Sexta-feira, 11 de outubro de 2013 - 12h48
Governador do Acre, centro, chegando a Porto Velho para se encontrar com Vargas
Texto: Lúcio Albuquerque
Foto: Acler e acervo Lúcio Albuquerque
Em 1940 o (hoje) historiador e professor Abnael Machado de Lima era um garoto de oito anos, aluno de uma escola particular dirigida pela professora Leonice, e como todos os moradores de Porto Velho, viveu, naqueles dias 11, 12 e 13 de outubro, três dias muito intensivos tudo porque pela primeira vez a cidade, então sede do município de Porto Velho e atual capital de Rondônia, hospedava ninguém menos que o presidente Getúlio Dorneles Vargas.
“Em setembro de 1940 eu comecei a ouvir falar da vinda do presidente. Em casa, na escola, aonde íamos havia sempre alguém falando e, em alguns casos, duvidando do anúncio feito pelo superintendente da Madeira-Mamoré o coronel Aluízio Ferreira. Getúlio viria a Belém e Manaus, e havia muita expectativa de que ele viesse até Porto Velho, ainda município amazonense e sede da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Naquele tempo se começava a ouvir falar na possibilidade de ser criado um Território Federal na região, apesar da resistência de comerciantes dos rios Guaporé/Mamoré que também pretendiam a criação, mas só na região além Santo Antonio, que era parte do Estado de Mato Grosso e com capital em Guajará-Mirim”.
“Enquanto em Guajará havia fortes lideranças, como o coronel da Guarda Nacional Paulo Cordeiro da Cruz Saldanha e o bispo Dom Francisco Xavier Rey, em Porto Velho só havia uma liderança forte, o capitão Aluízio Pinheiro Ferreira, superintendente da ferrovia Madeira-Mamoré” . Os dois municípios, somados, não chegavam a 25 mil habitantes.
A VISITA
“Na quinta-feira, dia 10, o presidente chegou. Para muitos ele veio dirigindo o hidroavião (catalina) que pousou na baía do Rio Madeira em frente à cidade e deslizou até atracar numa boia. Getúlio vinha na cabine, no lugar do copiloto”, lembra o então garoto Abnael Machado de Lima, acrescentando “a enorme repercussão daquela visita. Veio gente de Humaitá, de Guajará-Mirim e de toda a região e foram três dias que a cidade viveu num frenesi”.
No dia da chegada, 10, os escolares foram liberados – só os que não iriam desfilar em homenagem a Vargas cuja visita estava prevista apenas para três horas, inaugurar uma usina elétrica e ir embora, mas o atraso na chegada da comitiva, que era para ser pela manhã e só chegou 15 horas já mudou os plenos.
Para o (hoje) historiador Abnael Machado, um dos fundadores da Academia de Letras de Rondônia e do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, àquela altura um garoto nas primeiras letras, o importante era a curiosidade.
Enfim amanheceu o dia 10 de outubro de 1940, uma sexta-feira. Todos estavam num único frenesi, desde cedo os olhos voltados para o horizonte, Rio Madeira abaixo, na expectativa que cada um tinha de ser o primeiro a avistar o avião trazendo o presidente e seus acompanhantes.
“Hoje tenho certeza que o Aluízio tinha tudo pronto, tanto que preparou uma extensa programação com desfiles cívicos, visitas ao Instituto Maria Auxiliadora, ao colégio Dom Bosco, inauguração do conjunto Caiari, ao quartel do Pelotão de Fronteira (prédio hoje anexado ao comando da 17ª Brigada de Infantaria de Selva), ao centro de produção no KM 8 (hoje na região onde está a Embrapa), uma ida para conhecer castanhal e seringal onde viu funcionar uma casa de farinha, tomou cafezinho com um agricultor e ganhou um par de botas feita de seringa”.
“Além, claro, de inaugurar a usina, visitar o Grupo Escolar Barão do Solimões onde foi saudado pela estudante filha da diretora Estela Compasso, participar de bailes no Clube Internacional (atual Ferroviário), inspecionar cada setor das oficinas e da estação de passageiros da Madeira-Mamoré e realizar reuniões políticas” continuou o historiador.
“Quando o presidente foi embora, domingo pela manhã, dia 12, a população toda foi deixá-lo no porto. Ele entrou numa canoa e foi levado ao avião. Nós ficamos olhando o local onde o hidroavião desapareceu no horizonte muito tempo depois dele sumir. Três anos depois foi criado o Território do Guaporé, com capital em Porto Velho”, concluiu Abnael Machado de Lima.
Governador do Acre pode ter sido decisivo a favor de Porto Velho
Texto: Lúcio Albuquerque
Durante muitos anos era comum eu ir sentar, como muitos outros interessados na história local, na sala do historiador e jornalista Esron Penha de Menezes (1914/2009) e ouvir suas narrativas. Várias vezes, quando tratou da visita do presidente Getúlio Vargas, ele repetiu os fatos a seguir.
Na chegada do presidente um problema: o prefeito de Porto Velho meteu a mão no paletó para pegar o discurso de saudação, mas deixou ver o punhal que sempre suava. O segurança “Gaúcho” saltou em cima e desarmou o prefeito que até desistiu do discurso.
Naqueles dias o tema era a criação do Território. O governador Epaminondas Martins, do Acre, chamado por Vargas para uma reunião durante a visita, foi questionado sobre o fato, e a proposta das lideranças guajaramirenses, sobre criar o Território, mas só com terras de Mato Grosso e capital em Guajará. Segundo Esron ele respondera: “Presidente, o Território deve ser criado sim, mas com a capital em Porto Velho”. Três anos depois Getúlio criou o Território, com capital em Porto Velho.
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