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Economia - Nacional

Análise: ´Novo´ Copom ajuda a derrubar os juros


Agência O Globo SÃO PAULO - A possibilidade de reformulação da diretoria do Banco Central (BC) logo após o Carnaval somou-se ontem ao vasto elenco de fatores que sugerem a necessidade de intensificação da queda da taxa Selic. As informações de que o presidente Lula, após preservar Henrique Meirelles na presidência do BC, irá escolher pessoalmente os novos diretores amplificaram ontem o movimento de baixa dos juros já descrito há oito pregões consecutivos do mercado futuro da BM e F. O contrato de maior liquidez, para a virada do ano, cedeu 0,04 ponto, para 12,09%. Nos últimos nove pregões, a taxa despencou de 12,38% para 12,09%. A curva futura de juros já começa a admitir a hipótese de a Selic voltar a ser cortada em 0,50 ponto na próxima reunião do Copom, dia 7 de março, depois de o Comitê ter diminuído a velocidade de baixa para 0,25 ponto no último encontro, realizado no dia 24 de janeiro. O mercado monetário avalia que o Copom poderá já estar essencialmente alterado na próxima reunião. Para os analistas, a intenção de Lula é expurgar do Comitê os diretores mais ortodoxos, adeptos do fundamentalismo monetarista. Um Copom integrado por economistas mais lights, cujo pensamento estaria em consonância com as diretrizes do PAC, reforça o cenário já amplamente propício a uma flexibilização monetária mais intensa. Os dados favoráveis ao aprofundamento dos cortes são: 1) Os indicadores não confirmam o principal temor do Copom: o surgimento de uma forte demanda. As vendas reais do comércio varejista recuaram 0,5% em dezembro ante novembro e subiram 5,7% contra igual mês do ano anterior, em linha com a mediana das expectativas de mercado. Foi o primeiro recuo das vendas do varejo após quatro meses consecutivos de alta. Com esse resultado, a média móvel de três meses da série com ajuste sazonal desacelerou fortemente de outubro (1,6%) para novembro (0,9%) e dezembro (0,1%), " revelando tendência de crescimento das vendas do comércio bem mais gradual do que parecia há poucos meses " , diz relatório do Credit Suisse. 2) A inflação corrente perde gás mais rapidamente do que se previa. Como os anteriores, o índice divulgado ontem surpreendeu positivamente. A segunda prévia do IGP-M subiu 0,13%, um tombo em relação ao mesmo período anterior, de 0,44%. A projeção de IPCA para 2007 do Boletim Focus deve confluir rapidamente da mediana de 3,97%, apurada semana passada, para a faixa entre 3,80% e 3,90% estimada pelas instituições maiores. 3) A conjuntura de ampla liquidez internacional, que conjuga empréstimos baratos nos grandes centros e aplicações atraentes na periferia, recebeu um estímulo adicional anteontem por meio do discurso entre neutro e otimista do presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke. 4) A política de intervenções cambiais do BC mostra-se malsucedida no aspecto de inibir apreciações adicionais do real. Em fevereiro, até o dia 14, as reservas internacionais cresceram US$ 4,81 bilhões, de US$ 91,086 bilhões para US$ 95,897 bilhões. Mas, no mesmo período, o dólar caiu 1,51%, de R$ 2,1240 para R$ 2,0920. O BC seca fluxo mas não age sobre as arbitragens. Após ter caído para até R$ 2,840 no início da tarde, o dólar fechou ontem com pequena valorização de 0,14%, cotado a R$ 2,0950. A alta foi conseqüência de um leilão mais efetivo de compra realizado às 15h30 pelo BC. Ele definiu taxa de corte no mesmo patamar do fechamento anterior, de R$ 2,0920 - sinal de que não admitiria queda ontem - , e aceitou nove propostas. Os analistas persistem com o consenso de que as compras do BC não conseguem inibir eficientemente o movimento declinante da moeda americana. Apenas o tornam mais lento. (Luiz Sérgio Guimarães | Valor Econômico)

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