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Silvio Santos

CHICO DA SILVA - O Sonho não pode acabar


 

Sexta feira passada dia 1º, Ernesto Melo liga dizendo que a grande atração daquela noite no Projeto A Fina Flor do Samba seria o cantor amazonense Chico da Silva, custou um pouco para a ficha cair, afinal de contas, a programação daquela noite, segundo a Fundação Iaripuna seria relativa ao aniversário de 96 anos da criação do município de Porto Velho. Perguntei ao Beto Ramos se O Chico vinha por conta do aniversário e ele me disse, que quem estava bancando o cachê era o Ernesto Melo e os amigos da Fina Flor do Samba. O certo foi que a praça Getúlio Vargas ficou literalmente lotada para receber o sambista amazonense e amigo Chico da Silva. Apesar de não aparecer por aqui há muito tempo, o público fã do cantor, não o esqueceu, muita gente queria por que queria bater foto ao lado do ídolo, teve quem atrapalhasse a apresentação do cantor invadindo o “palco” para abraçá-lo. Num papo descontraído ele nos disse que se sentia muito bem com aquele tipo de coisa. “É gratificante sentir o carinho do povo”. O show musical do Chico da Silva só parou quando a chuva resolveu dar o ar de sua graça, mesmo assim, do repertório ensaiado só faltou uma música, justamente a única toada de boi relacionada “Vermelho”.

A festa continuou sábado no aniversário da dona Francisca da Costa Felix que foi festejado na residência do seu irmão João Bosco Rodrigues Boaventura com muito churrasco, cerveja e água para o Chico da Silva que não bebe nem refrigerante, em virtude do problema que teve nas amígdalas que quase o deixa sem voz e em consequência sem cantar.

A festa para dona Francisca com a participação da Fina Flor do Samba e Chico da Silva foi gratificante, Ernesto Melo super emocionado agradecia “Como é bom ter amigos como eu tenho”. Foi justamente na festa de sábado que Chico resolveu apresentar algumas músicas que farão parte do CD com músicas inéditas que vai ser lançado em 2.011. Entre elas “O Sonho não Pode Acabar” que conta parte de sua história cujo refrão diz o seguinte: “Sonhando vou continuar/A vida tem que prosseguir/A fila não parou de andar/Azar de quem fica para trás/Chorando sabe lá de que/Não pense que vou me anular/Esperando você.

Outra música nova que ele cantou foi “Computador Doido”, uma letra muito bem bolada que fala que a melhor maneira de amar é “Roçar pele na pele”.

Chico da Silva em virtude do grande sucesso de público alcançado em sua apresentação no Mercado Cultural sexta feira, foi contratado pela escola de samba Asfaltão para ser a atração especial da festa de lançamento do samba enredo da escola, para o carnaval de 2.011, que deve acontecer no mês de novembro. Vamos a entrevista com o Francisco Ferreira da Silva, conhecidíssimo no Brasil afora como Chico da Silva.

 

 

CHICO DA SILVA - O Sonho não pode acabar - Gente de Opinião

 


E N T R E V I S T A

 

Zk – Como é que está a produção do Chico da Silva hoje?

Chico da Silva - Estamos trabalhando a produção de um documentário da minha vida, da minha obra. Esse documentário está sendo produzido por uma empresa de São Paulo. Fora isso estou me preparando para fazer um disco a nível nacional.

 

Zk – Será um CD tipo aquela série, os 20 sucessos?

Chico da Silva – Não! Será um CD com músicas inéditas. Há um ano estou me preparando, pesquisando e fazendo canções vão fazer parte desse disco. Será um disco de samba que deve sair em 2011.

 

Zk – Você começou como compositor, fazendo toada de boi bumbá ou samba?

Chico da Silva – Primeiro como compositor de samba.

 

Zk – E as toadas surgiram a partir de quando?

Chico da Silva – Acontece que tive um problema nas amígdalas e fiquei impossibilitado de cantar. Fui submetido a uma cirurgia e então vim para Manaus me recuperar e alguns amigos sugeriram que eu deveria compor algumas toadas.

 

Zk – Foi fácil para o sambista compor toada de boi bumbá?

Chico da Silva – Apesar de ser de Parintins, de ter sido criado dentro do boi, fiquei com certo receio achando que não conseguiria fazer boas toadas, mas, acabou que deu certo, parece que já estava no sangue.

 

Zk – A primeira foi Vermelho? 

Chico da Silva – Não! Teve muita toada antes. Raízes de um Povo no Caprichoso, Bailarina que veio em 1992 e o Vermelho foi em 1996.

 

Zk – Como é esse negócio. Você é vermelho Garantido ou azul Caprichoso?

Chico da Silva – Eu não sou vermelho. Meu boi de origem é o Caprichoso foi lá que brinquei boi. Acontece que o compositor, não sei se infelizmente ou felizmente não tem queda por nenhum dos dois bois. Agora minha pessoa, o Chico da Silva o cidadão, tem como origem o Caprichoso. Só que hoje já me desmembrei disso, não to mais nessa coisa de ser esse ou aquele boi, sou mais o festival, Parintins. Hoje navego tranquilamente pelos dois bois e acabou que gosto dos dois.

 

Zk – Por falar em Parintins. Quando você surgiu pro samba foi através dos blocos de Parintins ou pelas escolas de samba de Manaus?

Chico da Silva – Na realidade, meu contato com o samba aconteceu em São Paulo. Precisamente em 1966. Estava viajando por São Paulo e comecei a debutar no samba ouvindo os grandes sambistas na Primeira Bienal do Samba Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e tantos outros que faziam sucesso na época.

 

Zk – E então passou a curtir samba?

