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Gente de Opinião

Osmar Silva

O estigma de Porto Velho


Nos últimos trinta anos somente um prefeito ficou na memória do povo de Porto Velho: Chiquilito Erse. Essa verdade é facilmente constatada em qualquer roda de papo livre. Nas portas das igrejas ou nas mesas de bar. Todos os demais que ocuparam a cadeira de prefeito nesse período, não deixaram saudade. Na verdade a memória coletiva os empurra o ostracismo. E deixa para os historiadores o registro de suas tristes passagens de parcos resultados.

Mas, para fazer justiça, lembremos que além de Chiquilito houve José Guedes, de curto mandato, mas bastante produtivo. Foi o criador dos bairros JK’s. Uma tentativa do governo municipal colocar-se à frente das necessidades do povo.  Mas tinha inimigos poderosos encastelados no Tribunal de Contas do Estado que o liquidaram. Portanto, entre a leva de prefeitos pusilânimes e/ou corruptos, estes dois são a exceção que ainda habita a memória popular.

Fora disso, o que esta cidade de Porto Velho tem sofrido não é brincadeira. Parece que vivemos um concurso sem fim onde ganha o troféu quem consegue ser pior. E tome-lhe descaso, abandono, corrupção e roubo. E quase sempre, em nome de ideologias políticas. Por conta disso, desde Jerônimo Santana e Chiquilito, nunca mais havíamos tido um prefeito e um governador alinhados em favor desta sofrida capital de 99 anos. Por isso mesmo, qualquer cidade do interior do estado tem mais qualidade de vida que Porto Velho. Cabixi ou Rio Crespo. Alvorada ou Corumbiara.

Agora, finalmente, voltamos a ter essa conjunção favorável dos astros. O prefeito conta com um governador parceiro, amigo, comprometido com o povo da Capital. Um governador que puxou pra si a recuperação e a manutenção dos mais de mil quilômetros de estradas vicinais que o prefeito jamais daria conta. Como nunca deu os que o antecederam. Por conta disso, há dois anos não se ver mais, nas manchetes dos jornais, gritos de socorro de comunidades isoladas sem poder tirar doentes nem produção.

O que se ver agora é o empenho do governo do estado para resgatar tantas necessidades criminosamente esquecidas em Porto Velho. É construção de milhares de casas para tantos que vivem humilhados, nos cantos cedidos por parentes, em invasões, em áreas de risco, em aluguéis escorchantes ou nas calçadas.

A luta do estado para devolver a dignidade humana nos serviços de saúde desta cidade e de todo o estado. Para tirar da lama e da poeiras os cidadãos de 420 ruas de Porto Velho e levar água tratada, esgoto e um pouco de asfalto para habitantes da Capital e das muitas cidades desse município que ainda se teima em chamar de  distritos e povoados. O esforço para dar, às pessoas, o documento de sua própria casa ou do seu sítio. Aquele papel que dá o direito do cidadão dizer ‘essa casa é minha’, ‘esse sítio é meu’.

O desafio é grande. São praças como os Cedel’s agora recuperados e por décadas abandonados. As ruas das beiras da BR-364, a Estrada da Penal, o Ginásio Cláudio Coutinho e o Estádio Aluízio Ferreira, o Restaurante Popular e as dezenas de escolas. Tudo ao mesmo tempo e com o mesmo grau de urgência.

Por todas estas necessidades, acumuladas ao longo dos anos, toda a classe política de Porto Velho tem o dever e a obrigação de juntar-se ao governo parceiro e aproveitar para tirar o máximo em favor desse nosso povo tão sofrido, enganado e espoliado por levas de bandidos e ladrões.

Mas não é o que se ver. Dos quatro deputados estaduais de Porto Velho, dois são adversários ferrenhos do governo. Um, aliás, é inimigo. Justamente o chefe do segundo maior poder do estado. Ele não se une em favor dos que ajudam o povo de Porto Velho, mas junta-se aos que lutam contra quem ajuda o povo de Porto Velho.

Esse é o estigma de Porto Velho. A razão do atraso e do abandono que sofre em relação às demais cidades do nosso estado. Nós os elegemos e, por interesses mesquinhos e pessoais, eles se transformam em traidores do povo e inimigos de Porto Velho. Até quando vamos tolerar isso?

Para a sorte da gente da Capital, esse governo não está dando ouvidos aos latidos dos cães enquanto passa a sua caravana. A caravana que está resgatando a dignidade e a autoestima do povo de Porto Velho.

Osmar Silva é jornalista – [email protected]    

  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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