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Gente de Opinião

Silvio Santos

Começa o maior arraial Folclórico de Rondônia - Flor do Maracujá



A XXVIII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás reúne em dez dias mais de 30 grupos
Com a apresentação da Quadrilha da 3ª Idade do Sesc, será aberta às 19h30 de hoje a XXVIII Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás – Arraial Flor do Maracujá. O grupo d quadrilha mirim “Matutinhos da Princesa” se apresenta entre às 20h30 e 21h15.  A abertura oficial da festa acontece às 21h30 com o desfile de representantes de todos os grupos folclóricos filiados a Federon. “Cada grupo de quadrilha vai apresentar pelo menos cinco pares vestidos com a indumentária que será usada em sua apresentação no Flor do Maracujá deste ano”, informa o presidente da Federon Fernando Rocha. Quanto aos grupos de bois-bumbás, vão apresentar personagens como cunhã poranga, rainha do folclore, porta estandarte, catirina, pai francisco entre outros. “Para o desfile dos grupos folclóricos e os discursos de praxe, vamos disponibilizar uma hora e quarenta e cinco minutos”, afirma o coordenador Luiz Gouveia.
A programação prossegue após a abertura oficial com a apresentação dos grupos, Quadrilha adulta “Flor do Palheiral” do município d Candeias do Jamari que vai se apresentar pela primeira concorrendo ao título de campeã no Flor do Maracujá.
A partir da meia noite a banda “Agitu’s” passa a animar o público amante do forró tocando até às 2h da madrugada.
 
 
 

Breve história
 
A professora Nazaré Figueiredo da Silva nos forneceu vasto material sobre a história do Flor do Maracujá, infelizmente por falta de espaço não vamos poder reproduzir o documento completo, porém selecionamos alguns trechos que achamos de maior importância para os pesquisadores e os leitores que gostas de colecionar coisas sobra nossa história.
A I Mostra foi realizada no período de 24 a 27 de Junho de 1982, na quadra coberta da Escola Rio Branco, através da Divisão de Desenvolvimento Cultural, gerenciada nesse ano, pelo Professor Gutemberg Vasconcelos e equipe de trabalho: João Zoghbi, José Monteiro e Flávio Carneiro, entre outros.
Em 1983, José Monteiro falou para Maria de Nazaré Figueiredo da Silva, responsável pelo Programa de Bibliotecas Públicas na mesma Secretaria e também Presidente da Associação dos Servidores da SECET, que a equipe coordenadora da II Mostra estava querendo transferir o local, da Escola Rio Branco para uma das quadras ao lado do Ginásio Cláudio Coutinho. Mas, que a SECET não tinha recursos financeiros para arcar com as despesas do Arraial. Nazaré se comprometeu em apoiar a iniciativa e conseguir patrocínio. João Zoghbi fez um cartaz, com o desenho do arraial, numa folha de cartolina. Monteiro e Flávio escolheram o nome arraial Flor de Maracujá. Com o cartaz na mão, Nazaré Silva e Flávio Carneiro foram solicitar patrocínio em várias empresas. Após receberem vários nãos, Nazaré resolveu apelar para a direção da empresa CERPA (até então desconhecida nesta Cidade), que após ter a garantia da exclusividade no fornecimento das bebidas, se prontificou em patrocinar as seguintes despesas: material para a construção e iluminação de 10(dez) barracas, empréstimo de mesas com cadeiras e o fornecimento, em consignação, das bebidas para os barraqueiros.
A Coca-Cola que patrocinou a construção e iluminação do curral das danças, a CAERD forneceu água, a CERON fez a instalação elétrica, a Delegacia de Costumes, Jogos e diversões e o ECAD forneceram seus alvarás de funcionamento, a Polícia Militar fez a segurança, a SEMUSP se responsabilizou pela instalação das arquibancadas e mandou limpar o arraial, diariamente. Miguel Silva emprestou toda a aparelhagem de som e convidou seus amigos: Jaiminho, Pedrão e Volner Alonso para fazerem, gratuitamente, a locução do arraial, em conjunto com o responsável pelas apresentações dos Grupos Folclóricos da II Mostra José Monteiro. O Professor Antônio Roque foi o responsável pelas atividades recreativas, tais como: corrida com ovo na colher, corrida de saco, dança do limão, dança do balão, enfia agulha, pau-de-sebo, etc. realizadas antes das apresentações das Quadrilhas e Bois-Bumbás. O Sr. Ribamar, amo do Boi-Bumbá Tira Prosa e dono do parque de diversão patrocinou a compra de diversas peças de fio elétrico e lâmpadas para a iluminação geral do arraial. A Secretaria de Estado da Cultura, Esportes e Turismo – SECET patrocinou a premiação e o apoio aos Grupos Folclóricos, e a Associação dos Servidores da SECET, através de sua Presidente, foi a responsável pela realização do I Arraial Flor do Maracujá, que passou a ser o palco das Mostras de Quadrilhas e Bois-bumbás. Nazaré Silva participou da coordenação, no período de 1983 a 1989, período em que o Arraial aconteceu ao lado do Ginásio Cláudio Coutinho.
De 1990 a 2003 o Arraial foi realizado na área situada entre as Ruas Farquar / Presidente Dutra e Calama / José Camacho. Em 2004 e 2005 noParque de Exposição da Associação dos Produtores Rurais de Porto Velho. A partir de 2006, atendendo a muitas solicitações, o Governador do Estado de Rondônia e o Secretário da SECEL conseguiram com que o Arraial voltasse para o local anterior, que já se tornou tradicional.
 De 1990 a 1992 Aluízio Guedes coordenou o Arraial, com a colaboração de Reinaldo Mosquini, Geraldo Cruz, Flávio Carneiro, entre outros.
De 1993 a 1998 Geraldo Cruz e Flávio Carneiro coordenaram o Arraial, com a colaboração de Ary Pinheiro Borzacov, Marina Naboa, Jorge Vasques, entre outros.
De 1999 a 2002 a Federação Rondoniense das Associações e Grupos Folclóricos – FRAGRUF coordenou o Arraial. Em 2003 a coordenação voltou para a Secretaria de Estado dos Esportes, da Cultura e do Lazer- SECEL.
De 2004 a 2009, a SECEL firmou convênio com a Federação de Quadrilhas e Grupos Folclóricos do Estado de Rondônia – FEDERON.
O Flor do Maracujá acontece de hoje até o dia 5 de julho, nom quadrilátero formado pelas ruas Farquar, Presidente Dutra, Calama e José Camacho no bairro das Pedrinhas em Porto Velho.
                                                          
