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Gente de Opinião

Viviane Paes

...E tenhamos paz!


 

Deixei-me contaminar pelo estresse político nacional nos últimos dias... E quem não, certo?!

Quem conseguiria ficar imune a tanta negatividade provocada pela divisão do País; os favoráveis ao impeachment de Dilma, que queriam de brinde a prisão do ex-presidente Lula; os admiradores do juiz Sérgio Moro e os contrários a essa dita “elite de coxinhas” lutando pela permanência infinita do PT no poder, evitando um golpe do PMDB ou PSDB...

De que lado estou?! Estou do lado daqueles que votaram no Lula nas eleições de 2002. E quem votaria contra tudo o que ele representava?! O povo no poder pela primeira vez, um militante que de conduta ilibada, apesar de tentarem provar o contrário em outras eleições. Era a hora dele. Poucos duvidaram disso.

Aliás, quem ousou ir contra, como a atriz e eterna namoradinha do Brasil, Regina Duarte foi execrada. Ela apareceu em um vídeo na campanha do então candidato à presidência pelo PSDB, José Serra e afirmou: “Tenho medo do que ocorrerá com o Brasil se o Lula ganhar estas eleições. Teremos retrocesso na economia brasileira”.

O Mensalão estourou em fevereiro de 2005, mas era uma denúncia tão “pequena” naquele período que não arranhou nem de longe a imagem do ex-metalúrgico já condecorado como Doutor Honoris Causa. E, na reeleição de 2006, nova vitória do PT, entretanto foi bem diferente da primeira. Lula e Geraldo Alkmin (PSDB) foram para o segundo turno, e o petista foi reeleito com uma diferença perigosa até hoje negada veemente pelos companheiros. Foi o primeiro alerta da arrogância desmedida que começaria.

As pessoas já duvidavam de Lula. E quando começam as dúvidas, tudo muda... Ah... A Marina Silva deixou o partido e passou de “Estrela” – jargão de marketing para destacar um determinado produto responsável pela renda segura da empresa, para uma mulher desequilibrada, incoerente, um abacaxi... Nem precisa explicar esse outro jargão!

Então, mais ou menos assim: Esqueça a Marina Silva, referência brasileira em meio ambiente na política internacional! Ela não é mais uma companheira. O discurso dela na saída só reforçou o que eleitores sensatos e muitos companheiros ainda tinham dificuldade em aceitar: Lula e o PT havia se corrompido as tentações como todos os demais partidos no poder. O que não aceitavam ou compartilhavam esse novo momento saía por conta própria ou era expulso.

Também votei em Dilma, mesmo não tendo dúvidas do envolvimento do fundador do PT no esquema do Mensalão. E não me comovi durante sua luta contra o câncer, pois vi de perto muitos brasileiros passando fome, morrendo em hospitais sucateados de Norte a Sul do país!

Votei em Dilma pela mulher e profissional que aparentava ser. Especialista no setor elétrico e por sua “oculta” opção/condição homossexual.  A doméstica Verônica Maldonado alega ter vivido com Dilma por 15 anos e entrou na justiça reivindicando direitos maritais do período, onde deixou de trabalhar e estudar para acompanhar a companheira. O processo está em segredo de justiça. Confesso que herdei de minha avó paterna o coração solidário às causas dos oprimidos.

O que sei é que me arrependi de ter ajudado o PT a chegar tão longe – nossa! Quantos bilhões de reais foram enviados, nos últimos anos a título de “cooperação internacional” para países vizinhos ajudando a eleger líderes da Esquerda?! Estou arrependida, e é um direito meu de cidadã e eleitora! Não quero mais que este partido dito dos trabalhadores fique indefinitivamente na política brasileira. Mudança era a palavra das eleições de 2002 e é ela que milhares de brasileiros pedem hoje. Não é um golpe é um direito adquirido!

Não me sentirei culpada quando aquelas milhares de famílias dependentes do Bolsa Família perderem esse benefício; ou ficarei infeliz se houver mudanças no sistema de cotas para ingresso às universidades e estudantes despreparados não conseguirem mais o sonho de concluir um curso superior em uma Federal.

Eu sou filha de pedreiro e uma costureira e passei no vestibular da Universidade Federal de Rondônia sem auxílio de cotas, mesmo sendo negra, porque na minha época esse sistema felizmente não existia.  Quero o País da igualdade que prometeram. É o início da igualdade começa quando não destacamos ou segregamos as diferenças!

Principalmente, sonho em parar de testemunhar a arrogância de muitas indicações políticas recebendo salários irreais por um trabalho inexistente, onde não são obrigados a cumprir horário como os demais trabalhadores e ainda esnobam e abusam da situação privilegiada.  Peço muito?!

No final das contas com Dilma sem Dilma, com prisão ou não de Lula precisamos apenas de Paz, muita paz. Em cada canto do Brasil amigos, parentes e colegas de trabalho estão se digladiando por sentimentos políticos. Sério, como isto pode é possível. Tenhamos paz, afinal muitas outras nações, nesse momento, vivem terríveis guerras civis e não posso imaginar algo assim aqui... Jamais. Tenhamos paz e bom senso.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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