Chico da Silva – Muitos antes disso já curtia esse ritmo gostoso que é o samba, pois meu pai colocava na vitrola discos de grandes sambistas como Francisco Alves, Noel Rosa, Roberto Silva, Orlando Silva, Nelson Gonçalves que cantava samba também. Agora quando fui morar em São Paulo passei a gostar mais de samba.

 

Zk – Qual seu primeiro samba?

Chico da Silva – Na realidade, o primeiro samba que fiz não foi gravado. O primeiro samba de minha autoria a ser gravado foi o “Barba Azul” – “Vou eu vou, pelo Brasil de Norte a Sul... depois foi o “Pandeiro é Meu Nome” que também foi gravado pela Alcione.

 

Zk – Quando você foi lançado nacionalmente como cantor e compositor de samba foi junto com o Martinho da Vila?

Chico da Silva – O Martinho surgiu primeiro, tanto que quando fiz o Barba Azul a intenção era dar pro Martinho gravar, porém, quando o conheci ele estava com a vida muito atribulada artisticamente, não parava e mesmo já tendo acesso a ele não tinha como passar minhas músicas.

 

Zk – E quando foi que surgiu a oportunidade para você gravar seu primeiro LP?

Chico da Silva – Pois então, meu contato com o Martinho só acontecia quando ele ia a São Paulo, foi então que apareceu a oportunidade de gravar meu primeiro disco através da gravadora Polygram e os diretores da gravadora, proibiram que eu desse minhas músicas para outros cantores de samba gravar, a exceção era a Alcione e depois o Emilio Santiago que também gravou.

 

Zk - Você é autor de muitas músicas que são sucesso até hoje. E quanto a direito autoral, você recebe normalmente?

Chico da Silva – Todas as instituições de arrecadação de direito autoral tem problema. Na época da ditadura militar a gente recebia direitinho porque toda música passava pela censura e então o controle era melhor. Hoje existe uma inadimplência muito grande, os clubes as boites não recolhem. No Sul o Ecad vai lá e coisa e tal, inclusive as emissoras de rádio e televisão no sudeste recolhem, mas, as emissoras do norte geralmente não cumprem esse procedimento e as casas noturnas também pagam pouco. Com o advento da pirataria, a arrecadação caiu 60%. Minha Associação é a Socimpro e a produtora é a Universal a mesma dos cinemas.

 

Zk – Você disse que começou a carreira de sambista em São Paulo e só depois voltou a Manaus. Como foi a recepção do povo amazonense com o artista famoso?

Chico da Silva – Manaus é uma cidade fria para com os seus artistas, todos os artistas amazonenses sentem isso. Não existe aquela vibração do povo amazonense em relação aos seus artistas. O povão responde, mas na área de comunicação, de divulgação especialmente os órgãos culturais ainda não demonstraram mais calor na divulgação do artista amazonense. Fora isso, o povo recebe com muito carinho com muito calor humano seus artistas.

 

Zk – Isso quer dizer que vocês não são chamados para fazer show coordenados pelos órgãos que trabalham a cultura em Manaus?

Chico da Silva – Muito pouco show com a anuência desses órgãos, na realidade somos nivelados por baixo.

 

Zk – E nos estados vizinhos?

Chico da Silva – Quando você sai de Manaus para fazer show em estados vizinhos como Roraima, Rondônia o negócio muda totalmente de figura. A prova você viu sexta feira passada no Mercado Cultural de Porto Velho o público foi lá prestigiar minha apresentação, queria autografo pedia música, um carinho fora de série pelo meu trabalho, fiquei deveras lisonjeado com a recepção que tive em Porto Velho. Para completar minha felicidade o Ernesto Melo me levou ao aniversário da senhora Francisca da Costa Silva, irmã do Bosco Boaventura e lá descontraidamente o samba rolou a tarde toda regada a muito churrasco e o que foi melhor a muita amizade. Quero aqui deixar meus parabéns a dona Francisca.

 

Zk – Você já participou do projeto Samba Manaus?

Chico da Silva – Nunca me convidaram para participar desse evento que acontece a dez anos em Manaus. Os cantores de fora vêm contratados pelo governo para participar e me perguntam por que não sou escalado para me apresentar e eu fico sem saber explicar. Na realidade é falta de consideração mesmo.

 

Zk – Você é envolvido com escola de samba em Manaus?

Chico da Silva – Sou benemérito da escola de samba “Sem Compromisso”, inclusive, este ano estou compondo um samba enredo junto com outros parceiros, para concorrer. Quem sabe nos desfiles de 2.011 você vai ouvir e cantar durante o desfile da “Sem Compromisso” um samba enredo do Chico da Silva.

 

Zk – Você se apresenta na noite de Manaus?

Chico da Silva – Muito pouco, as casas noturnas gostam mais de trabalhar com amadores. Mas, aqui e acolá sempre faço alguma apresentação.

 

Zk – E a família?

Chico da Silva – Tenho mulher e filhos. Uma filha é tecnólogo e está cursando a faculdade de direito, minha filha mais nova está terminando a faculdade de medicina, minha mulher Edma é doutora em enfermagem e o meu filho que está terminando o segundo grau e se Deus quiser para o ano vai cursar uma faculdade, quer dizer, minha turma está bem encaminhada.

 

Zk – Para encerrar o nosso papo. Quem quiser contratar o show do Chico da Silva entra em contato através de que?

Chico da Silva – Antes de encerrar quero deixar meus agradecimentos de coração ao amigo e Ernesto Melo e todos que fazem parte desse maravilhoso projeto que é A Fina Flor do Samba.

 

Zk – Agora o endereço para contato?

Chico da Silva – Primeiro tenho meu e-mail [email protected] o meu telefone (92) 8111-0554 (Manaus).

 

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 Fonte: Sílvio Santos - [email protected]  
 
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