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Osmar Silva

O Confúcio perdeu. Perdeu o que?



No que se leu e ouviu desde a eleição da mesa diretora da Assembléia Legislativa de Rondônia, o estado está dividido em duas bandas: a dos ganhadores e a dos perdedores. Na primeira estão todos os que votaram na chapa que elegeu o deputado Valter Araújo como líder maior do poder legislativo, com todo o simbolismo que representa quem se encontra por trás de cada voto. Na segunda, naturalmente, se encontra os “supostos” perdedores com suas articulações mal sucedidas. Pelo menos é dessa forma que pensam e se expressaram os principais articulistas e colunistas políticos da mídia estadual. E é na categoria de maior perdedor que enquadram o recém empossado governador Confúcio Moura. Como governador, entendem, ele tinha que ganhar. E não ganhou.

O contraditório desse raciocínio é que todos, literalmente todo mundo, prega e defende a independência de poderes. Inclusive os que, abertamente, criticam o novo governo e prevêem o fim das condições de governabilidade. Não é mesmo intrigante esse raciocínio torto? Como se pode defender autonomia e independência de poderes se o que se deseja é que um chefe de poder mande e controle o outro poder? O respeito à autonomia e independência entre os poderes é princípio básico do sistema democrático. Pelo menos é isso que determina a Constituição Federal, recomendando ainda, uma relação harmônica entre os três níveis de poder em que está assentado a República Federativa do Brasil.

Nem a maioria do eleitorado não aceita mais esses comportamentos cristalizados na memória de pseudos intelectuais e na conduta velhaca de raposas felpudas da política brasileira e regional. Vejamos dois fatos recentes que demonstram essa intolerância coletiva. No primeiro mandato do governo anterior, a população promoveu substancial renovação no legislativo por conta da conduta inadequada da maioria dos seus membros. No segundo mandato o eleitorado entrou em cena outra vez. Agora para corrigir a subserviência ao governo e à forma com que o chefe do executivo estadual controlou o estado e o poder legislativo. Na ALE o eleitorado cortou as asas de grande parte dos seus membros e desprezou a pretensão do governador emplacar seu indicado. Esta vem sendo a vontade da maioria da sociedade rondoniense. Expressa nas urnas.

Então entendo que não houve derrotado nessa disputa. Se o executivo tentou e não levou, que fique a lição para não tentar nunca mais, respeitando a Constituição Federal e a vontade do eleitorado rondoniense. Não tem que exonerar ninguém por que votou em quem votou. Em troca de que ampliar desafetos? Já tem, naturalmente, os que perderam as eleições e o governo.

Mais uma consideração para encerrar: quem disse que a mesa eleita do legislativo lhe é oposta? Lá estão parceiros do governo e gente que, mesmo com a tarja da oposição, sabe que precisa garantir a governabilidade. Caso contrário, todos naufragam. O quadro apresenta é um raro e inédito momento de se cultivar uma real independência de poderes harmônicos. Uma grande oportunidade de exercitar e ampliar o diálogo em favor das grandes e pequenas bandeiras do povo rondoniense. Momento de provar para si e para todos, que os chefes dos executivo e legislativo de Rondônia, têm talento para conduzirem o estado com a habilidade e a arte dos estadistas. Pelo menos é isso que se espera.

 Fonte: Osmar Silva 
   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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