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Gente de Opinião

Silvio Santos

PAULO PEDREIRO


O Zorobabel da atualidade ou apenas Profeta

Numa tarde de setembro de 1998, recebemos na redação do Diário da Amazônia a visita de um cidadão, que após alguns minutos de conversa, achamos que era meio fora do "prumo", estávamos em plena semana de aniversário dos cinco anos do Diário, aquele cidadão meio estranho, trazia embaixo do braço um quadro cuja pintura ele nos disse que era o "Batismo" de Jesus. Nosso chargista e artista plástico João Zoghbi se interessou pelo trabalho do cidadão que logo ficamos sabendo ser conhecido como Paulo Pedreiro. "Meu nome ficou preso na justiça dos homens". A maneira como o Paulo se expressava e o mistério que fazia e faz do seu verdadeiro nome, despertou nossa curiosidade, mas ainda a curiosidade do Zoghbi que fez questão de ir até a casa do Pedreiro com o intuito de conhecer seu trabalho artístico e quem sabe, selecionara uma de suas telas para a exposição da "Semana de Arte do Diário". Depois desse primeiro contato, Paulo Pedreiro ficou freguês da nossa redação, de vez em quando, quando menos esperávamos lá estava ele com uma nova tela ou quadro, como ele prefere chamar seus trabalhos, o interessante, é que todos os seus quadros dizem respeito a uma passagem das Escrituras Sagradas, assim, ao longo desses quase dez anos, publicamos "O Batismo"; "Promessa de Livramento"; "Prumo" e tantos outros que no momento me falha a memória. O último trabalho do Paulo Pedreiro que publicamos, foi "Armagedon". Aliás, essa tela, ele nos presenteou. Durante esse tempo todo, jamais procuramos saber detalhes da vida do Paulo até porque, a presença dele nos transmite uma paz inexplicável. Quando ele chega com sua simplicidade, com seu jeito calmo de se expressar, parece que o mundo vive em paz, que não existe tanta violência e olha que segundo suas próprias declarações ele é fugitivo da justiça dos homens. "Pratiquei um crime hediondo, tráfico de droga e fugi". Apesar de sempre estarmos publicando sua foto aqui no Diário fato que acontece desde 1998, jamais o Paulo Foi incomodando. "Hoje represento a justiça de Deus, sou a Raiz". Como vínhamos dizendo, jamais nos importamos em saber detalhes da vida do Paulo, fato que só agora procuramos saber, e como não somos egoístas, vamos dividir tudo com os nossos leitores, com o consentimento, é claro do Paulo Pedreiro o Zorobabel ou apenas Profeta para os moradores do bairro Mariana na zona Leste de Porto Velho.

PAULO PEDREIRO - Gente de Opinião

E N T R E V I S T A

Zk – Qual a origem do nome Paulo Pedreiro?

Paulo – A origem desse nome é simbólica à edificação.

Zk – E o seu nome de batismo como é?

Paulo – Meu nome ficou preso na justiça dos homens, para se cumprir o que está escrito "Muito me agastei entregando a minha herança nas tuas mãos".

Zk – E aí surgiu o Paulo Pedreiro?

Paulo – O Paulo Pedreiro surgiu com o Salmo 18. "Fui tomado pela mão, porque o Senhor se indignou, ele entregou a herança nas mãos deles e se indignou com o que eles fizeram com sua herança". Então o Senhor me tomou daquele lugar e me trouxe para um lugar espaçoso e aí nasceu o Paulo Pedreiro.

Zk – Como foi que você sentiu que sua vida tinha que mudar, inclusive adotando um novo nome?

Paulo – Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é provada, um escudo para os que nele confiam. Esse é meu escudo a minha confiança em Deus, o nascimento de Paulo Pedreiro. Já que a justiça dos homens ficou retendo a herança de Deus o meu nome, porque eu transgredi a Lei e aí eu fui tirado fora. Agora o Senhor manifesta a justiça.

Zk – Por falar em justiça dos homens, você cumpriu pena?

Paulo – Cumpri pena, paguei, tava pagando ainda quando transgredi novamente e novamente peguei cadeia por crime hediondo.

Zk – Qual o crime hediondo que você cometeu?

Paulo – Fui preso por tráfico e então fugi na confiança do Salmo 18. "Com meu Deus saltei uma muralha, contigo entrei pelo meio de um esquadrão". Os caminhos de Deus são perfeitos.

Zk – Certa vez você me disse, que mesmo sendo procurado pela justiça dos homens e estando em lugar conhecido, eles não o viam ou se viam não o reconheciam. Qual a explicação para isso?

