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Silvio Santos

SANTIAGO ROA - Stand Up no Debate Bar



Na próxima terça feira dia 30, os freqüentadores do Debate Bar (rua Pinheiro Machado), serão presenteados e em conseqüência, estarão atuando como avaliadores, do primeiro espetáculo humorístico no estilo Stand Up Comedy ou Comédia de Cara Limpa, apresentado por pretensos humoristas radicados em Porto Velho/RO. São eles: Ivan Duarte, Igor Saldanha e Santiago Roa. Esse negócio de stand up chegou a Porto Velho graças à visão dos empresários Fred Perillo e Domingues Júnior que criaram o Circuito do Humor, apresentando espetáculos com os grandes do stand up nacional, como Rafinha Bastos e Marco Luc do programa CQC entre outros.

Recentemente o Circuito do Humor apresentou o 1º Festandup da Amazônia, com a presença dos humoristas Maurício Meirelles, Bruno Motta e Mutilo Gun e abriu espaço para que os chamados “Prata da Casa”, abrissem o show que aconteceu no Peixe Beer.

Ao tomar conhecimento que Porto Velho já contava com um trio de humoristas no estilo stand up o proprietário do Debate Bar carinhosamente chamado de Carioca e até porque, os pioneiros do estilo em Porto Velho são freqüentadores da sua casa, desde quando funcionava em Ji Paraná, os convidou e eles acharam de aceitar, o desafio para se apresentar na próxima terça feira dia 30 a partir das 22 no Debate Bar no 1º espetáculo stand up com artistas radicados em Rondônia.

Como o Santiago é nosso colega de redação e de banda de boi bumbá, resolvemos convocá-lo para a entrevista que segue cujo objetivo, é informar nossos leitores, como vai acontecer o espetáculo no Debate Bar e como foi que ele descobriu que sabia enrolar os outros contando piada de cara limpa.

Antes das explicações do Santiago Roa, vamos colocar nossa pesquisa (via Internet) sobre o estilo Stand Up de contar piada.

Stand-up comedy é uma expressão em língua inglesa que indica um espetáculo de humor executado por apenas um comediante. O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand up'), sem acessórios, cenários, caracterização, personagem ou o recurso teatral da quarta parede, diferenciando o stand up de um monólogo tradicional. Também chamado de humor de cara limpa, termo usado por alguns comediantes.

Ainda há confusão na diferenciação do humorista stand up e de outros estilos, como o contador de piadas, o mónologo de humor, o "one man show", gênero semelhante, mas que permite outras abordagens (interpretação de personagens, músicas, cenas).

O humorista stand up não conta piadas conhecidas do público (anedotas). O texto é sempre original, normalmente construído a partir de observações do dia-a-dia e do cotidiano. Praticamente qualquer coisa pode ser usada como ingrediente na comédia stand-up. Muitos comediantes trabalham durante anos para lapidar 60 ou 70 minutos de material humorístico, que normalmente executam aos pedaços várias e várias vezes, aperfeiçoando lentamente cada piada com o passar do tempo. O estilo é considerado por muitos um dos gêneros mais difíceis de se executar e dominar, talvez porque o artista em cena esteja desarmado, despido de personagens, apresentando suas idéias à respeito das coisas do mundo, e ainda esteja à mercê da platéia: não raro deve-se ajustar rapidamente sua apresentação de acordo com o humor e gosto de uma platéia específica. Ainda, as habilidades necessárias pra ser um stand-up comedian são diversas. É freqüentemente necessário que se assuma de forma solitária os papéis de escritor, editor, artista, promotor, produtor, e técnico simultaneamente”.

Com vocês em emtrevista Stand Up o “ex paraguaio” Santiago Roa:
 

SANTIAGO ROA - Stand Up no Debate Bar  - Gente de Opinião


E N T R E V I S T A

Zk – Vamos falar sobre essa sua investida no stand up comedy?

Santiago
– Negocio seguinte, o Stand up é uma modalidade diferente de fazer humor. Quando se fala em humor a gente pensa em espetáculo com comediante. Temos a tradição de ver, Zé Modesto, Adamastor Pitaco e outros que são personagens caracterizados.

Zk - Nesse caso você quer dizer que os citados são os pioneiros no Brasil do estilo stand-up?

Santiago
– Não! Antigamente nos discos de vinil que meu pai tinha, podiamos apreciar e ouvir Chico Anisio, Jô Soares e José Vasconcelos que na minha concepção, são os três primeiros do stand up no Brasil.

Zk – Com o nome de stan up, começou quando?

Santiago
– No Brasil apesar dos ícones que citei acima, podemos dizer que começou mesmo com o Mansfild, Rafinha Batos e a turma do CQC, junto com outros talentos como Leo Lins, Luiz França, Fábio Porchat, que são os caras que escrevem humor para os comediantes fazerem as piadas em cima. O Zorra Total é escrito por muitos caras que estão no Stand Up.

