Domingo, 16 de julho de 2017 - 11h28
Idadela?
Qual a idade dela?
Inda fais!
Ainda faz!
Pedrinho saiu indagora.
Saiu há pouco.
Ali o padre vai construir a igrêa.
Construir a igreja.
Perainda!
Espere um pouco. Espere aí.
Jorge Maia
Eu era menino, e não faz muito tempo, quando eu ouvia minha mãe usar a expressão “perainda” sempre que alguém lhe pedia pressa, ou lhe cobrava uma resposta mais imediata e a usava mesmo na sua idade mais avançada, quando naquelas circunstâncias. Perainda, pensando bem, parece uma palavra tupi guarani, mas se pronunciada muito rápido e com um som mais gutural parece japonês.
O certo é que é uma palavra nossa, aqui do nordeste. Mas as palavras são assim, poéticas, pesadas, mansas ou agressivas. Talvez, ou certamente, o que promoveu o desenvolvimento do ser humano, em razão do poder de comunicação e aqui não vale citar o papagaio, que apesar de falar algo, não comunica criatividade.
O que chamou a minha atenção é que duas pessoas em sua atividade diária, uma do nordeste, outra do sudeste, quando o sudestino ( isto existe?) solicitou do nordestino certa informação e este disse: perainda. O sudestino franziu a testa, sem entender do que se tratava e perguntou: o que é perainda?
O nosso nordestino não entendeu do que se tratava, pois acostumado a dizer perainda, nunca parou para examinar a expressão e ficou sem saber o que falar e respondeu: eu não sei. Quem disse isso? Ao que o outro respondeu: Você acabou de falar perainda.
Esta é a magia das palavras; estabelecer conceitos subjetivos e abstratos, às vezes materializando compreensões que nos remetem ao conhecimento da ciência ou da alma humana, pois denunciam as nossas certezas ou a nossa ausência do mundo que nos circundam.
Perainda é bem nossa. É algo que todos nós sabemos,mas só quando nos chamam a atenção é que paramos para pensar em seu significado e só nos resta sorrir quando descobrimos a corruptela da expressão, que se pronunciada na sua inteireza não faz sentido usar. Mas, e Daí? É o nosso jeito de falar em uma conversa coloquial.
São tantas as expressões que usamos no dia a dia, e que jamais usaríamos em uma apresentação pública. é como se tivéssemos um dialeto dentro do nosso idioma, sem que deixasse de ser Português. Por exemplo, quando falamos: ou as meninas, querendo chamar a atenção de meninas. Esse plural poético com gosto de infância.
São tantas e tantas que em outro momento poderei enumerar algumas,. Mas agora, gente! Perainda!
Texto de Jorge Maia saiu originalmente, no Blog do Anderson
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