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Gente de Opinião

Montezuma Cruz

Na era digital, o cinema chega aos distritos do Baixo Madeira


Próxima etapa da mostra itinerante do Fest Cineamazônia será no Acre e no Peru. 


MONTEZUMA CRUZ e 
SOLANO FERREIRA
contato@agenciaamazonia.com.br 
 

PORTO VELHO, RO – Ao longo de décadas os ribeirinhos de Calama souberam que na cidade teriam diversão. Apreciavam participar de suas festas juninas, de aniversário, casamento e batizados, mas poucos conheciam a cidade. Uns a visitavam apenas para adquirir bens, utensílios domésticos e gêneros alimentícios; outros iam a Porto Velho para ver futebol, dançar nas célebres casas noturnas – cujo repertório dividia-se entre o cancioneiro popular e o rock – e para assistir às sessões dos cines Reski, Brasil e Lacerda. 

Numa tarde calorenta de um dia de semana em 1978, por exemplo, “Vinte mil léguas submarinas”, de Julio Verne, lotou a matinê do Cine Lacerda, na Avenida Sete de Setembro. Ao lado, a lanchonete vendia bonbons, balas, sanduíches, refrigerantes e pipoca. 

Atualmente, não resta nenhum desses cinemas. Na era da TV digital, as barrancas dos rios são habitadas por pessoas que, se quiserem, já têm acesso à internet. E não precisarão mais procurar as salas de shoppings, para onde migraram os salões dos cinemas, agora reduzidos a minguados duzentos ou trezentos lugares. O cinema está chegando às vilas, aos distritos, aos municípios rondonienses e até mesmo ao departamento (estado) boliviano do Beni. 

Na semana passada, o Fest Cineamazônia 2009 cumpriu no distrito de Calama a quarta etapa da mostra itinerante O projeto foi levado para moradores de comunidades tradicionais na região do baixo rio Madeira em Rondônia e Amazonas. Cerca de 1.700 pessoas assistiram a mostra. A próxima etapa da itinerância será no Acre e no Peru, pela integração latino-americana por meio da arte. Em Humaitá, a duzentos quilômetros de Porto Velho, cerca de 400 pessoas assistiram a mostra. 

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Entusiasmo da juventude 

Em Calama, um público de 400 pessoas lotou a área portuária na frente da Igreja São João Batista. A estudante Adriana Moraes da Silva destacou a importância de conscientizar os moradores para o destino certo do lixo, evitando a contaminação do rio Madeira e dos afluentes. 

No distrito de Demarcação, a mostra foi assistida por aproximadamente duzentas pessoas, às margens do rio Machado, afluente do rio Madeira. O fiscal ambiental voluntário Walter Rodrigues Sobrinho demonstrou preocupação com a preservação dos pescados nos lagos naturais. Para ele, toda forma de educação ambiental é importante para mudar o conceito das pessoas. 

Os moradores do distrito de Nazaré, rico em arte, utilizam a cultura como forma de educação ambiental e para manter viva a história.  Na era digital, o cinema chega aos distritos do Baixo Madeira  - Gente de OpiniãoO grupo “Minhas Raízes”, formado por crianças e adolescentes, mostrou parte do repertório que está sendo preparado para o segundo disco. Na exibição do festival, cerca de 300 pessoas prestigiaram os filmes. 

O distrito de São Carlos foi o primeiro a receber a mostra itinerante. A projeção foi numa quadra coberta para um público estimado em 400 pessoas. A freira Fabiane Samara, que está há cinco anos em missão religiosa no distrito, vem incentivando as mulheres na produção de biojóias. Para a religiosa, o desenvolvimento sustentável é a melhor forma de gerar emprego e renda sem afetar o meio ambiente. 

O Fest Cineamazônia Itinerante é patrocinado pela Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à cultura, da Secretaria de Audiovisual, do Ministério da Cultura. Tem como apoiadores: Santo Antônio Energia, Maporé, Governo de Rondônia, Prefeitura de Porto Velho, senadora Fátima Cleide e deputado federal Eduardo Valverde. 

Fonte: Montezuma Cruz / A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião e do Opinião TV.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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