Paulo – Na realidade, para essa obra você está morto. Eu morri pra ela, há um rumor que o esposo dela morreu e num só dia vem sobre ela, o filho dele em termo de filho que é a mulher que representa a justiça dos homens. Não existe promessa de livramento se não houver uma perseguição. Então, houve a perseguição da lei e houve uma promessa de livramento. "Agora Jacó não será envergonhado, nem se descorará sua face, Eu te multiplicarei em Jacó".

Zk – Desde quando você tem essas visões?

Paulo – Essas visões tenho desde criança. Perturbadas no começo, depois eu já via alguma coisa, mas nada sabia, era como um bruto. Depois, quando a perseguição da justiça foi ficando mais forte, houve mais necessidade deu buscar a Deus, porque eu não tinha ninguém, não tinha advogado, não tinha ninguém para me defender. Perguntei a Deus sobre a justiça, se era essa mesma a justiça que eu tinha que ser submetido, porque eu estava contra ela, estava fugindo dela.

Zk – Qual a resposta que você obteve?

Paulo – Deus mostrou pra mim a justiça pelo prumo. A justiça pelo prumo é a parte que toca a salvação dos gentios, fazendo essa justiça, Deus fez a justiça pela graça e não pela lei. Eu não tenho obra, essa é a obra da graça. Eu sou salvo pela obra, sem arrependimento, isto é, pelo trono da graça. Se manifestando a justiça, existe a forte fé porque eu não sou nada, qualquer um pode chegar e acabar comigo, mas eu tô firme na raiz, por isso não fui cortado até agora.

Zk – Nós estamos divulgando o seu trabalho desde 1998, são quase dez anos, lembro que o primeiro trabalho que você nos trouxe foi o quadro do batismo e depois você nos contou que alguma coisa aconteceu, o que foi?

Paulo – O que eu quero explicar também, é que logo depois eu recebi o poder da Unção. Acontece que no jornal eu publiquei depois do Batismo o quadro Poder do Livramento que pela lógica vem depois do poder da Unção. Acontece que dentro do poder da Unção houve a Promessa de Livramento, porque é Cristo quem se manifesta, aí o meu eu já não existe, foi eliminado, agora é Cristo que está se manifestando nessa obra, fazendo a obra Dele na minha vida, aí eu sou a justiça de Deus diante dos homens "E será aquele homem se manifestando nessa obra, fazendo a obra Dele na minha vida, para muitos e ele será chamado, Senhor justiça nossa".

Zk – Fale sobre a história de Zorobabel. Quem é Zorobabel?

Paulo – Zorobabel tem como testemunho sete olhos do Senhor. Então os sete olhos do Senhor se alegraram quando viram o Prumo na mão de Zorobabel e o Senhor me mostrou. Na visão, ele mostrava olha o Prumo aí, olha o Prumo aí. O Prumo é o símbolo da retidão, não é a aparência deles em toda terra, as duas mulheres que estavam falando, uma é que representa a justiça e que vem sobre ela a viuvez e a perda de um filho e a outra que se veste de branco representa a religião, que está embriagada com o sangue dos santos e dos profetas que é a mãe da igreja.

Zk – Observo que em seus quadros, você procura retratar os ensinamentos do Velho Testamento, mas em nossa conversa de hoje você está falando também sobre as coisas de Jesus Cristo cuja obra faz parte do Novo Testamento. Qual a diferença entre Novo e Velho Testamento?

Paulo – As Escrituras estão escritas no Velho Testamento, à linhagem. No Novo Testamento elas se cumprem com a vinda de Cristo, os apóstolos manifestam suas idéias e o Vaticano faz o seu conceito.

Zk – Você se diz enviado de Deus. Então diz pra gente qual a sua missão aqui na terra?

Paulo – A primeira coisa é não participar com eles em nenhuma atividade social. Nessa obra de Deus você corre o risco. O Senhor levanta o Zorobabel para ter uma contenda, com os montes e com os outeiros que são os "cabeças" do mundo. É como se fosse o Pastor segundo o coração de Deus, ele não recolhe a ferida e nem ampara a desgarrada, somente come a carne das ovelhas gordas do rebanho. Os segredos de Deus foram descobertos e seu lugar oculto profanado e eles dizem, "agora seja profanada e veja o desejo dos nossos olhos, cumprindo em Sião". Eles não sabem o pensamento do Senhor, não conhecem seus intentos, porque os ajuntou como eira, para que tenham o mesmo intento contra Sião. "Levanta-te Sião e trilha, porque eu te darei chifres que são de ferro e unhas que são de bronze para esmiuçares todas as nações".

Zk – Nas tuas visões, como você vê o mundo atual. Tá mais pro lado do mal ou mais pro lado do bem?

