Sem trava na garganta

Já passa de uma semana que o governador Confúcio Moura vem dando trégua à sua equipe de governo em seu blog. Após a conclusão do tão esperado julgamento a que vinha sendo submetido no Tribunal Superior Eleitoral, de onde saiu inocentado por unanimidade, e ainda testemunhando o publico puxões de orelhas à vossas excelências do Tribunal Regional Eleitoral, que o condenaram, mudou o tom da conversa.

Na verdade, ele respirou fundo, soltou o ar cheio de impurezas políticas que obstruíam seus pulmões e deixou ecoar o grito por longos meses engasgado. Sentiu o alívio de quem conseguiu se libertar do peso da ‘Espada de Dâmocles’, que pairava sobre a sua cabeça, esmagando todo o corpo e inibindo suas ações.

Durante todo o processo, mais que ninguém, sentiu e viu em alguns olhares, inclusive dentre membros do seu próprio governo e parceiros políticos, o calor ardente do, por ele denominado, ‘fogo amigo’. Mas sujeitava-se ao silêncio, recomendado pela prudência. O bom cabrito não berra. Ou quem sabe faz a hora.

Mas que ninguém se iluda. Ele sabe que das luzes que alumiaram o Palácio Rio Madeira na hora verdadeira, muitas vinham de velas acesas para Deus. Outras para o Diabo. E, algumas, para os dois altares. Vencida a batalha, a hora é de trabalhar. Como diz o peão: ‘ fofar o cabelo e deixar a foia cair’.

A nova ordem saiu pelo blog. Levante a bunda meu irmão. Ponha o processo debaixo do braço e vá, resolva. Quero por que quero. Foi o grito de quem está absolutamente empossado do seu poder. De quem, de fato manda e acabou de encher a caneta com tinta nova. De quem sabe que, muitas coisas não se resolvem, não se concluem e nem se entregam à sociedade por pura mazela deste ‘fogo amigo’ consequente de boa ou má fé.

Confúcio está navegando em céu de brigadeiro. Governo pleno. Assembleia parceira, pacificada. O que se vê são deputados pedindo, recebendo e agradecendo. O diálogo fluindo. Os poderes conversando, educadamente, respeitosamente. Os adversários, nocauteados, inertes. A imprensa, prestigiosa. Só tem que enfrentar os fantasmas internos. Pois é aí que reside, no momento, sua maior oposição. E eles estão à sua volta. 

As medidas de ajuste do estado para o enfrentamento da crise fabricada pelo governo do PT, rendem reconhecimento nacional. O último, deu conta de que Rondônia e Rio de Janeiro foram os que mais cortaram na carne para manter o bom nome, o respeito, o crédito, as contas em dia.

Mas apesar de tudo isso, o governador se angustia. Deixa isso claro em seu blog.

Por que será mesmo que o Hospital Heuro, o Espaço Alternativo, as obras do Pidise, a recuperação do Fidoca, a revitalização do Claudio Coutinho, do Estádio Aluísio Ferreira, a nova rodoviária e tantas outras anunciadas, com dinheiro em caixa, licitadas, não saem? Será mesmo só por obra de adversários encastelados nos poderes? Ou será que não são os próprios ‘parceiros’ de governo que dão causa a essas interferências tão danosas à sociedade? Hum!!!

Ou será uma estratégia de travamento do governo para atingir outros interesses e objetivos? Inclusive de caráter pessoal? Hem???

Sabe qual é a diferença agora, meu caro leitor? Confúcio está com o seu mandato inteiramente livre para trabalhar, realizar o que planejou e anunciou. Não é mais candidato. Não precisa governar com secretário ‘meia boca’. Está livre para escolher o melhor caminho. Até botar a veia poética pra fora, desopilar o fígado. Como fez neste fim de semana.

Livre, até, para rever a solução que está sendo encaminhada para os búfalos da Fazenda Pau D’Óleo. Rondônia até merece mídia internacional. Mas por boas razões. Não pelo extermínio de indivíduos da natureza. Mas que fazer com eles? Que tal perguntar aos marajoaras?

OsmarSilva – Jornalista – [email protected]