Zk – E quem foi que chegou com você e disse: Santiago, por que você também não faz stand up?

Santiago
– Ao assistir espetáculos com os grandes do stand up nacional me fascinei pela idéia.

Zk – Quem convive com você no dia-a-dia como é o nosso caso na redação do Diário da Amazônia, conhece o seu potencial humoristico. De onde vem essa veia de “palhaço”?

Santiago
– Essa minha veia humoristica vem de berço. O pessoal da minha família sempre é muito animado, brinca bastante e eu não poderia ser diferente.

Zk – Como foi que aconteceu o convite para abrir do show do Festandup?

Santiago
– Na realidade o Fred Perillo me convidou para abrir o show do Fabio Porchat e eu amarelei. Acontece que stand up não é um show de piada, você não vai contar piada. Tem técnica para esse texto. Tem o momento do riso. São histórias que você conta com espaços muito curtos entre um e outro. Tem até livro pra isso. Tô lendo. Tô pesquisando. O texto que escrevi, para apresentar pela primeira vez no Peixe Beer, esquici a metade, mas a calma bateu e resumi em sete minutos e quarenta num tempo de cinco minutos.

Zk – E a apresentação nesta terça feira dia 30 no Debate Bar?

Santiago
– Então, o Carioca proprietário de Debate achou de nos convidar eu o Ivan Duarte e o Igor Saldanha para uma apresentação. Esse show vai acontecer nesta terça feira. Não tem nome do grupo definido, já veio por exemplo sugestão de “Descendo a Madeira Stand Up”.

Zk – Você falou que está lendo livros que ensinam a técnica do stand up. Quem já escreveu sobre o assunto:

Santiago
– Existem muitos livros extrangeiros, mas, o primeiro livro em português que a gente tem aqui é; “Notas de um comediante stand up” do Léo Lins. Segundo Danilo Gentille o Léo Lins é o melhor texto do Brasil. No humor não basta o cara ser engraçadinho, ter um repertório de piadas. Ele tem que escrever, ter uma aproximação regional com os lugares onde se apresenta.

Zk – No seu caso?

Santiago
– Apelei para o regionalismo, brinquei com as coisas locais. Agora, tem que tomar cuidado para não desagradar classes, Mas, é claro, por mais que uma classe esteja sofrendo o desagrado da piada, se a maioria ri está valendo.

Zk – Fala sobre os humoristas que vão dividir o palco do Debate Bar com você nesta terça feira?

Santiago
– Igor Saldanha, não é do ramo da comunicação, mas é criativo, twiteiro, internauta e é muito engraçado, muito refinado e inteligente. Ivan Duarte é recreador. É o mais experiente dos três, Já fez mais de cinco shows, tem um texto de aproximadamente uma hora, é uma figura inteligentíssima e vai levar mais um novato que é o Allan que trabalha junto com ele. O espaço está aberto. O Debate vai funcionar como uma espécie de laboratório, quem quiser se testar, é só chegar e subir no palco desavergonhadamente.

Zk – Qual a diferença entre um show de piada e o stand up?

Santiago
– A piada pode ser longa. Gera uma expectativa, gera uma expectativa praquele final, você ouviu essa piada, beleza, vai embora. Se conta uma piada de papagaio com certeza alguém vai lembrar que já ouviou essa piada, assim como piada de padre, de judeu de loira. Já o stan up não, você pega coisa do dia-a-dia, por exemplo: Hoje está chovendo em Porto Velho então posso fazer uma piada de Bueiro. Posso fazer uma piada brincando com a semelhança do prefeito e o pai do Cascão da turma da Mônica. A diferença é que, quando você vai pro stand up você vê sempre um texto novo, uma coisa diferente e se identifica com o humor daquele momento.

Zk - Por exemplo?

Santiago
– O Leo Lins quando veio pra cá entrou numa, dizendo que ficou imporessionado com os ônibus de Porto Velho, que eles cumprimentam você: “Via Sete” boa noite! “Centro” boa noite! “Via Ulisses” sinto muito! O Murilo Gun fez um texto sobre os bairros de Porto Velho. Esse texto é dele ninguém pega. Existe um código de ética entre os “standapeiros”.

Zk – Existe uma regra a ser seguida?

Santiago
– Não! Você tem um texto padrão que você adapta. Recebi o convite para abrir um stand up no Acre com o Circuito do Humor. Estou estudando o Acre. No Acre o pessoal dá risada se você brincar com Rondônia, aqui o pessoal dá risada se você brincar com o Acre.

Zk – Tem alguma piada pronta dentro desse tema?

Santiago
– Já vira piada se eu chegar declarando amor ao Acre dizendo que por questão de falta de gasolina fiquei em Rondônia.

Zk – O Santiago já contava piada?