Paulo – Deus vê segundo o coração de cada um. Aquele que pratica a injustiça continuará praticando cada vez mais e aquele que se purifica, que busca a Deus continuará buscando cada vez mais. O povo do mar que volta agora também é segundo a ciência e o conhecimento de Deus. Esse povo é um povo rebelde, é o povo dos bairros, das vilas das favelas é uma festa que o Senhor dá agora e os convidados não foram ungidos. Por isso é que esse povo que vem do mar agora, é um povo que vem forçado, esse povo vem trazido como se fosse..."estando dois moendo, um será tomado".

Zk – Como você analisa o surgimento de tantas igrejas, tantas religiões?

Paulo – Isso se cumpre o que está escrito. "Os reinos que se dividem por causa do meu nome". Eles não estão divididos pelo mal, estão divididos pelo nome de Deus. Cada um tem um conceito, uma doutrina. Se não houvesse o conhecimento o juízo, seria eu também levado por toda sorte de doutrina, como disse Jesus, "Quem me convence do pecado", isto é, quem comeu o pão do homem?

Zk – E o que fazer para chegar nesse estágio perante o Senhor?

Paulo – Entra no teu quarto, fecha tua porta, teu Pai te vê e publicamente te abençoará. Jesus diz, "Em verdade e em Espírito adorarás o Pai". Aí se manifesta a justiça, então vem o esclarecimento, você começa a perceber que é o Racional Superior.

Zk – O que é o Racional Superior?

Paulo - É apenas a presença de Deus, está escrito também, "Nós adoramos o que sabemos". É o saber que vem de Deus. Daí eu ser só, aparentemente eu não congrego, para que também se cumpra tudo que está escrito, "E naquele dia não haverá quem fique sozinho nas suas convocações, cada um dará conta de si mesmo, daí vem à confusão que Deus colocou pra eles, "Cada um dará a mão a seu irmão e cada um levantará a mão contra o seu próximo"".

Zk – Se a gente fosse classificar essa tua maneira de ver as coisas de Deus. Qual a religião que mais se aproximaria?

Paulo – Não! Habitaria eu um templo feito por mãos de homens. O céu é o meu trono e a terra o cabelo dos meus pés. O mundo está cheio de doutrina. O que se busca agora é a presença de Deus. Você e seu Deus, não é você participando com muitas atividades. Não adianta uma religião dividida em várias classes sociais. O que Deus quer é igualdade, porque Deus julga igual todos os homens.

Zk – Vamos falar do seu lado artista plástico. Como surgiu a pintura em sua vida?

Paulo – Surgiu de uma forma misteriosa. Ganhei umas tintas e fui preso pela primeira vez, depois que saí da cadeia, muito abalado, olhei praquelas tintas e comecei a fazer umas pinturas com a mão mesmo, fiz um quadro, depois fiz outro, fiz outros, me ensinaram o solvente da tinta os pincéis, fiz uma coleção de pinturas e fui preso novamente, aí surgiu a promotora na minha vida.

Zk – Que promotora?

Paulo – Foi a senhora Ceiça, promotora de justiça que começou a me ajudar, aí teve um evento em 1998 que foi o Terceiro Encontro de Promotores de Defesa da Ecologia e a Promotora Ceiça me usou como exemplo mostrando minhas pinturas e conseguiu vender todas. Eu continuei cumprindo a pena em Goiás Velho, sempre pintando, fui transferido pro Casarão o presídio oficial de Goiás e continuava pintando, voltei de novo para onde eu estava e aí começa minha vida no Salmo 18.

Zk – E Porto Velho?

Paulo – Pois é. Terminei vindo pra cá. Minha mãe arrumou pra eu vir pra cá, isso foi em 1994 no ano mesmo que fugi.

Zk – Vem cá, você ainda é fugitivo da justiça?

Paulo – Não! Aí houve a Promessa de Livramento. Agora sou o Fruto da Raiz o Fruto da Justiça. Aí se cumpriu o que está escrito, "Misericórdia, liberdade se encontra, justiça e paz te dei"

Zk – O que você faz para sobreviver?

Paulo – Trabalho de pedreiro, trabalho de caseiro, "Pobre dos que dominam minha alma desprezada"

Zk – Se alguém quiser ouvir seus ensinamentos vai encontrá-lo aonde. Tem algum problema com a justiça dos homens publicar seu endereço?

Paulo – Não tem nenhum problema, até porque como já disse sou fruto da Promessa de Livramento.

Zk – Então vamos ao seu endereço?

Paulo – Moro na rua Itatiaia no bairro Mariana número 9754, esquina com a rua Bueiro celular n° 9221-2174

Fonte: [email protected]

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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