Quinta-feira, 28 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

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Gente de Opinião

Osmar Silva

E aí meu irmão!


Estamos sendo literalmente empurrados para mais uma frente de luta por direitos há muito consagrados como o de ir e vir. Está em curso no País a luta pela acessibilidade que importa calçadas homogêneas, rampas em edificações públicas e privadas além de outros instrumentos que permitam, aos especiais, a livre, segura e independente locomoção. Pois bem, é chegada a hora de nós, os não especiais, levantarmos nossa bandeira pelo direito de nos locomovermos sem sofrer um ataque de nervos no trânsito de Porto Velho. Direito esse que vem sendo solapado diariamente em nome de que mesmo? Da segurança de nós mesmos na condição do outro. Perceberam isso ou não?

Se você é usuário das avenidas Rio Madeira, Guaporé e Mamoré, para ficar somente nestas mais emblemáticas, deve ter percebido que, a cada dia, surge mais uma semáforo em um cruzamento qualquer. De resto, esse fenômeno conseqüente da curta inteligência dos gestores do tráfego na Capital, vem se multiplicando até em outrora bucólicas ruas onde as famílias se deleitavam nas calçadas de suas casas no fim da tarde. Além de já não encontrarmos mais onde estacionar o veículo, agora estamos sendo coibidos no direito de transitar.

Um trajeto que até pouco tempo se fazia em dez minutos, hoje se necessita de trinta. O que houve, o trecho espichou? Não! Multiplicaram-se os semáforos e encurtou-se a distância um do outro. E isso vem sendo feito com tal voracidade que você não tem tempo para engrenar uma terceira no carro. Com o impulso da arrancada já estamos diante de mais um semáforo. Fechado. De quatro tempos, quase todos. E isso vai minando a paciência, a boa vontade, e a educação do condutor que, de repente, o desejo é de passar por cima de quem se interponha. Adeus respeito, civilidade, educação. Agora é guerra. É a selva do trânsito e tem-se que sobreviver. Os mais fracos que se cuidem.

Mas tem que ser assim? Não de forma alguma. Mas para isso é preciso que os órgãos responsáveis pelo trânsito tenham bom senso. Não é porque um vereador enviou um pedido de providência para aquele cruzamento secundário que vamos colocar mais um semáforo e um redutor de velocidade. Ele está no papel dele, procurando votos, atendendo ao pedido de um eleitor. Mas os dirigentes do trânsito não podem simplesmente embarcar nessa. É preciso cautela, estudo técnico e medida certa pela segurança da maioria e a fluidez do trânsito. É necessária uma ação conjunta da Sentram e Detran. Não podem trabalhar como ilhas independentes só por serem governos de níveis diferentes. O interesse é comum. O objetivo é o mesmo cidadão.

O trânsito hoje é assunto para especialistas. É uma ciência. Não pode ser para leigo. As pessoas e as cidades vivem em função da sua capacidade de mover-se. Não é com semáforos de duzentos em duzentos metros que se resolve. A pacificação vem com medidas inteligentes que atraia a adesão do usuário. Que tal começarmos sincronizando essa multiplicidade de semáforos? Que tal deixarmos de irritar o usuário com semáforos fechando na sua cara a cada esquina? Que tal devolvermos ao condutor o prazer de dirigir ao invés de transformá-lo num instrumento da morte? Diz aí meu irmão!

Osmar Silva
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