Santiago
– Primeira situação, eu era gordo e por isso era o mais engraçado da sala, o cara mais simpático, amigo de todo mundo. Fiz a cirurgia (para emagrecer), pensei que ia ficar mal humorado. Confesso que fiquei um pouco ranzinza mas, é a idade também. Porém, a minha produção melhou muito com a diminuiçaõ de peso. Agora consigo trabalhar por bem mais tempo, consigo ficar com o espaço mais produtivo. Antes guentava trabalhar 5/6 horas apenas, eram mais de 150 quilos. Hoje acordo seis e meia da manhã, toca projeto, dou aula, toco numa banda a noite, trabalho no jornal, trabalho na televisão e o stand up é uma coisa que vai mexer uma vez o outra no mês e se der certo, por que não viver disso?

Zk – Você veio de onde pra cá?

Santiago
– Nasci no Paraná, fui criado em Mato Grosso. Comecei minha carreira imitando vozes no recreio da escola. Fiz voz na rádio Cultura – AM de Cuiaba, onde minha missão era ler o horóscopo, cada signo com um personagem. Tenho 58 vozes catalogadas. Virei locutor de FM em Cuaiba.

Zk – Em quais rádios?

Santiago
– Trabalhei na Cuiabana, Radio Cidade e Tansamérica. Quando me formei em jornalismo queria sair do mundo jovem. Acontece que apresentava programa de video clip, bom dia galera e clip mania, inclusive o cara que me descobriu, hoje mora em Porto Velho é o Levy que é editor de televisão. Queria trabalhar em jornlismo sério e o esporte me fascinou. O Otaviano Costa me convidou para trabalhar na MTV de Cuiaba. Montamos uma banda, assinamos com gravadora e fui morar em São Paulo. As coisas não deram certo. Voltei pro Mato Grosso como assessor de imprensa, reporter da rede CNT, Queria ir embora pro minterior, inicialmente para Sanhtarém no Para para trabalhar no SGC de lá – Sistema Guarani de Comunicação.

Zk – E veio parar no SGC de Rondônia. Como?

Santiago
– O Sistema Gurgacz de Comunicação daqui me chamou porque minha esposa trabalhava em Ji Paraná e o Demomi me convidou. Em 2002 vim trabalhar no grupo pela primeira vez. Hoje estou no SGC e feliz por estar em Rondônia.

Zk – E o músico?

Santiago
– Comecei tocando em baile com 12 anos de idade. Já em Cuiabá toquei em banda de roque. Toquei no Piqui Ruído, fui para a banda Piqui Atômico onde gravamos dois CDs. O contra baixo comecei a tocar porque nao conseguia fazer a pestana no violão. Certa vez o guitarrista da banda cortou a mão e tinha um guitarrista de São Paulo rudiando a cidade, aí o Remi falou assim: Santiago, Júnior no caso: Essa noite, ou você faz guitarra ou o cara entra. Peguei as pestanas em meia hora. A pressção fe a ocasião. Aprendi tocar violão também, mas a paixão é o contra baixo e como todo baixista é um baterista frustrado, sempre gostei de brincar na batria também.

Zk – E a Semaforo 89?

Santiago
– Fui assistir um show da banda e falei: Cara é o som que gostaria de fazer, é o som dos anos 80 – Você toca? – Arranho o contra baixo e então fui dar canja. Canja normalmente são três músicas eu toquei dez. Numa quarta feira, conversando com o Daniel Duarte filho do Ocampo, ele me falou sobre o projeto solo e ficou por isso mesmo. Acontece que na quinta feira, ele me liga e diz: Nosso baixista saiu, encara tocar sexta feira? Falei, meu Deus do céu, começamos a anotar o repertório e deu 60 músicas e eu disse, é agora ou nunca. Aceito! Estou toda sexta feira no Informal. Vamos aos sábado para o Sadinhas Pub. Sábado dia 10 vamos tocar no aniversário de Guajará Mirim.

Zk – Para encerrar. E o Santiago do Boi Bumbá?

Santiago
– Pois é! Sou apaixonado pela música latino americana. Sou filho de paraguiao, catarinense, crescemos ouvindo Mercede Sosa, Violeta Parra, nós desligavamos a TV para ouvir música. Então peguei gosto pelas músicas lanino americas e andinas principalmente,. Aí conversando com o Silvio Santos ele me deu a oportunidade de conhecer o movimento musical ligado aos bois-bumbás. Já no primeiro ano de Porto Velho fui tocar na Banda do Boi Corre Camnpo a melhor entre todas as bandas de toada de boi. Inclusive tenho a informação que outro boi tá querendo meu passe. Quero declarar aqui, minha paixão ao Corre Campo e não ao Diamante Negro como foi publicado na coluna do Zekatraca aquele mentiroso.

Zk – E o show de terça feira é de graça?

Santiago
– Primeiro, o pessoal que vai lá é cobaia, então não vai ter nem cobrança de couvert. Vai ser uma noite entre amigos. Você que acabou de ler essa entrevista, é meu convidado especial. O show deve começar depois das dez horas da noite. Te espero lá. 

Fonte: Sílvio Santos

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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