Quinta-feira, 28 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mara Paraguassu

Vivendo perigosamente - Por Mara Paraguassu


 Vivendo perigosamente  - Por Mara Paraguassu - Gente de Opinião

Logo agora que o presidente Michel Temer se acertou com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, reuniu ministros, conversou com governadores, empresários, manteve pero no mucho o apoio dos tucanos e antes de tudo e sobretudo conseguiu barrar a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eis que Joesley Batista, entrevistado por “Época”, acusa o presidente de “liderar a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil.”

Lançada às vésperas da viagem presidencial à Rússia, a bomba atiça as labaredas que haviam se aquietado pelas bandas do Palácio do Planalto, convertendo-se em mais um ingrediente de instabilidade institucional, algo que o ministro Gilmar Mendes, mais afeito à política do que à toga, pretendeu afastar quando rechaçou robustas provas de abuso econômico e político na campanha de 2014 em nome da estabilidade do mandato presidencial.

Joesley Batista prestou depoimento na Justiça Federal, em Brasília, nesta sexta-feira, 16. Líder de grupo empresarial investigado em cinco operações da Polícia Federal desde 2016, delator que gravou da forma como gravou o presidente, em áudios questionados por peritos, disse à revista que nunca teve coragem de “brigar com eles”, referindo-se ao grupo de peemedebistas liderados nas supostas ações criminosas por Temer, com quem se relaciona desde 2009.

Corrupto tanto quanto os que delata, Joesley bamburrou, fazendo negociatas no BNDES e onde mais pudesse atender seus interesses, como no FI-FGTS, na Caixa, sob comando de Eduardo Cunha, com beneplácito do PT, e diz ter se tornado refém de dois presidiários, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara dos Deputados.

É assombroso como um empresário milionário tenha ficado nas mãos da dupla, pagando propinas por muito tempo, e mesmo no auge da Lava Jato bancado ao longo de 2016 R$ 5 milhões em dinheiro vivo para Cunha. Se quisesse dar um basta ao grupo que diz “ser muito perigoso” e de “difícil convívio” poderia ter feito. Preferiu delinquir, e sua colaboração com as autoridades é cercada de desconfiança.

Diminuto na estrutura empresarial, dono da Dunel Indústria e Comercio, criada para fornecer equipamentos, Hermes Freitas Magnus fez o que Joesley, empresário que se serviu à farta do Estado em vez do Brasil se servir de suas empresas, jamais pensou em fazer.

Denunciou um esquema, ainda em 2008, do que viria a ser a Lava Jato, envolvendo lavagem de dinheiro praticada por José Janene, à época deputado do PP prestigiado por Lula, e o doleiro Alberto Youssef. A Polícia Federal não deu importância, e somente depois de anos, com o delegado Márcio Anselmo no caso, a gravidade das informações de Hermes ganhou a dimensão devida.

Hermes Freitas é credor do Brasil. Não fosse ele, esmagado pelo mercado, derrotado nas pretensões de crescimento – a empresa saiu de 30 empregados para 4 – e ameaçado, a Lava Jato, consolidada em três anos de atuação, não teria existido.

Mas se é verdade que Joesley aprecia, como tantos empresários brasileiros, viver perigosamente, fazendo negociatas sórdidas com dinheiro público, comprando políticos, é bem verdade que o presidente Temer e o outro que se acha a alma mais honesta do Brasil assim também o vivem.

Vivendo perigosamente  - Por Mara Paraguassu - Gente de OpiniãoUm tentando igual a maratonista superar os obstáculos que colocam à prova sua permanência no cargo, para isso fazendo o que necessário for, e outro toda hora dizendo enxurrada de mentiras para plateias amestradas, com intuito de vitimização, de que trava batalha política e não contenda judicial na qual responde como réu em cinco inquéritos.

Vive também perigosamente o Tribunal Superior Eleitoral, fiador de dosagens de instabilidade até 2018. Menos traumático para o país seria ter abraçado a verdade, a verdade das provas eloquentes, chama vital para renascimento de uma nova ordem republicana.

Email: [email protected]

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 28 de março de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Sinjor promove, nesta quarta, 11,  Roda de Conversa “A Mulher no Jornalismo”

Sinjor promove, nesta quarta, 11, Roda de Conversa “A Mulher no Jornalismo”

Integrado às atividades que estão sendo realizadas em todo o país sob coordenação geral da Comissão Nacional da Mulher da Federação Nacional de Jornal

Mais do que merecido - Por Mara Paraguassu

Mais do que merecido - Por Mara Paraguassu

  O nosso aguerrido contador de histórias Montezuma Cruz, repórter de excelência, foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Teodoro Sampaio (SP) no

PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confucio Moura ao Senado Federal - Por Mara Paraguassu

PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confucio Moura ao Senado Federal - Por Mara Paraguassu

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); PMDB de Ariquemes lança o nome do governador Confúcio Moura ao Senado Federal. (adsbygoogle = windo

Gente de Opinião Quinta-feira, 28 de março de 2024 | Porto Velho (RO)