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Lucio Albuquerque

Do gol de barriga ao técnico campeão


Em 1970 o Fluminense foi campeão da Taça de Prata, equivalente ao hoje Campeonato Brasileiro. Àquela altura o hebdomadário PASQUIM, onde pululavam urubus, saiu com uma charge assinada pelo Henfil onde o personagem "fradinho", em sua irreverência, saudava o título tricolor: "Esse Fluminense é um chato", dizia a legenda.
Nelson Rodrigues falava do "sobrenatural do Almeida" porque, dizia, "tem coisas que só acontecem no Fluminense". Eu, lógico que nem de longe me comparo a Nelson Rodrigues, prefiro me sair com uma definição que me parece mais lógica sobre o tricolor (o verdadeiro, porque Grêmio, São Paulo e outros são falsos): "O Fluminense não é um clube. É um (bom) estado de espírito".
Em 1995 a Naiara, uma das minhas filhas, juntou a sua turma, tudo urubu, para me encher a paciência na decisão do Campeonato carioca: o Flu, dentro de sua superioridade indiscutível, e da condescendência natural dos que tenham a certeza de sua superioridade, deixou que a urubuzada pensasse ter ganho (alegria de pobre dura pouco, ahahaha!) e deixou que o outro marcasse o que os comentaristas antigamente chamavam de "placar clássico", 2x0 e aí decidiu acabar com a brincadeira. No final, para mostrar quem mandava em campo o Renato Gaúcho fez até gol de barriga - o mesmo Renato Gaúcho que, agora, é campeão pela primeira vez, regendo (sim, regendo porque o Flu não tem técnico, tem maestro).
Ser Fluminense é uma questão de saber escolher bem e ter um estilo de vida diferente. Não queremos ser chamados de "maior torcida", até porque ser torcedor do Fluminense é uma questão de qualidade, de entendimento acima da posição que outros se encontram. Preferimos ser aquilo que analistas definem como a "maioria silenciosa". Maioria não em quantidade, mas em qualidade, porque não é qualquer um que tem bom gosto. Até nisso o torcedor (torcedor não, porque o Flu, em não sendo um time de futebol mas, sim, uma companhia de bons espetáculos, tem fãns) é diferente. Os outros vão para qualquer lado.
Vejam só: o Flu sempre ganha nos grandes momentos. Em 1970 ganhou a Taça de Prata, no mesmo ano em que o Brasil (com jogadores do Flu) era tricampeão mundial. Já em 1969 quando o homem chegava à Lua, o Flu era campeão carioca. Em 1995, para que o urubu comemorasse muito o centenário, fomos outra vez campeões. comemoraram tanto que na porta da sede do urubu colcoaram lá uma faixa comemorativa dizendo "Vice-campeão do Centenário - papai não deixou a gente ser campeão". E vai por aí afora. Em 1999, para comemorar com o povão o Flu ganhou a Série C na virada do Milênio: e é preciso observar que o Flu não foi para a Série C: como diz o poeta, a arte deve estar onde o povo estiver. e o Flu foi fazer uma temporada popular com um público diferenciado.
Neste ano de 2007 também não será diferente: Quando o professor perguntar aos alunos: "Me aponte um fato importante do ano de 2007 na área esportiva", certamente que os alunos mais brilhantes e de excelente bom gosto não responderão que tenha sido a edição carioca do Panamericano. Será a citação do ano de mais um título (título não, porque o Flu ganha prêmio) do "clube tantas vezes campeão". Aliás, nós não disputamos competições. O Flu não joga. Se apresenta.
E se o professor perguntar que fato improtante aconteceu no brasil em 2007, em todas as áreas, novamente os alunos mais brilhantes responderão não ter sido a visita do Papa. Vão grafarque foi o Flu, novamente se impondo, quando quer, aos outros.

Alguns títulos que fazem do Flu um clube diferente:

Taça Olímpica
Em 1949 o Fluminense Football Club ganhou esse prêmio especial. O Flu é o único clube latino americano detentor desta taça, equivalente ao prêmio Nobel do esporte, instituído pelo Barão de Coubertin - criador dos Jogos Olímpicos.

MUNDIAL INTERCLUBES
1952, quando o Maracanã ainda chorava a perda da Copa do Mundo para o Uruguai, em 1950, o Fluminense fez o maior estádio do mundo voltar a sorrir conquistando ali a Copa Rio, primeira versão do Mundial Interclubes. Com Castilho, Píndaro, Bigode, Telê e Zezé Moreira no comando, o Tricolor fez crescer a auto-estima do povo carioca batendo Sporting, Grasshoppers, Peñarol, Austria Vienna e o Corinthians, na final, levando a taça.
Meu abraço a alguns tricolores que convivem mais perto deste (também) tricolor: meu irmão Celso, os jornalistas Elvestre Johnson, Gilson Campeão e Carlos Neves, a dona Helda (do TCE), o Renê Lobo. Dizem que da quantidade se tira a qualidade: no Flu quantidade é coisa desnecessária.

Inté outro dia, se Deus quiser!
Lúcio Albuquerque
[email protected]

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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