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Osmar Silva

Terceirização da saúde. Que papo é esse?


Nem vale a pena desfiar o corolário de sofrimento a que está submetido o povo pobre de Rondônia quando precisa bater nas portas do SUS. Nem falar da deficiência e da má qualidade dos serviços apesar do trabalho dedicado de profissionais que atuam em condições totalmente adversas. Sofrem os dois lados. Tanto os que buscam ajuda quanto os que prestam socorro. Conhecemos essa crua realidade. Então, vamos pular essa parte.

O que se discute é o que fazer para mudar essa situação. O governo assumiu o compromisso de mudar esse horror. Chegou até decretar estado de calamidade pública na saúde na esperança de sensibilizar o governo federal e tirar, de imediato, os doentes do chão do João Paulo II. O emblema, o ícone da ineficiência e do descaso a que o estado foi submetido décadas e sucessivos governos que relegaram o cidadão à indignidade.

Busca-se modelos inovadores que demonstrem eficiência na execução das ações de saúde e controle eficaz do erário disponível. Examina-se uma experiência aqui, ali e acolá com modernos métodos de gestão, apresentando resultados aprovados pelas suas clientelas. São novas parcerias substituindo modelos desgastados, ineficientes, perdulários, corruptos veementemente condenados pela sociedade e pelo usuário.

A terceirização através de cooperativas que atuou em alguns estados foram a febre renovadora dos anos 90. Faziam de tudo. Da atividade meio à atividade fim. Até médicos contratva, alguns importados de Cuba, como ocorreu em São Paulo – com sucesso - e no Ceará na gestão Ciro Gomes. Daí, espalhou-se. E Conselho Federal de Medicina logo tratou de estancar a importação dos qualificados médicos cubanos felizes da vida com o salário recebiam aqui. Muito, mas muito maior que os 30 dólares que recebiam lá no fim do mês. Mas menor, muito menor que os salários dos médicos brasileiros. Logo o modelo caiu na vala comum soterrado pelo apetite voraz das corporações e dos entes público mestres da corrupção. Esta sim, a doença mais grave da saúde pública brasileira.

Agora se discute as Organizações Sociais em Saúde-OSS. Um modelo que vem se revelando eficiente. Onde existe não resolveu o problema de saúde do seu público, mas apresenta melhorias significativas. Demonstra aumento de qualidade dos sereviços e produtividade dos profissionais envolvidos. Mostra o retorno da alto-estima dos pacientes diante dos resultados aferidos. O governo sugere adotar o modelo para tirar o doente do chão e melhorar a qualidade dos serviços.

Mas aí como reagem os grupos que atuam na saúde pública de Rondônia? O que dizem os baronetes de lucrativos nichos incrustados nas paredes dos hospitais públicos? O que trombeteiam os políticos donos de empresas em nomes de laranjas que faturam no tamanho da boca diante do risco de perder o negócio? Detonam o projeto. Vão pra tribuna do parlamento, pras mídias, pra reuniões, pra todo canto denunciando a venda da saúde. Dizem que estão defendendo o povo. Mas na verdade estão defendendo o seu verdadeiro negócio. Sugestão pra resolver o problema? Tem uma: jogar mais dinheiro na saúde, lógico. Assim sobra pra todo mundo. E o doente? Pra esse, nada. Não é o alvo da preocupação. Farinha pouca, meu pirão primeiro.

 

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Fonte: Jornalista Osmar Silva/DRT 1035 - [email protected]
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