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Montezuma Cruz

Vídeo mostra êxito de mandiocultores contra a poluição do ar na Amazônia


Vídeo mostra êxito de mandiocultores contra a poluição do ar na Amazônia  - Gente de Opinião
Pará adotou métodos da Embrapa que melhoram a produtividade e evitam o uso da queimadas /DIVULGAÇÃO



MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias

 

CAMPO GRANDE (MS) – Roça sem fogo e Trio da Produtividade, métodos revolucionários que evitam a emissão de carbono à atmosfera, chegaram ao YouTube. Um vídeo mostra que em municípios onde foram aplicadas essas técnicas não há mais queimadas e a produtividade da mandioca aumentou em até 50%, comparada às safras anteriores.
 

Segundo o secretário municipal de agricultura de Moju, Gerson Martins, o volume de mandioca colhida ultrapassou a 13 toneladas por hectare, alcançando 20 a 25 t em áreas com maior número de lavouras dentro do modelo. “Hoje percebemos produtores já praticando e incentivando outros a fazer o mesmo; o ganho é muito grande”, ele diz.
 

Cada hectare de floresta não queimado na Amazônia evita a emissão de 70 toneladas de carbono. Tecnologias aplicadas inicialmente à produção de mandioca podem beneficiar diretamente cerca de 600 mil pequenos agricultores. “O primeiro passo é a escolha da área e a sua demarcação”, explica o pesquisador de Embrapa Amazônia Oriental, Raimundo Nonato Brabo Alves.

Vídeo mostra êxito de mandiocultores contra a poluição do ar na Amazônia  - Gente de Opinião
Brabo Alves explica em vídeo os métodos que revolucionam a agricultura no Baixo Tocantins /MONTEZUMA CRUZ
 


 

Com 508 mil hectares de área cultivada com mandioca, o Pará é o maior produtor de mandioca do País, obtendo cerca de cinco milhões de toneladas anuais. Há mais de 30 anos pesquisadores da Embrapa estudam o comportamento dessa cultura responsável pelo sustento de milhares de famílias em estados amazônicos.
 

Abaetetuba, Acará, Baião, Cametá, Capitão Poço, Ipixuna do Pará, Ourém, Moju, Paragominas e Vigia adotaram os métodos. “A importância da roça sem fogo é o seu serviço ambiental”, relata Brabo Alves.

 

Vencendo a resistência
 

O técnico da Emater–PA, Astrogildo de Souza Sobrinho, lembra que a resistência dos pequenos produtores às mudanças tecnológicas motivou uma série de palestras nas comunidades. Lideranças que decidiram optar pelos métodos agroecológicos foram incorporadas aos cursos e a assim os desafios foram superados.
 

“Com esse foco adotamos os métodos associados Roça sem fogo e Trio da Produtividade, explica Brabo Alves. Lembra que, em 2009 divulgou-se um estudo revelando que nas árvores dos 100 milhões de hectares de terras indígenas e reservas extrativistas existem 15 bilhões de toneladas de carbono. Conforme o Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), esse volume é 30% das 47 bilhões de toneladas de carbono espalhadas nos troncos, galhos e no solo das florestas da região; ou seja, oito vezes o esforço mundial de reduzir a emissão de gases-estufa prevista no primeiro período do Protocolo de Kyoto.
 

“A Embrapa Amazônia Oriental está fazendo a sua parte no controle das emissões de carbono na atmosfera, só que, de nada adiantaria produzirmos essas tecnologias, se não vencermos as barreiras dos interesses econômicos para chegar a quem realmente precisa”, alertou.

 

 VEJA O VÍDEO DA EMBRAPA

 

Trio da produtividade e Roça sem fogo

 
 

CONHEÇA OS MÉTODOS AGROECOLÓGICOS
 

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■ Pesquisador propõe crédito de carbono para pequenos


Roça sem fogo ganha adesão de prefeituras

O sonho das mil roças sem fogo no Pará

 

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