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Montezuma Cruz

O que querem os engenheiros?


O que querem os engenheiros? - Gente de Opinião

Participantes do debate pelo Google meet, terça-feira passada, queixaram-se de uma prática antiga no Estado de Rondônia: a nomeação de pessoas leigas para exercer cargos e funções que requerem conhecimentos técnicos e científicos da área de Engenharia.

 

O debate possibilitou à classe conhecer o perfil dos candidatos à presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), visando à eleição no próximo dia 15.

 The right man in the right place é no momento o melhor lema para a classe, ou seja: o homem certo no lugar certo. 

“O objetivo foi alcançado, e o eleito, seja qual for, deverá evitar que algumas situações se repitam”, comentou o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape) em Rondônia, engenheiro florestal Joel Magalhães. 

Multidisciplinar, o Ibape foi o responsável pelo convite à classe e se posicionou com firmeza para mudar o status quo (estado de coisas) quanto ao exercício ilegal da profissão. 

“Os engenheiros assumiram compromissos pleiteados pela comunidade técnica, alguns deles não contemplados pela legislação e que exigiriam mudanças da Lei”, considerou Magalhães. “A classe precisa interagir mais com o Poder Legislativo”, reivindicou.

 

INTERNET À FRENTE 

Para o candidato à presidência do CREA, engenheiro civil Abelardo Townes de Castro Filho, o órgão “precisa deixar a imagem de cartório”. “Só arrecadar não basta, os profissionais cobram o retorno dos recursos”, comentou. 

Abelardo critica as duas cobranças de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), uma para o projeto, outra para execução. 

“São R$ 189 cada uma. Acre, Amapá e Rondônia são carentes, não suportam o peso financeiro, por isso me comprometi se eleito, cobrar apenas uma vez”, disse. 

O candidato acredita que a arrecadação deve ser revertida, principalmente, em simpósios e treinamento de profissionais. 

Ao mesmo tempo, comparou o CREA ao governo “por manter salários altos em cargos comissionados, quando existe carência em outras áreas”. 

“Se eleito, controlaremos gastos com diárias: viajar, só em extrema necessidade”, propôs. Segundo Abelardo, a pandemia mostrou a possibilidade de se resolver diversas situações por videoconferências”. 

Abelardo, que é professor e leciona concreto protendido na Faculdade de Rondônia (Faro), disse ter dado aulas por videoconferência quarta-feira, quando estava em Ji-Paraná, e sexta-feira, quando se encontrava em Rio Branco.

 

“EQUIPAMOS A FISCALIZAÇÃO” 

O atual presidente do CREA e candidato à reeleição, engenheiro florestal Carlos Eduardo Xavier, Carlão, disse que a sua gestão fez funcionar a ART automática. “Antes ela demorava 24h, hoje sai autenticada, em meia hora”. 

“Fiscais, funcionários e conselheiros participaram de treinamento. A fiscalização hoje é georreferenciada, e com os dados pode utilizar as coordenadas geográficas sem a necessidade de voltar, por a uma fazenda, por exemplo”,  assinalou. 

O CREA colocou notebooks, tablets e telefones celulares a serviço da fiscalização, informou o presidente. “Ficou mais atuante, moderna e diversificada”, disse. 

Também foi possível consolidar a construção da nova sede, com recursos obtidos no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). 

Segundo Carlão, convênios de fiscalização com o Idaron, Corpo de Bombeiros Militar, Prefeitura e Sedam também impulsionaram esse trabalho. Já com vistas às inspeções prediais o CREA buscou leis que normatizem serviços públicos nos âmbitos da União, Estados e Municípios. 

Câmaras Especializadas em Engenharia promoveram reuniões em Ariquemes e Ji-Paraná, com a presença de conselheiros. Em Cacoal Ji-Paraná e Vilhena, os bombeiros ministraram o projeto de combate a incêndio e pânico. 

“Também fizemos gestões em defesa dos interesses da Engenharia, da Agronomia e da Geociência; pretendemos criminalizar o exercício ilegal da profissão”, informou. 

Lamentou que o Departamento de Estradas de Rodagem e algumas prefeituras municipais ainda empreguem amigos de políticos em cargos de chefia, tomando o lugar do profissional de Engenharia. 

Segundo Carlão, o CREA deverá acompanhar o andamento de aproximadamente cem projetos em tramitação no Congresso Nacional. “O Ensino a distância, novas idéias e novos projetos fazem parte deles”, explicou. 

Firmou o compromisso de promover um café da manhã, no qual regularmente sejam debatidas demandas e críticas. E por videoconferência, estabelecer um canal de comunicação com a classe uma vez por mês.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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