Segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016 - 14h17
Recentemente, em entrevista à jornalista Ana Aranda, fiz algumas considerações sobre o mercado de emprego para jornalistas em Rondônia em face da crise que vivemos. Pela minha percepção a empregabilidade foi afetada sim. Mas não só pela crise que vive o Brasil. No caso de Rondônia, existem outros fatores.
Um dos fatores que nos afetam, na verdade, começou lá atrás, quando a comunicação eletrônica começou avançar e os empresários da comunicação impressa subavaliaram seus efeitos e consequências. E, em função disso, não melhoraram suas relações com o leitor por meio da correta interpretação dos seus anseios e a consequente modernização e atualização dos veículos. Além de problemas de gestão, em muitos casos.
Em Rondônia, esses fatores provocaram o fechamento dos jornais O Estadão e Folha de Rondônia, a longa UTI do Jornal Alto Madeira, que agora se revigora, e a extinção de dezenas de periódicos. Isso, lógico, gerou desemprego a dezenas de experientes profissionais e estreitou o mercado para a classe acadêmica que as faculdades colocam no mercado todos os anos.
O fato é que a comunicação tomou novos rumos para os quais empresários e profissionais dos meios convencionais como jornal impresso, televisão e rádio têm que, necessariamente, se adaptarem ajustando-se às necessidades do mercado que é quem manda e dita as regras.
Desconheço levantamento do mercado da comunicação em Rondônia que aponte quantos veículos deixaram de circular, quantos nasceram ou quantos profissionais estão desempregados. Ou que indique qual o tamanho desse mercado. A percepção é que o mercado dos impressos encolheu pelas razões expostas acima.
A exceção foi O Parceleiro e a Gazeta de Rondônia, nos anos 70 e 80, de nossa propriedade, sediados em Ariquemes e Ji-Paraná, com circulação efetiva em todo o estado, que a direção optou pela paralisação da atividade independentemente das condições de mercado. Pagou todo mundo. Empregados e fornecedores. Não enfrentou nenhuma ação trabalhista.
Percebo, no entanto, que o mercado de trabalho já está reagindo e até se ampliando em função das formas e meios que os novos tempos estão impondo. O próprio conceito de jornalismo e de jornalista está passando por um processo de dilação. E está mais democrático que nunca.
Reduziram-se os jornais impressos e as redações. Mas ampliaram-se as vagas de assessorias de comunicações institucionais e privadas. Cresceram os espaços nas comunicações eletrônicas em consequências de sites e blogs, inclusive nas televisões do nosso estado, que se ampliam em rede.
O meio rádio está começando ampliar seus quadros de repórteres. As versões de rádios comunitárias se multiplicaram. Além dos profissionais que criam meios próprios e rentáveis nas redes sociais. Então, constata-se que os espaços cresceram absorvendo a mão de obra que, por algum tempo, ficou à deriva.
Vivemos um tempo de ajuste à voracidade do consumidor por informação e diversão rápida e em tempo integral. Nesse frenesi, qualquer um que tenha um celular – e hoje todos tem mais de um – vira repórter do bairro, da cidade e do mundo. São colunistas sociais de si mesmos. A notícia deixou de ser privilégio do jornalista. Agora é de todos. Todos são repórteres. Embora nem todos sejam jornalistas.
E, assim, para aos veículos impressos fica a opção de se ajustarem a essa nova realidade. De se reinventarem ofertando notícias ráidas, serviços, conteúdos aprofundados e temas inéditos que pautem a comunicação eletrônica e as redes sociais. E não ser pautados por elas. Caso contrário, desaparecerão do cenário da informação.
Osmar Silva – Jornalista –sr.osmarsilva@gmail.com
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