 
 
 
 
Histórias do Flor do Maracujá!
 
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O FUSQUINHA que Virou Bicho Floral!
 
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Em 1983, ano do primeiro arraial Flor do Maracujá.
 
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A Secet não tinha dinheiro nem pra comprar um metro de “chita”.
 
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Porém a equipe que trabalhava no Departamento de Cultura gostava realmente de mostrar serviço.
 
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Assim, muitas vezes tirava dinheiro do próprio bolso para comprar material, para complementar a montagem do arraial
 
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Que naquele ano aconteceu ao lado do ginásio Cláudio Coutinho.
 
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Justamente onde hoje se encontra o Complexo Esportivo Deroche Pequeno Franco.
 
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A equipe da Associação dos Funcionários da Secet, já tinha conseguido o patrocínio do representante da cerveja paraense Cerpa, para a construção e iluminação de dez barracas.
 
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Porém, faltava a palha para cobrir as barracas.
 
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A grana que o Alemão da Cerpa havia garantido, não dava para pagar um veículo caminhão, para transportar as palhas da mata para o Flor do Maracujá.
 
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A professora Nazaré coçava a cabeça sem saber a quem recorrer para solucionar o problema.
 
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O Isaias então secretário adjunto da Secet já não tinha conseguido a grana das barracas, como é que conseguiria dinheiro para alugar caminhão!
 
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Foi então que o José Monteiro colocou seu carro a disposição para ir buscar as palhas na mata.
 
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Fizeram um cota e compraram a gasolina para abastecer o carro do Monteiro.
 
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No rumo da estrada do Belmonte que era estava mais para vereda do que para estrada.
 
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Junto com o Monteiro seguiu no FUSQUINHA, o incansável Flávio Carneiro.
 
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Ao chegarem ao local onde o mateiro havia deixado as palhas, os dois deram o maior tapa, embarcando a encomenda no FUSQUINHA.
 
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Amarraram os feixes de palha no teto do carro. No capo.
 
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Colocaram feixes de palhas dentro do carro e por tudo quanto era lugar, até no para choque.
 
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Embarcaram e tocaram no rumo de Porto Velho.
 
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Monteiro que vinha dirigindo o FUSQUINHA, quase não enxergava nada a sua frente e tão pouco dos lados, tantas eram as palhas.
 
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Quando já estavam na Lauro Sodré que naquele tempo era mais conhecida como Estrada dos Tanques.
 
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Foram abordados pelo guardas ou policiais de trânsito.
 
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Que queria, porque queria, prender o veículo, por excesso de carga e por falta de segurança, já que o motorista não tinha, praticamente visão nenhuma.
 
 
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Pergunta o Guarda.
 
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- O que é isso?
 
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- É palha seu guarda.
 
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- Isso eu sei! Não sou cego e nem burro. Quero saber sobre o volume.
 
