultura de risco no Brasil. Os empresários têm uma cultura empreendedora não muito elevada. E a maior parte das empresas preferem ficar só no baixo risco, ligadas a empresas públicas e empresas do estado. É preciso uma cultura global, o gestor não pode ficar apenas refém dos serviços das empresas públicas e do mercado local”, disse Fernandes.

O levantamento mostra que o Brasil apresentou significativos avanços nos subitens emprego (ganho de cinco posições, ocupando o sexto lugar no ranking) e na infraestrutura (crescimento de seis posições, no 45º lugar no ranking). A eficiência dos negócios continua sendo, segundo o levantamento, o pilar de maior força e estabilidade competitiva do Brasil, ocupando o 27º lugar (ganho de duas posições).

“A Europa vai continuar a divergir durante os próximos anos e não crescerá como os outros mercados. Os mercados emergentes vão representar mais de 60% do crescimento durante a década atual. O Brasil tem de tentar aproveitar esse crescimento e integrar-se globalmente”, disse o professor do IMD.
 

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Programa Social: Novo Bolsa Família cumprirá teto de gastos, diz ministro da Cidadania

Programa Social: Novo Bolsa Família cumprirá teto de gastos, diz ministro da Cidadania

O programa social que pretende substituir o Bolsa Família terá o maior valor possível para o benefício dentro do teto de gastos, disse hoje (9) o mi

Banco do Brasil lança dois programas de desligamento incentivado

Banco do Brasil lança dois programas de desligamento incentivado

O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta segunda-feira (11) dois programas de desligamento incentivado. A expectativa é que a adesão chegue a 5 mil fun

Entre vinhos e lagostas Lewandowski instaura o caos + Não há empregos sem empresas

Entre vinhos e lagostas Lewandowski instaura o caos + Não há empregos sem empresas

Não há empregos sem empresasEm 1985, a inflação no Brasil atingiu o valor de 242,23%. Em 1986, com receio da aceleração descontrolada da inflação, o g

MEI: Quem terá direito ao vale de R$600 e como pedir? + COVID19 no Brasil: cuidados

MEI: Quem terá direito ao vale de R$600 e como pedir? + COVID19 no Brasil: cuidados

COVID19 no Brasil: cuidadosNa tentativa de conter a disseminação do novo Coronavírus (COVID19), diversos países do mundo reforçaram suas medidas de is

Gente de Opinião Quarta-feira, 24 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)