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Osmar Silva

As festas de Porto Velho


Tem coisas que me chamam a atenção e me intrigam. Como as festas de Porto Velho. Adoro festas. Carnaval, Flor do Maracujá, feiras agropecuárias com seus rodeios e mesas da amargura, reveilon e 7 de setembro. Todas, de grande apelo cultural, inseridas no calendário turístico de Porto Velho, que, ultimamente, não vêm sendo respeitado. Por isso mesmo provoca frustração e uma enxurrada de reclamações da sociedade.

Até porque Porto Velho é uma cidade com poucas e mal cuidadas áreas de lazer. Apesar de um belíssimo beira-rio. O governo estadual é quem está minimizando essa deficiência.

A Flor do Maracujá, propagandeada como a maior festa junina do Norte(para quem não conhece a de Boa Vista, no agradável Parque Anauá, encravado no coração da capital do povo Macuxi), vem se apresentando aos trancos e barrancos, um ano aqui outro ali. E este ano, onde será o acolá? Além de faltar espaço próprio, falta verba(pública) cronicamente.

Na mesma situação está o Carnaval e a Expovel. Esta, vivendo momentos de indefinição. Não tem mais lugar e, parece, nem diretoria. E se tem, está amorfa. Falta garra para arregimentar, liderar, acontecer. E por que esse quadro desanimador?

Simples: todos dependem do bolso dos governos estadual e municipal. Do espaço ao adereço. Tudo historicamente pendurado nas verbas públicas.  Se não houver dim-dim da burra, não tem fantasia para as escolas de samba, nem para as quadrilhas e nem para o boi bumbá. Sem verba, não tem festa. E os culpados são os dirigentes públicos insensíveis com a cultura e as tradições.

Então lembro a Festa do Peão de Ariquemes, esta sim, uma das mais importantes do Norte e reconhecida nacionalmente. Ela, como tantas outras do interior de Rondônia, não depende de dinheiro público. Nunca dependeu. Nelas, o poder público é somente um parceiro como qualquer empresa patrocinadora. E quase sempre, participa somente com prestação serviços. Apesar de ser parte interessada, pois lucra, e muito, com a festa.

Até o terreno onde a APA realiza a Festa do Peão, foi comprado. Não foi doação de ninguém. E diretoria nenhuma condenou, culpou ou acusou o poder público de não ter dado dinheiro. Esse, em regra, é o comportamento da sociedade do interior de Rondônia.

Digo-lhes isso com a segurança de quem é um dos fundadores da entidade. Sócio remido 36. Espichei corda na Avenida Jamari, nos fins de tardes, com João Teles, o idealizador da entidade, e outros companheiros, parando carro para colher assinaturas na ata de fundação. O presidente atual da APA ainda era criança, filho de pioneiro que matava porcos para sustentar a família.

Não está hora dos empresários de Porto Velho, a maior cidade do estado, a maior concentração de ricos e de riquezas, saírem do imobilismo egoísta e se juntarem com a entidades que representam os diversos segmentos e começarem a materializar a construção de suas próprias representações culturais, hein!!!

Onde andam os pecuaristas da Capital? E por que as escolas de samba não produzem eventos com suas baterias e passistas? Hã? Foi assim que nós fazemos lá no interior. Ninguém fica chorando pitanga pelos cantos, não.

Vamos deixar o dinheiro do povo para a saúde, a segurança e a educação pública dos nossos filhos. Assim, num ambiente mais educado e seguro, quem puder, poderá até dá umas voltinhas pela cidade com suas ferraris, sem medo de ser feliz.

Osmar Silva é jornalista – [email protected]

  

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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