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Gente de Opinião

Lucio Albuquerque

VIROU ZONA!


Literalmente. Virou Zona! Quando escrevi aqui que vivemos num autêntico "estado de anomia" recebi de dois ou três leitores (às vezes eu nem imagino que tenha tantos consumidores dessas mal traçadas linhas) reclamações,alegando que eu só vejo o lado negativo, tal e coisa. E antes que alguém queira saber o significado, fico com a definição do dicionário michaelis: "1. Ausência de lei ou regra; anarquia. 2 Estado da sociedade no qual os padrões normativos de conduta e crença têm enfraquecido ou desaparecido".

E não é preciso andar muito pela cidade para ver estarmos realmente num estado tal - e só não admitem aqueles que defendem a teoria do "quanto pior, melhor para eles", beneficiando-se do resultado da esbórnia, tipo aqueles que enquanto não se assenhoram do poder criticam tudo e defendem a aplicação ética em tudo, mas quando chegam lá......

O Beni Andrade naquele programa "Papo de Redação", da rádio Parecis, de segunda a sexta 12 hs, tratou nesta quarta-feira de dois problemas que qualquer um de nós enfrenta, quando temos carro e precisamos estacionar na chamada "zona central da cidade", seja em porta de escola ou de loja ou, ainda - e aí é muito pior $$$$ - em área de espetáculos públicos, shows, etc.

Pare no mercado central, no mercado cultural, na feira do Um, na feira livre e por aí afora e confira. Logo surge um "dimenor" maior que você, ou um adulto, e grita de lá: "dotô...". E mesmo que você não queira, não tenha dinheiro ou não precise, o cara simplesmente se escala para "tomar de conta do carro".

Aí coloca um pedaço de papelão imundo no para-brisa do veículo, sem o menor cuidado tanto quanto à sujeira ou se durante a colocação ele o tal papelão esteja cheio de terra e arranhe o vidro. Várias vezes quando digo que não quero e nem quero o tal papelão o guardador de carro reclama, às vezes grita e eu fico sempre no temor que ele acabe arranhando a lataria.

E aí? Vou reclamar a quem? Antigamente alguém diria para reclamar ao bispo, mas depois que surgiram denominações religiosas novas e há quem se autodenomine por tal classificação, não dá para confiar nesses tais. Se eu tiver prejuízo, que eu chame o seguro - mas quem vai pagar o valor contratual para que o seguro seja acionado?

"Antigamente a gente chamava a Polícia", lembrou um vendedor da feira do Um quando comentei com ele, mas o próprio ainda acrescentou: "Mas a Polícia nunca está por perto".

Parodiando aquele filme "O piloto sumiu...", respondi: "É, aqui a Polícia sumiu". E não sumiu apenas porque não se veem mais aquela duplas "cosme/damião" que talvez muita gente que me leia nem saiba ou nem lembre mais delas. Mas a Polícia sumiu porque um contingente considerável, que foi treinado para estar nas ruas, encontra-se à disposição de tudo, menos na atividade-fim para o que aquele pessoal fez concurso, foi treinado e deveria estar atendendo, à segurança pública, ao cidadão.

Outro fator que trava o trabalho policial - e isso ouço de vários deles - é que a legislação tornou-se tão branda no trato com os que cometem infrações à Lei - sejam de pequeno ou grande porte - que o chamado "agente da Lei" acaba se desestimulando, especialmente quando a coisa envolve os "dimenor".

Aqui é bom lembrar o prefeito de uma das grandes cidades norte-americanas. Ao assumir decidiu "limpar" as forças de segurança e, ao mesmo tempo, implantou o que se chama "tolerância zero". Flagrado urinando no muro? Vai para a delegacia. Idem as outras infrações à Lei: flagrado, não havia jeito. Delegacia com o transgressor. Resultado? a violenta queda do índice de criminalidade e a cidade mais limpa, menos perigosa.

Sou contra dar dinheiro. Na porta da minha casa é comum pessoas virem pedir. Roupa, uma toalha, comida, sempre temos. Dinheiro, não. A mesma coisa com esses "flanelões". Poucos, talvez um em mil, como as tartaruguinhas nascidas nas praias onde um dia virão enterrar seus ovos, talvez apenas um em mil realmente faça daquilo um meio de vida. Mas é comum ver-se quando eles pegam um dinheiro. Via de regra compram bebida ou droga.

É de se perguntar: para que temos uma secretaria estadual da Paz? aliás,o que faz tal secretaria? O que fazem as secretarias e entidades públicas voltadas à ação social?

Alguém vai alegar que esses "flanelões" sejam pessoas que a quem a sociedade não deu oportunidade, esse papo furado típico de quem gosta de executar a política do "coitadinho", do "vitimizado", do "excluído social". A´pi eu recordo uma vez quando estávamos comentando a reação do Luciano Hulk depois de ser assaltado e reclamar publicamente contra a falta de segurança. Um dos que participavam da conversa, um (hoje) professor da UNIR e pessoa comumente convidada a debates sobre temas sociais - você já deve ter ouvido o cidadão na TV ou no rádio, criticou o comentário de Hulk, vitimizando não a vítima (o Luciano), mas o ladrão, naquele discurso do "coitadinho social".

Bom, dias depois ladrões entraram na casa do defensor dos pobres e oprimidos e um familiar dele foi visto na TV com um bandido colocando uma arma em sua cabeça. Pronto: o que defendia os que cometem infrações, e muitas vezes criticou a ação de policiais, mudou o discurso. Como disse um outro colega de trabalho, concluinte do curso de Direito, "pimenta no ... dos outros é refresco. Quando é no nosso dói".

Inté outro dia, se Deus quiser!

Lúcio Albuquerque
[email protected]

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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