Segunda-feira, 29 de agosto de 2011 - 05h04
Quero me encontrar, mas não sei onde estou / Vem comigo procurar algum lugar mais calmo / Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita / Tenho quase certeza que eu não sou daqui. Com estes versos traduzo tudo que senti ao visitar São Paulo pela segunda vez, catorze anos após ter deixado minha terra natal. Não estou negando minhas origens, São Paulo, como todo lugar, tem seus pontos positivos, sem contar a família e os amigos que cá ainda residem. Mas não me acostumaria mais a viver nessa selva globalizada.
Cuidado, pessoal, lá vem vindo a veraneio / Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho / Com números do lado, dentro dois ou três tarados / Assassinos armados, uniformizados / Veraneio vascaína vem dobrando a esquina. Você não pode sair com a camisa do seu time do coração, e se sair tem que ter medo da veraneio que não é vascaína, mas pode ser tricolor, alviverde ou de uma das alvinegras. Ir para o estádio uniformizado só se for dia de jogo “neutro” e mesmo assim corre riscos. Vi a torcida tricolor ameaçar depredar uma lotação porque o motorista queria receber o pagamento antes de iniciar o trajeto.
Fome, miséria e incompreensão, o Brasil é treta campeão. Os Mamonas Assassinas já haviam deixado este mundo quando deixei São Paulo, mas seus versos ainda se fazem presentes nas ruas. Vislumbrei uma briga de mendigos por algo banal, onde um tentava furar os olhos do outro, e todos passavam como se nada estivesse acontecendo, não bastasse a situação degradante em que já se encontrão dois seres humanos, ainda vem a agressão física entre ambos, e as pessoas agem indiferentes, me senti no meio do filme “Eu, robô” com Will Smith. Selvageria pior, somente no trem e no metrô, onde presenciei um idoso ser arremessado na porta contraria a de entrada do vagão e um homem cair no vão entre o trem e a plataforma na luta dos robôs ensandecidos em busca de um assento.
Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música urbana / Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres cantam música urbana, / Motocicletas querendo atenção às três da manhã - É só música urbana. É isso é só música urbana, o que preocupa é que como país em desenvolvimento, o Brasil deveria associar o planejamento a esse desenvolvimento. Porto Velho, minha terra de coração, está indo para o mesmo caminho com o crescimento desenfreado que está vivendo. Porém, perto da megalópole, Porto Velho ainda é um feto e pode ser planejada, inclusive educando melhor os seres humanos para que não se tornem robôs programados para destruir toda forma de humanidade.
São Paulo terra da garoa, que essa garoa enferruje estes robôs e eles voltem a ser seres humanos e que Porto Velho, aliás, que o Brasil, se desenvolva e troque estas máquinas pela humanidade, e a selva globalizada pela floresta informatizada.
Fonte: Renato Gomez - [email protected] / Twitter: @Renato_Gomez
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