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Silvio Santos

Mistura Fina se despede do ano velho hoje à tarde


Mistura Fina se despede do ano velho hoje à tarde - Gente de Opinião Mistura Fina se despede do ano velho hoje à tarde - Gente de Opinião

  
O tradicional bloco “Mistura Fina” desfile na tarde/noite de hoje pelas ruas do centro comercial de Porto Velho dando adeus ao ano que termina e boas vindas ao ano que começa amanhã. Há 27 anos o Mistura Fina cumpre esse ritual. Inicialmente o Bloco saia de uma Vila de apartamentos localizada a rua Guanabara entre a D. Pedro II e a Carlos Gomes sendo seus integrantes, os trabalhadores graduados da empresa encarregada da construção da Usina Hidrelétrica de Samuel. Com o término da construção seus idealizadores, pediram aos carnavalescos de Porto Velho que se reuniam no bar do Cassemiro que não deixasse o bloco morrer. O artista plástico Ariel Argobe atual presidente da Federação das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas de Rondônia – Fesec resolveu contar a história do bloco.


Em tempo de final de ano, nada mais coerente do que se fazer a retrospectiva dos acontecimentos do ano que está chegando ao fim.

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Sendo assim:

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Vamos enumerar alguns acontecimentos do segmento cultural que marcaram o ano de 2010.

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O ano começou com a notícia que tirou o subsídios das escolas de samba e blocos carnavalescos, em virtude da lei eleitoral.

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Depois veio a discussão sobre o local onde seria montado o Arraial Flor do Maracujá.

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Muito bem resolvida pelo secretário Jucélis que levou o Arraial para o espaço da empresa Sabenauto.

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Resolvido o local do espaço, o problema passou a ser o repasse dos subsídios para os grupos folclóricos. Que ameaçaram através da Federon não se apresentar caso o governo não liberasse os recursos.

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Entrou em cena a primeira dama dona Marli Caúla e garantiu entrar na briga, conseguindo junto às empresas que estão construindo as Usinas do Madeira a colaborar com os grupos folclóricos.

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Acontece que outra empresa, também depositou certa quantia só que pela Lei Rouanet e até hoje a Federon não conseguiu liberar a grana porque p-ara se mexer na cona pela Lei Rouanet o deposito tem que ser no mínimo de 20% coisa que não aconteceu.

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Resultado, os grupos folclóricos estão devendo até o cabelo da “venta”.

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Nas artes plásticas o grande acontecimento foi a Exposição da Mad Margot. “Isso é um verdadeiro Salão de Artes”, disse a artista Rita Queiroz elogiando o trabalho da Margot.

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O Festival de Teatro de Rua promovido pelo terceiro ano pelo grupo O Imaginário do nosso amigo Chicão Santos mais uma vez foi o grande destaque das artes cênicas.

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O FestCine Amazônia mais uma vez foi coroado de êxito ainda mais ao trazer a grande artista Zezé Mota.

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E a Itinerância que levou o cinema a todos os distritos de Porto Velho.

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Nessa área que se destacou também foi o Festival Curta Amazônia realizado pela primeira vez e que alcançou grande repercussão na mídia.

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Agora o grande lance da Cultura em 2009 foi a implantação dos Pontos de Cultura no estado de Rondônia.

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Foi a grande sacada do governador Ivo Cassol com o secretário Jucélis da Secel.

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Hoje temos 30 Pontos de Cultura dos quais apenas um não disse até agora ao que veio. Os demais cumpriram com o que determina as normas do MinC e da Coordenação dos Pontos de Cultura em Rondônia.

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Na música tivemos o espetáculo Gente da Mesma Floresta Eliakin Rufino (Roraima), Graça Gomes (Acre), Zè Miguel (Amapá), Bado (Rondonia), Nilson Chaves (Pará) E Célio Cruz (Amazonas).

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A versão municipal do Projeto Também bombou em 2010.

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Depois o grande espetáculo musical foi o Duo Pirarublue com Sandro Bacelar e Gioconda, cantando Noel Rosa.

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O CD do ano foi o Buquê de Natal do Zezinho Maranhão-

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Jória Lima emplacou a peça Album de Família e “Filhas da Mata” do O Imaginário que rodou o Brasil pelo Palco Giratório do Sesc.

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Enfim! 2.010 pode ser considerado um ano razoável culturalmente falando.

 

Mistura Fina se despede do ano velho hoje à tarde - Gente de Opinião


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Em nome do amigo Leonildo Bezerra que trouxe essa lembrança de Recife (foto), desejo a todos os leitores, Um SUPER ANO NOVO.
 


