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Sergio Pires

Primeira Mão - 23/01/10



Primeira Mão - 23/01/10  - Gente de Opinião
UM ESTRANHO CONCEITO DE CIDADANIA EM
QUE SÓ OS OUTROS PODEM SER COBRADOS 

As chuvas, acima da média, é claro que preocupam e deixam a população em estado de alerta. Mas é a mesma população que, não se sabe exatamente as causas, ignora os insistentes avisos de que jogar lixo nas ruas, fechando a entrada dos esgotos e os canais por onde as enxurradas possam escoar e comete – com algum exagero - uma espécie de suicídio coletivo. A fúria das águas não perdoa. A água da chuva, intensa e constante, se não consegue escoar por esgotos, canais e igarapés, não só invade ruas e casas mas, ao mesmo tempo, devolve todo o lixo que foi jogado em lugar irregular e acumulado durante semanas, senão meses. É assim em várias cidades brasileiras e é assim em Porto Velho, onde os avisos não são levados à sério. Daí, quando dá uma chuvarada, lá vem a água entrando nas casas e, com ela, toda a sujeira jogada em qualquer canto. O cidadão que atira o lixo na rua imagina que ninguém vai ver, que é mais fácil para ele livrar-se ali mesmo do entulho. Não usa as lixeiras, não guarda as sobras em lugar adequado, atira garrafas de plásticos em qualquer canto. Não raciocina que seu ato, multiplicado por outros milhares de sugismundos, resulta na enchente, no lixo voltando para dentro da sua casa, no risco de ser visitado por bichos perigosos e de ser acometido de várias doenças.

Não se faz uma cidade sem a conscientização dos seus cidadãos. Não se faz uma cidade limpa se a maioria ignora os princípios básicos da limpeza. Não se organiza nada sem que o sistema de lixo seja organizado, bem executado e funcione corretamente. Porto Velho é uma cidade em que todos esses problemas existem ao mesmo tempo. Ou seja, vamos ficar reféns das chuvaradas e da sujeira por muitos anos, porque nossa conceito de cidadania é de que ela só vale quando é para cobrar os outros.

NO ESCURO

Três apagões – um sério, outros dois menores – em menos de duas semanas: a interligação do abastecimento de Rondônia ao sistema nacional, por enquanto, só trouxe prejuízos. Essa confusão toda de uma empresa cuidar daqui e outra dali não vai dar certo. Preparemo-nos para outros black out. Infelizmente. 



PIOROU TUDO

O setor de energia tinha melhorado muito em Rondônia e estava funcionando muito bem. Essas novas medidas tomadas pelo governo federal, ao menos até agora, ao invés de pelo menos manter a qualidade do abastecimento, o que fez foi piorar. E não adiantam argumentos técnicos e explicações socioeconômicocarnavalescas. A verdade é que a coisa piorou. 



MISTÉRIO


Na próxima terça, dia 26, tem sessão extra na Assembléia Legislativa. Foi convocada pelo governo do Estado e, pelo menos até agora, a pauta dos temas a ser votados – como sempre acontece – é um mistério. 

JETON

Vários deputados consultados não têm a mínima idéia da pauta proposta. O que se sabe é que, com o jeton de qualidade que todos receberão pelo trabalho fora do normal, a presença será praticamente total. Será considerado caso raro alguma ausência na ALE, nesta terça. 



SINCERIDADE


O secretário José Genaro, o que mais durou à frente da fazenda estadual em toda a história de Rondônia, é eficiente, qualificado e não tem papas na língua. Perguntado se ele acredita que sai mesmo a tal transposição dos servidores, disse que sim. Mas que ela não estará pronta tão cedo. 

SÓ OS OUTROS

Genaro lamentou que o atual governo, que vai até o final de dezembro deste ano, não vá poder contar com os recursos que serão poupados dos cofres estaduais com a transposição, mesmo depois de toda a luta de Cassol e parceiros – além de toda a bancada federal – para que ela se tornasse realidade. O benefício será para o próximo governador. 

PRIMEIRÃO

Não tem prá ninguém: proporcionalmente, Rondônia teve o maior crescimento no volume de empregos com carteira assinada no ano passado. Foram um acréscimo de quase 15% sobre o ano anterior. Que estado brasileiro teve tal percentual de aumento no volume de empregos? A resposta: além de Rondônia, nenhum outro. 

AINDA POBRES

Mesmo com todo o crescimento, com as usinas, com a expansão dos setores produtivos, ainda somos um Estado de gente pobre. E exatamente na pobre região norte, nosso Estado ainda fica atrás do Amazonas e do pequeno Amapá, em termos do PIB per capita. Nossa média é de 10.319 reais. Muito baixo, se compararmos com as regiões mais ricas do país. 

COMPARAÇÕES

Mesmo assim, as coisas estão melhorando. Temos, por exemplo, um PIB per capita bem melhor do que estados como Tocantins, Acre, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Ceará. Mas estamos ainda longe dos mais ricos. O PIB per capita do Distrito Federal, por exemplo, é de 40.696 reais. 

PAULEIRA PURA

O tempo voa. Já estamos chegando perto do fim do primeiro mês do ano. Fevereiro vem aí, com o carnaval regado a muita campanha política. As campanhas, aliás, estão nas ruas. Em nível nacional, os pré-candidatos já são candidatíssimo e até já estão se atacando. Termina o carnaval e daí é pauleira pura. 

Fonte: Sergio Pires - [email protected]  
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