Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Silvio Santos

HISTÓRIA DO CARNAVAL EM PORTO VELHO


HISTÓRIA DO CARNAVAL EM PORTO VELHO - Gente de Opinião 

Apesar da grande animação nos bailes carnavalescos desses clubes, nosso carnaval de rua só passou a “pegar fogo” de verdade a partir de 1950


Por Silvio M. Santos
 

Nos clubes entravam só a “alta”
 

Hoje o Zekatraca conta um pouco sobre os memoráveis bailes no Ypiranga, Bancravé e companhia da folia


Como dissemos, os corsos dominaram os desfiles carnavalescos em Porto Velho até o inicio dos anos 50. Porém, os clubes existentes à época mantinham seus blocos com o intuito de animar os bailes carnavalescos. Esses bailes começam a ser realizados a partir do mês de outubro quando os clubes promoviam os famosos “Grito de Carnaval”. Vale salientar que os grandes cordões carnavalescos pertenciam aos clubes Internacional, Noroeste e Ypiranga. O Noroeste era dirigido pelo seu Elias Gorayeb e era frequentado pelas famílias dos seringalistas e comerciantes mais abastados. O Ypiranga tinha como

HISTÓRIA DO CARNAVAL EM PORTO VELHO - Gente de Opinião
Baile de Carnaval no Clube Internacional
Porto Velho em 1939

sócios os chamados “Categas” funcionários públicos que exerciam cargos de confiança, na Madeira-Mamoré, na prefeitura e depois no governo do Território Federal do Guaporé. O Clube Internacional funcionava como se fosse o Clube Oficial da cidade, já que reunia o alto escalão dos funcionários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Contam os mais antigos, que em determinada época ou quando Aluizio Pinheiro Ferreira assumiu a direção da Estrada de Ferro e depois como primeiro governador do Território Federal do Guaporé, os bailes no Internacional só começavam quando ele chegava.

O Clube Internacional fechou suas portas na segunda metade dos anos 1950. Era um casarão de madeira que ficava a Rua Sete de Setembro, justamente onde hoje se encontra a sede do Ferroviário Atlético Clube. Seu bloco carnavalesco só brincava na sede, quer dizer, não participava dos desfiles pelas ruas da cidade, nem mesmo em corsos.

O Ypiranga que existe desde 1917 sempre se destacou nos desfiles carnavalescos colocando seus blocos, agora a grande pedida no inicio da nossa Porto Velho era o Bloco do Noroeste.

Apesar da grande animação nos bailes carnavalescos desses clubes, nosso carnaval de rua só passou a “pegar fogo” de verdade a partir de 1950, quando os clubes sociais passaram realmente a dominar o carnaval de rua com os desfiles dos seus blocos.

Os blocos da Presidente Dutra

Gente de OpiniãoQuando me entendi como gente, já em meados da década de cinquenta, os desfiles aconteciam na rua Presidente Dutra entre a D. Pedro II e a 7 de Setembro. O interessante, era que os blocos desciam a Presidente Dutra passando pela frente do Porto Velho Hotel (hrje Unir Centro), se apresentavam para as autoridades e jurados em frente ao palanque, geralmente instalado na Rua Henrique Dias entre o prédio do Banco do Brasil (hoje Sesc) e a Pensão do Napoleão, ao lado da Associação Comercial. Depois de se apresentarem para os jurados e autoridades, os blocos seguiam até a Praça Rondon e dobravam a esquerda na Sete de Setembro e depois, já sem tocar (a maioria), subiam a José de Alencar até a D. Pedro II e retornavam pela Presidente Dutra desfilando novamente para o público, jurados e autoridades.

Os blocos eram formados por sócios dos chamados clubes sociais, cujos mais famosos eram: Ypiranga (o clube dos categas); Danúbio Azul Bailante Clube; Guaporé; Imperial e depois veio o Bancrévea Clube (dos Bancários do Banco da Borracha).

Sem que nada determinasse, esses blocos se identificavam por categoria social e cada categoria disputava entre si. Por exemplo: o Bloco do Ypiranga disputava com o Bloco do Bancrévea; o Bloco do Danúbio com o do Guaporé e Imperial. Se o Bloco do Clube Guaporé ganhassem do Bloco do Danúbio e do Imperial, pronto, a festa estava feita, não interessava se havia perdido para Bancrévea ou Ypiranga.

Na realidade, a disputa mais esperada era a dos blocos dos clubes Ypiranga e Bancrévea, principalmente quando os dois passaram a ser comandados pela Professora Marize Castiel Bloco do Ypiranga e a empresária Neire Azevedo Bloco do Bancrévea.

Nessa época desfilavam os chamados blocos de originalidade, "Rei da Selva" do Valdemar Cachorro que disputava com o Bloco do Inácio Campos, além do famoso Bloco da Cobra e os blocos de sujo e foliões do “Bloco do eu Sozinho".

Os blocos de clubes sociais dominaram o carnaval de Rua de Porto Velho até meados da década de sessenta, quando perdem a hegemonia para as escolas de samba Diplomatas e Pobres do Caiari.
 

Siga o Gentedeopinião no Gente de Opinião



 Fonte: Sílvio Santos - [email protected]  
 
Gentedeopinião   /  AMAZÔNIAS   /  RondôniaINCA   /   OpiniaoTV
 Energia & Meio Ambiente   /   YouTube  / Turismo   /  Imagens da História


 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Lenha na Fogueira com o filme "O Pecado de Paula" e os Editais da Lei Aldir Blanc

Lenha na Fogueira com o filme "O Pecado de Paula" e os Editais da Lei Aldir Blanc

A Fundação Cultural do Estado de Rondônia (Funcer), realiza neste sábado (16), o ensaio para a gravação do filme em linguagem teatral "O Pecado de Pau

Lenha na Fogueira com o Museu Casa Rondon e a eleição da nova diretoria da FESEC

Lenha na Fogueira com o Museu Casa Rondon e a eleição da nova diretoria da FESEC

Entrega da obra do Museu Casa Rondon, em Vilhena.  A finalidade do Museu é proporcionar e desenvolver o interesse dos moradores pela rica história

Lenha na Fogueira com o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças

Lenha na Fogueira com o Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças

Hoje os católicos celebram o Dia de Nossa Senhora Aparecida a padroeira do Brasil. Em Porto Velho as celebrações vão acontecer no Santuário de Apareci

Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho

Jorgiley – Porquinho o comunicador que faz a diferença no rádio de Porto Velho

Tenho uma maneira própria de medir a audiência de um programa de rádio. É o seguinte: quando o programa ecoa na rua por onde você está passando, dando

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)