Sábado, 18 de abril de 2015 - 00h19
Montezuma Cruz
É alto o percentual índice de interrupção do tratamento de tuberculose em Rondônia. O Ministério da Saúde estabelece em 5% o percentual de abandono e o estado alcançou índices entre 10% e 13%.
Em 2014, só em Porto Velho 48 pessoas, de um total de 63 no estado, reingressaram no tratamento dessa doença causada pelo bacilo de Koch, depois de abandoná-lo por conta própria.
“Isso é preocupante”, lamentou hoje (16) a coordenadora do controle de tuberculose na da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), enfermeira Nilda de Oliveira Barros. “Em 2012, Rio Branco (AC) obteve o melhor percentual de cura no País, enquanto Porto Velho ficou na 4ª colocação dentre as capitais com maior abandono de tratamento”, ela disse.
Quarta causa de mortes entre as doenças transmissíveis e a primeira causa de morte de pacientes com AIDS, a TB (assim é conhecida a doença na linguagem médica) tem cerca de 70 mil casos novos por ano no Brasil. Rondônia é o terceiro estado brasileiro em casos de TB entre os povos indígenas, situando-se atrás dos estados de Tocantins e São Paulo (1º). Cacoal e Guajará-Mirim têm o maior número de casos.
Em 2013, a TB levou à morte 14 pessoas em Rondônia e, em 2014, mais oito: Alta Floresta do Oeste (1), Cacoal (2), Cerejeiras (1), Porto Velho (3) e Vilhena (1). No entanto, alguns municípios obtêm índices positivos, entre os quais Cacoal e Ji-Paraná, cidades onde equipes de saúde dão importância ao agravo, com prioridade para o Tratamento Diretamente Observado (TDO).
Na investigação de 594 casos novos em 2014, Ariquemes teve 37, Cacoal 28, Vilhena 16, Ji-Paraná e Rolim de Moura 13 cada, e Porto Velho, 321. São 39 as pessoas que anteriormente tiveram a doença, trataram, mas voltaram a contraí-la, das quais, 29 da capital.
O tratamento gratuito dura seis meses e está disponível em todas as unidades de saúde do SUS pode ser feito nos centros de saúde ou em casa. “Quando a pessoa começa a se tratar, apresenta melhora, pensa que está curada e abandona o tratamento, com o passar do tempo volta a sentir todos os sintomas e ainda corre o risco de se tornar resistente à medicação”, alertou Nilda Barros.
Paliativos não resolvem
Especializada em pneumologia sanitária e gestão de programas com ênfase em TB, a coordenadora constatou que muitos doentes, ao pensarem que estão com uma gripe comum usam xaropes e procuram o pronto atendimento do SUS ou uma clínica particular, onde fazem nebulização que alivia os sintomas, e não saem dos paliativos:
A Agevisa alerta a todos os profissionais de saúde que a TB nunca deixou de existir. Seus sinais e sintomas são tosse com escarro por três semanas ou mais – às vezes com sangue -, perde o apetite, emagrece, se cansa facilmente, tem dor no peito e nas costas e febre baixa, geralmente à tarde.
A TB ataca principalmente os pulmões, rins, olhos e ossos. O risco de adoecer é geral, porém é maior entre as pessoas que convivem com doentes de TB pulmonar, sem tratamento, em lugares fechados, e aquelas em condições precárias de saúde, alimentação, habitação, alcoólicos, portadores de AIDS ou de diabetes.
Segundo Nilda Barros, a situação melhora se as equipes de saúde seguirem rigidamente as recomendações do Ministério da Saúde para o tratamento diretamente observado.
Oficina em Ariquemes
A maior causa de óbito é o diagnóstico tardio. Assim, em parceria com a Agevisa e Ministério da Saúde, o município de Ariquemes promoverá nos próximos dias 23 e 24 uma oficina cujo tema é TB em populações mais vulneráveis. Semelhante evento ocorreu em novembro do ano passado, em Porto Velho.
A TB é transmitida pelo ar, de pessoa doente sem tratamento para outra sadia. Ela ocorre por tosse, espirro e pela fala. Não se pega a doença quando se usa os mesmos pratos, talheres, roupas de cama, toalhas e vaso sanitário que o doente usa. Se a pessoas descobre o sintoma e o profissional de saúde também, tudo fica mais fácil. E se tiver hábitos saudáveis, eles funcionam como preventivo para que ela não adoeça.
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