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Artesãos contam experiências vividas antes da criação das feiras regionais de artesanato e reconhecem valorização


Artesã confecciona trabalhos que são exportados para fora do Brasil - Gente de Opinião
Artesã confecciona trabalhos que são exportados para fora do Brasil

 Antes da realização das Feiras Regional de Artesanato em Rondônia, os artesãos de Rondônia deixavam seus trabalhos expostos nas praças de Porto Velho. Os lugares que eles mais expuseram foram Praça Aluízio Ferreira, Getúlio Vargas e Marechal Rondon. Quem lembra é a artesã Marlene Rodrigues, uma das primeiras a expor em Porto Velho e nesse final de semana, ela e mais 60 artesãos vão expor seus trabalhos na feira em Vilhena e em mais quatro feiras que serão realizadas no municípios de Rondônia.

A artesã Maria de Nazaré, que é servidora pública, também passou pela fase de não possuir um local para expor seus produtos. “Trabalhei por conta própria sem ter como mostrar meu trabalho, depois de um tempo tivemos a Feira do Sol, no galpão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, mas agora com as feiras eu não perco oportunidade de mostrar meu trabalho”, ressalta Nazaré.

Nazaré está fazendo encomendas para Itália e França. Segundo a artesã, uma turista viu sua peça e quis levar para o exterior, hoje ela liga para Nazaré e pede por encomenda.

No interior de Rondônia, no município de Ouro Preto do Oeste, o artesão Genivaldo Ribeiro tem uma loja. Diferente das artesãs Nazaré e Marlene, Genivaldo possui um local para mostrar seu trabalho, mas ele conta que sem a participação nas feiras ele tira lucro entorno de mil reais por mês. “Depois que fiz o cadastro tive muitas melhoras, a gente pode participar das feiras, conhecer outros produtos”, aponta Genivaldo. De acordo com o artesão em cada feria realizada que ele participa, aprende uma técnica nova e o lucro que ele tira por mês em sua loja ele tira nos dias de feira.

Para fazer suas peças de artesanato, Genivaldo conta com o apoio do filho e da esposa. Eles ajudam Genilvaldo na construção de peças pequenas que não precisam de corte em máquinas. O artesão conta que seu trabalho é voltado ao aproveitamento da madeira.

“Eu trabalho com eucalipto e outras madeiras que a gente pode usar para o trabalho artesanal, eu não derrubo árvores. Eu vejo que antes do cadastro e das feiras de artesanato nosso trabalho não era reconhecido” diz Genivaldo.

O artesão possui uma deficiência na mão. Quando Genivaldo trabalha, sua mão incha e isso faz com que tenha que reduzir a produção. Mas segundo ele, a produção diária fica entorno de cinco a dez produtos. Genivaldo e sua família fazem objetos artesanais chamados de utilitários, que são de uso contínuo, como tábua de carne, copo para tereré, porta tempero e porta canecos. Conforme o artesão, essa área traz retorno financeiro para ele por produzir objeto de utilidade.

Segundo o levantamento realizado pela coordenadoria de artesanato, os artesãos começam a fazer esses trabalhos com ensinamentos atribuído da família ou por problemas de saúde. Com Genivaldo, ele passa os ensinamentos para seu filho. Diferente dele, Marlene começou a partir de uma doença.

Aposentada, Marlene ganha um salário mínimo. Ela começou a trabalhar com artesanato, no momento em que um médico recomendou que ela arranjasse alguma atividade para distrair; fazer artesanato, pintura. Marlene optou pela biojoia. No momento que em que começou a fazer as aulas, ela viu uma senhora trabalhando com cipó, então ela se interessou por essa área.

“Juntamos um grupo de mulheres e começamos a trabalhar com cipó Titica. Eu não tiro o cipó, eu compro. Ai eu descasco, abro e coloco o cipó de molho em soda cáustica. Eu teço uma bolsa em um dia, mas o processo de limpar o cipó é mais demorado”, explica Marlene. Em 2017, a artesã produziu dez cestos de palha em cinco dias para apresentação do presépio vivo da Igreja São Thiago Maior.

Dentro das categorias de artesanato, existe o artesanato sustentável. Uma das artesãs que pratica esse trabalho em Rondônia é a Nazaré. Servidora pública, ela faz artesanato no seu tempo livre. Maranhense e criada no estado do Pará, foi lá que Nazaré começou a trabalhar com crochê, até então ela fazia jogos de tapete. Quando veio para Porto Velho , a artesã começou a produzir os seus crochês com anéis de latinha. “Eu vi na televisão e percebi que eu dava conta de fazer aquele trabalho.”, lembra Nazaré.

Com os anéis de latinha Nazaré faz bolsas, copo para latinha de cerveja, e até mesmo aperfeiçoou os jogos de tapete com a sua principal matéria.

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Artesanato em madeira muda renda de família

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