Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Montezuma Cruz

Movimento vê ato arbitrário na proibição do acesso de educador à Igreja, em Ji-Paraná


Movimento vê ato arbitrário na proibição do acesso de educador à Igreja, em Ji-Paraná - Gente de Opinião

MONTEZUMA CRUZ

Em nota, o Movimento Preserva, Ji-Paraná protestou esta semana contra a decisão da Cúria Diocesa de Ji-Paraná de restringir, em 13 de agosto, o acesso às suas dependências, do educador popular Mauro Porto, quando ele se reuniria com a equipe do Projeto Padre Ezequiel para tratar de assuntos profissionais. "É retaliação", considera o movimento. Porto sempre fora aceito no local, que frequenta há tempos, entretanto causou estranheza ao Bispado, ao engajar-se na defesa do patrimônio da Igreja Matriz de São João Bosco, ameaçado de demolição.

Desde antes da proibição, Porto sentira diferença no tratamento da Igreja. Sua companheira, então funcionária da Diocese, fora demitida sem maiores explicações após participar de um ato público em defesa da igreja matriz. Porto iniciou em 2011 sua atuação na Diocese de Ji-Paraná, a 370 quilômetros de Porto Velho, a convite do ex-bispo titular dom Antônio Possamai, que o convocara para fazer funcionar a Pastoral da Sobriedade. Pouco depois, assumiu a coordenação da Escola de Formação Fé e Política e o Programa de Formação Continuada em Políticas Públicas e Orçamento.

Em 2005 ele ingressou na equipe do Projeto Padre Ezequiel, responsabilizando-se por integrar transversalmente o tema das políticas públicas. Também coordenou pastorais sociais, elevando o nome da Diocese. Mesmo pedin do afastamento em 2009, Porto ainda seguiu participando de articulações do Projeto POadre Ezequiel.

O esforço de parte da sociedade ji-paranaense pelo tombamento da Catedral Dom Bosco como patrimônio histórico despertou debate público. O assunto foi parar na imprensa e em redes sociais. Um mês atrás, o Ministério Público Federal recomendou um estudo histórico a respeito da catedral, a fim de subsidiar a discussão sobre o caso. Com isso, foi suspenso o plano da Diocese de demolir o antigo templo.

"Por sua trajetória de comprometimento com a justiça e com as lutas sociais, manifestamos nossa solidariedade a Mauro Porto diante do ato arbitrário que o proibiu de entrar na Cúria Diocesana, lugar ao qual dedicou boa parte de sua vida profissional e seu engajamento político. Lamentamos que a Diocese, historicamente comprometida com as causas sociais e que já foi espaço de acolhida das demandas do povo e de fomento de iniciativas de democratização da sociedade, seja autora de um ato como este, direcionado a alguém que aprendeu, dentro desta mesma Diocese que hoje ergue muros, que a democracia se constrói com o direito à livre expressão da opinião", diz o Preserva, Ji-Paraná.


 Igreja antiga de Ji-Paraná ameaçada de demolição
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 17 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A maneira como os anúncios atraíam a freguesia, um século atrás

A maneira como os anúncios atraíam a freguesia, um século atrás

Passados 105 anos, vamos conhecer um pouco da publicidade da década de 1920 por aqui? Os anúncios eram detalhados, algo que veio se repetindo nas dé

A terra treme em Porto Velho

A terra treme em Porto Velho

Já sob a direção do médico baiano Joaquim Augusto Tanajura, em 19 de janeiro de 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, o jornal Alto Ma

Este é o patrimônio verde rondoniense em tempos de COP-30

Este é o patrimônio verde rondoniense em tempos de COP-30

Estão em Rondônia dez das 805 Reservas Naturais do Patrimônio Natural (RPPNs) do País. Elas são áreas protegidas, de acordo com o Sistema Nacional d

Já se passam 82 anos, desde o incentivo do Banco da Borracha à presença da VERT

Já se passam 82 anos, desde o incentivo do Banco da Borracha à presença da VERT

Porto Velho ainda pertencia ao Amazonas no final de fevereiro de 1943, quando o diretor do Banco de Crédito da Amazônia), Ruy Medeiros, visitava a Ass

Gente de Opinião Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)