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- Não tinha como não trazer toda a palha, pois a gasolina não da para fazer mais de uma viagem, daí resolvemos acomodar tudo numa só viagem.
 
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- e pra onde vai essa carga.
 
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É para cobrir as barracas que o governador Jorge Teixeira mandou construir ao lado do Cláudio Coutinho.
 
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Quando o guarda ouviu o nome do governador Jorge Teixeira.
 
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Baixou um pouco a voz e quis saber detalhes sobre as barracas.
 
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Flávio Carneiro que já havia tomado todas,
 
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Explicou ao Guarda que o governador tinha mandado construir umas “barraquinhas” ao lado do Cláudio Coutinho.
 
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Para fazer um arraial com apresentação de Quadrilhas e Bois-Bumbás.
 
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Era o 1º Arraial no estilo de Rondônia Estado.
 
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E tinha mais.
 
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Eles já estavam atrasados porque o Arraial ia começar na noite daquele dia e as barracas ainda estavam descobertas.
 
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Pior seu guarda, argumentou Flávio Carneiro.
 
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É que ainda vamos abrir as palhas.
 
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Nessas alturas chega o Ribamar do Parque, e ao saber que o guarda estava “Empombando” para liberar o FUSQUINHA com as palhas.
 
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Chamou o policial para um local afastado dos dois funcionários da Secet.
 
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E após alguns minutos.
 
 
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O Guarda chegou (coçando o bolso) com o José Monteiro e Flávio Carneiro.
 
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Dizendo.
 
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Levem logo daqui esse BICHO FOLHARAL!
 
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Daí pra frente, o FUSQUINHA do Monteiro passou a ser chamado de Bicho Folharal.
 
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A mesma dupla, pesquisando sobre grupos de quadrilhas existentes em Porto Velho em tempos passados.
 
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Foi até o sítio do seu Joventino Ferreira o dono do terreno onde ensaiava a famosa quadrilha “Flor do Maracujá”.
 
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O sítio ficava no rumo de Santo Antônio pela linha do trem da Madeira Mamoré.
 
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A conversa foi tão boa que quando os dois deram por eles já era “Boca da Noite”.
 
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Sem conhecer nada daquela região, os dois se despediram.
 
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Pensando que estavam vindo no rumo de Porto Velho, quando viram já era noite aberta e nada da cidade chegar.
 
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Eles estavam perdidos e só encontraram a trilha no rumo de Porto Velho, depois de muito vagarem pelos trilhos da ferrovia do Diabo!
 



 
 
Maracujá
 
Definidos jurados de Quadrilhas e Bois-bumbás
Para concluir os últimos preparativos do Arraial Flor do Maracujá Jucélis Freitas, secretário da Secel – Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer e a equipe de coordenação da maior festa folclórica de Rondônia reuniram os jurados para explicar o regulamento de apresentação dos grupos e normas de julgamento da 28º edição do Arraial.
Na ocasião foram discutidas questões como a tradição X modernidade na criatividade dos artistas que preparam cenários, figurinos e alegorias dos grupos folclóricos, e a importância da dramaticidade dos brincantes ao representar um personagem na apresentação.
O secretário da Secel destacou a importância de se considerar o contexto sócio-cultural de cada grupo e sempre lembrar que há artistas novos entre eles que trazem importantes inovações para as apresentações. Pediu também para que os jurados analisem se essas inovações tornam a festa mais bonita e surpreendente ou descaracterizam os elementos da cultura local. “Somos um estado de muitas influências culturais, principalmente a nordestina. Os jurados precisam reconhecer nessa miscelânea onde estão os elementos que já fazem parte do imaginário cultural rondoniense e julgar a partir de critérios técnicos, entendo os impulsos criativos de cada grupo”, explicou Jucélis Freitas.
Os jurados e a equipe de coordenação do Arraial leram juntos o regulamento e discutiram critérios para o julgamento objetivo e subjetivo. De acordo com a especialização de cada jurado foram definidos os quesitos que cada um ficaria responsável. (Fonte: Malu Calixto)
 
 
Jurados do Arraial Flor do Maracujá / 2009
 
Bois-bumbás
 
Parte I – Bois-bumbás até Rainha da Batucada
Elias Carvalho
Tico Marinheiro
Eurly Tourinho
 
Parte II – Toada até animação e evolução
Cleidison Ferreira
Iltamar Azevedo
Francisco das Chagas Silva
 
Quadrinhas
 
Parte I – originalidade até criatividade
Elenquelma Pimentel
Paulo Santana
Flávio Daniel
 
Parte II – Padre até Casal de noivos
Rita Carvalho
Erivaldo Oliveira
Suelize Mascarenhas

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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