Quarta-feira, 3 de dezembro de 2025 - 17h15

Em 5 de dezembro (sexta-feira), em
diálogo com a Ocupação Grande Othelo, última exposição do ano da
série Ocupação, que abre no Itaú Cultural em 6 de dezembro, a
plataforma de streaming gratuita do cinema brasileiro Itaú
Cultural Play estreia uma mostra em homenagem ao icônico artista, considerado
um dos maiores atores brasileiros. A seleção conta com sete longas-metragens de
diferentes épocas e gêneros, evidenciando o talento e a versatilidade de Grande
Othelo: do drama Rio, Zona Norte (1957), em que ele interpreta
um sambista brilhante que tenta viver de sua arte, à comédia Matar ou
correr (1954), filme que faz uma paródia do gênero western norte-americano
e traz Grande Othelo e Oscarito, dupla que se tornou um marco do cinema
nacional.
O público também poderá assistir a
títulos como Macunaíma (1969), um dos trabalhos mais célebres
de Grande Othelo, e Também somos irmãos (1949), reconhecido
como um precursor na discussão sobre o racismo no cinema brasileiro.
O acesso à Itaú Cultural Play é
gratuito, disponível em www.itauculturalplay.com.br,
nas smart TVs da Samsung, LG, Android TV e Apple TV, nos aplicativos para
dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. Você também pode encontrar
conteúdo da IC Play nas plataformas Claro TV+, SKY+ e Watch Brasil.
Entre o riso e o drama
Ao revisitar momentos
distintos do cinema brasileiro, os filmes da mostra evidenciam tanto a força
artística de Grande Othelo quanto a variedade de gêneros que marcaram sua
trajetória. Em Rio, Zona Norte (RJ, 1957), de Nelson Pereira
dos Santos, Grande Othelo vive Espírito, sambista que, ferido após cair nos
trilhos da Central do Brasil, revisita sua vida. Apesar de sua criatividade
inesgotável, ele é manipulado por um músico erudito e por um empresário que
rouba sambas para levá-los ao rádio. Enquanto tenta afirmar sua arte, Espírito
sobrevive de pequenos bicos. Considerada uma das grandes obras do cinema
brasileiro, Rio, Zona Norte combina realismo incomum para a
época e um retrato profundo da cultura dos morros cariocas — e Othelo se
destaca em uma de suas atuações mais memoráveis.
A verve cômica do ator ganha espaço
em Carnaval Atlântida (RJ, 1952), clássico assinado por José
Carlos Burle. Nessa comédia carnavalesca, regada a muito samba, mambo, jazz e
música romântica, Grande Othelo interpreta Miro, faxineiro atrapalhado de um
estúdio de cinema que tenta realizar uma adaptação do mito de Helena de Troia.
Junto a Piro, seu colega de trabalho, eles se envolvem em todo tipo de
confusão. Inventivo e popular, o longa-metragem marca uma das parcerias entre
Grande Othelo e o ator Oscarito (1906-1970), que interpreta o erudito Professor
Xenofontes, contratado pelo estúdio para ser consultor da adaptação.
Em Matar ou
correr (RJ, 1954), dirigido por Carlos Manga, Grande Othelo volta a
contracenar com Oscarito. Othelo e Oscarito interpretam, respectivamente, Cisco
Kada e Kid Bolha, vigaristas que chegam à cidade de City Down, dominada pelo
temido pistoleiro Jesse Gordon. Os dois acabam se envolvendo em um confronto
que derrota o bandido, o que faz com que Kid Bolha seja eleito pela população
xerife do local. Mas, tempos depois, Jesse Gordon escapa da prisão. Uma das
chanchadas mais célebres da companhia cinematográfica Atlântida, o filme faz
uma paródia divertida dos clichês do western norte-americano,
especialmente Matar ou Morrer (1952). A obra destaca a química
cômica entre Othelo e Oscarito, que consolidou a dupla como ícone do cinema
popular brasileiro.
A mostra da Itaú
Cultural Play também exibe Jubiabá (RJ, 1987), outro filme de
Nelson Pereira dos Santos com Grande Othelo. Nessa adaptação do romance
homônimo de Jorge Amado, ambientada na Salvador de 1930, conhecemos Antônio
Balduíno, ou Baldo, menino negro, pobre e órfão que passa a morar em uma casa
de burgueses quando a tia que cuidava dele adoece. Mais velho, ele começa a se
relacionar com a filha do dono da casa, Lindinalva. O afeto entre os dois se
prolonga por décadas, enquanto diferentes acontecimentos se sucedem: expulso da
casa, Baldo vira lutador e líder grevista. No filme, que escancara o racismo e
desigualdade social do Brasil, Grande Othelo interpreta Jubiabá, pai de santo,
líder comunitário e amigo de Baldo.
A seleção também conta com um dos
trabalhos mais conhecidos de Grande Othelo: Macunaíma (RJ,
1969), de Joaquim Pedro de Andrade. O filme transforma o clássico de Mário de
Andrade, o livro homônimo lançado em 1928, em uma comédia mordaz sobre o
"herói de nossa gente", que, ao mesmo tempo, é um “herói sem nenhum
caráter”. Nele, o protagonista, Macunaíma (vivido por Grande Othelo e Paulo
José), nascido na floresta, decide se aventurar pela cidade grande em busca da
muiraquitã, um amuleto perdido. Zombeteiro, Macunaíma foi criado como uma
alegoria do povo brasileiro.
Outro título do cineasta José Carlos
Burle com Grande Othelo que entra na mostra é o drama social Também
somos irmãos (RJ, 1949). A história acompanha um viúvo que adota
quatro crianças: Miro, papel de Grande Othelo, e Renato, que são negros, e
Marta e Hélio, que são brancos. Eles vivem em aparente harmonia até que,
com o tempo, o racismo começa a transbordar as relações familiares e sociais.
Outro clássico da Atlântida Cinematográfica, o longa-metragem é reconhecido
como um precursor na discussão sobre o racismo no cinema brasileiro e conta com
uma impressionante atuação dramática de Grande Othelo.
Por fim, a mostra exibe Lúcio
Flávio, o passageiro da agonia (RJ, 1977), obra que consolidou o
diretor Hector Babenco no cinema da América Latina e alcançou mais de 5 milhões
de espectadores, tornando-se um dos filmes mais assistidos da história do cinema
brasileiro. Baseado no romance de José Louzeiro (1932-2017), o thriller
relembra a trajetória de Lúcio Flávio (1944-1975), um criminoso que ficou
conhecido por revelar à imprensa um grande esquema de corrupção policial no Rio
de Janeiro, na década de 1970. No enredo, Grande Othelo assume o papel de
Dondinho, antigo morador do morro que conhece o protagonista desde menino.
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