Segunda-feira, 13 de setembro de 2021 - 20h06
Aos 80 anos, depois de ter sido preso pela Polícia Federal como corrupto e entrar num período de ostracismo, Michel Temer volta aos holofotes. Se não como um salvador nacional, ao menos como o político que está resolvendo o conflito entre Bolsonaro e o STF, que começava a incluir o legislativo federal.
O mais qualificado dos representantes do populismo no Brasil, capaz de tecer teias para a aproximação, entendimento e acordo entre os ocupantes de posições no alto da cúpula nacional. Um mestre da conciliação, um antípoda das reformas. O bombeiro convocado por Bolsonaro para apagar os muitos focos de incêndio que ele espalhou pelo país.
Os petistas acusam Michel Temer de ter traído a presidente Dilma Rousseff. A afirmativa se tornou dogma, verdade absoluta, o fio desencapado do golpe de 2016. É uma declaração fácil e insustentável.
Temer foi escolhido pelo PT para ser vice de Dilma em 2010 e 2014. Em 7 de abril de 2015, em meio a onda de protestos nas ruas contra o governo, Dilma nomeou Temer o seu articulador político. Foi além: transferiu para ele as funções da Secretaria de Relações Institucionais, extinguindo-a.
A missão de Temer era melhorar o relacionamento do governo com o Congresso Nacional, principalmente com o PMDB, que Dilma já não era capaz de promover (nunca foi capaz). No posto, o vice-presidente logo se colocou contra o impeachment da presidente, a principal palavra de ordem nas ruas, porque iria gerar “uma crise institucional”, além de não possuir “base jurídica e nem política".
Só quatro meses depois, quando Temer começou a procurar um líder com “a capacidade de unir o País’, é que os petistas começaram a achar que ele estava conspirando contra Dilma para assumir seu cargo. A reação de Temer foi imediata: ele devolveu à presidente a coordenação política. Dilma pediu que ele se mantivesse no cargo, sem, no entanto, desfazer os ataques do seu partido ao vice-presidente.
No início de setembro ele renunciou, alegando que estava sendo boicotado pelos petistas. A partir daí Temer começou a articular realmente a derrubada de Dilma e a sua ascensão ao lugar dela. Com sucesso, como se viu. A presidenta mostrou que, por seus próprios meios, ainda que poderosos, não poderia se salvar.
Ao conseguir colocar Bolsonaro em contato com o ministro Alexandre de Moraes e estender o armistício aos beligerantes nos fronts institucionais, Temer completou a obra conclamando a todos a olhar para o futuro, esquecendo esse ainda fumegante 7 de setembro. O que o vice de Dilma armou para esse futuro em seu benefício e dos convivas? Um novo líder da união geral na cúpula do poder?
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