Mistura Fina – História e tradição

Por: Argobe, Ariel (*)


Neste 31 de dezembro de 2010, último dia do ano, mais uma vez assistiremos, serpenteando pelas ruas centrais da cidade de Porto Velho, um dos mais tradicionais e reverenciados exemplares do patrimônio cultural imaterial da urbe tupiniquim: o popular bloco de sujos Mistura Fina, uma sociedade carnavalesca que traduz a alma da comunidade do Bairro Nossa Senhora das Graças e da população de Porto Velho, como eternos súditos do Rei Momo.

Em artigo sob o título “Despedida: Mistura Fina – Adeus ao Ano de 2009”, publicado no final daquele ano, no Caderno de Cultura do Jornal Diário da Amazônia, Coluna do Zékatraca, matéria assinada por Sílvio Santos, nos informa o colunista sobre as origens do bloco: “A brincadeira começou durante a construção da Usina Hidrelétrica de Samuel quando vários técnicos contratados para trabalhar em sua montagem vieram do Rio de Janeiro e alguns, inclusive, eram integrantes e diretores de escolas de samba daquela cidade como era o caso dos idealizadores do Bloco Edinho diretor de harmonia da Império Serrano e José Leôncio compositor consagrado de samba de terreiro e partido alto, entre outros menos votados”.

E, no mesmo artigo, continua Sílvio Santos: “O Bloco nasceu numa Vila localizada a rua Guanabara entre a D. Pedro II e Carlos Gomes no bairro São Cristóvão. Por vários anos o bloco se apresentava da seguinte maneira: As mulheres se vestiam de homem e os homens se vestiam de mulher e lambuzavam o rosto de maizena. O itinerário era o seguinte: Guanabara, Carlos Gomes, Joaquim Nabuco até o bar do Casemiro onde se encontravam com os sambistas de Porto Velho, Bainha, Silvio, Manelão, Oscar, Baba, Zé Baixinho e muitos outros. No bar do Casemiro geralmente a turma recebia os brincantes do Mistura Fina com uma super carneirada. Após alguns minutos e o reabastecimento das energias o bloco seguia agora com a participação dos carnavalescos de Porto Velho, pela Almirante Barroso, Mal. Deodoro, Carlos Gomes, Presidente Dutra, Sete de Setembro, Joaquim Nabuco até o bar do Casemiro onde o pessoal de Porto Velho ficava e os cariocas seguiam até a Guanabara”.

O Bloco de Sujos Mistura Fina, constituído por fieis foliões seguidores de folguedos tradicionais, preserva e ostenta como uma de suas características importante e histórica, um conjunto de brincadeiras próprias do carnaval de outras épocas, hoje só visto em nosso Estado durante as apresentações deste bloco. Trata-se, pois, de elementos plásticos que outrora, esteticamente, definiam antigos cordões da festa de Momo, então conhecidos por entrudos, um formato de folgança carnavalesca que chegou ao Brasil através de nossos irmãos portugueses.

Sobre as peculiaridades do entrudo, o artigo “Por que não vou ao Baile Municipal, de Máscaras”, do Grupo Cidade, Cultura e Inclusão, publicado na mídia eletrônica local no ano de 2007, nos esclarece: “No noroeste da Península Ibérica e no norte de Portugal, ainda na Idade Média, costumava-se comemorar o período carnavalesco com brincadeiras diversas. Em algumas delas, havia, inclusive, grandes bonecos. No Brasil, essa forma de brincar — que consistia num folguedo alegre, mas tido como violento — já pode ser notada nos primórdios da colonização, persistindo, com o nome de entrudo, até as primeiras décadas do século XX.

E, de alguma forma, chegou até nos influências deste estilo de cordão carnavalesco irreverente, popular e autêntico, como podemos observar no Bloco Mistura Fina, que guarda resquícios plásticos do entrudo. O Cordão Carnavalesco Mistura Fina é, em sua definição estética, um sagrado-profano templo guardião da memória e da história da identidade cultural das terras de karipunas e karitianas. Um legítimo exemplar da festa momesca que, por sua plástica e história, se insere no rol de importante peça patrimonial, do campo imaterial, da cidade de Porto Velho e de sua gente.

Perpetuar este bem cultural depende apenas de sua alegria, empolgação e participação, como milhares de portovelhenses fazem todos os anos, no dia 31 de dezembro, horas antes da virada: seguir este popular cortejo de Momo e aderir as suas brincadeiras, sem reservas. ADEUS ANO VELHO! FELIZ ANO NOVO!

(*) O autor é artista plástico, carnavalesco e Presidente da Federação das Escolas de Samba e Entidades Carnavalescas do Estado de Rondônia – FESEC

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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