Sábado, 17 de junho de 2017 - 06h51
Logo agora que o presidente Michel Temer se acertou com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, reuniu ministros, conversou com governadores, empresários, manteve pero no mucho o apoio dos tucanos e antes de tudo e sobretudo conseguiu barrar a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eis que Joesley Batista, entrevistado por “Época”, acusa o presidente de “liderar a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil.”
Lançada às vésperas da viagem presidencial à Rússia, a bomba atiça as labaredas que haviam se aquietado pelas bandas do Palácio do Planalto, convertendo-se em mais um ingrediente de instabilidade institucional, algo que o ministro Gilmar Mendes, mais afeito à política do que à toga, pretendeu afastar quando rechaçou robustas provas de abuso econômico e político na campanha de 2014 em nome da estabilidade do mandato presidencial.
Joesley Batista prestou depoimento na Justiça Federal, em Brasília, nesta sexta-feira, 16. Líder de grupo empresarial investigado em cinco operações da Polícia Federal desde 2016, delator que gravou da forma como gravou o presidente, em áudios questionados por peritos, disse à revista que nunca teve coragem de “brigar com eles”, referindo-se ao grupo de peemedebistas liderados nas supostas ações criminosas por Temer, com quem se relaciona desde 2009.
Corrupto tanto quanto os que delata, Joesley bamburrou, fazendo negociatas no BNDES e onde mais pudesse atender seus interesses, como no FI-FGTS, na Caixa, sob comando de Eduardo Cunha, com beneplácito do PT, e diz ter se tornado refém de dois presidiários, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara dos Deputados.
É assombroso como um empresário milionário tenha ficado nas mãos da dupla, pagando propinas por muito tempo, e mesmo no auge da Lava Jato bancado ao longo de 2016 R$ 5 milhões em dinheiro vivo para Cunha. Se quisesse dar um basta ao grupo que diz “ser muito perigoso” e de “difícil convívio” poderia ter feito. Preferiu delinquir, e sua colaboração com as autoridades é cercada de desconfiança.
Diminuto na estrutura empresarial, dono da Dunel Indústria e Comercio, criada para fornecer equipamentos, Hermes Freitas Magnus fez o que Joesley, empresário que se serviu à farta do Estado em vez do Brasil se servir de suas empresas, jamais pensou em fazer.
Denunciou um esquema, ainda em 2008, do que viria a ser a Lava Jato, envolvendo lavagem de dinheiro praticada por José Janene, à época deputado do PP prestigiado por Lula, e o doleiro Alberto Youssef. A Polícia Federal não deu importância, e somente depois de anos, com o delegado Márcio Anselmo no caso, a gravidade das informações de Hermes ganhou a dimensão devida.
Hermes Freitas é credor do Brasil. Não fosse ele, esmagado pelo mercado, derrotado nas pretensões de crescimento – a empresa saiu de 30 empregados para 4 – e ameaçado, a Lava Jato, consolidada em três anos de atuação, não teria existido.
Mas se é verdade que Joesley aprecia, como tantos empresários brasileiros, viver perigosamente, fazendo negociatas sórdidas com dinheiro público, comprando políticos, é bem verdade que o presidente Temer e o outro que se acha a alma mais honesta do Brasil assim também o vivem.
Um tentando igual a maratonista superar os obstáculos que colocam à prova sua permanência no cargo, para isso fazendo o que necessário for, e outro toda hora dizendo enxurrada de mentiras para plateias amestradas, com intuito de vitimização, de que trava batalha política e não contenda judicial na qual responde como réu em cinco inquéritos.
Vive também perigosamente o Tribunal Superior Eleitoral, fiador de dosagens de instabilidade até 2018. Menos traumático para o país seria ter abraçado a verdade, a verdade das provas eloquentes, chama vital para renascimento de uma nova ordem republicana.
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