Terça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Leo Ladeia

Política & Murupi - O petróleo e a Petrobrás são do povo


Política & Murupi - O petróleo e a Petrobrás são do povo - Gente de Opinião

Por todo mundo começa uma tomada de consciência de que temos e ainda por muito tempo teremos uma crise energética. Não é o final dos tempos, não é o fim do mundo, nem o fim da vida na terra, mas algo previsto. Já no início da revolução industrial o mundo está mantendo o fogo aceso à base de combustíveis fósseis que são finitos e que em algum momento eles iriam se exaurir. Utilizamos o máximo do petróleo e do gás e assistimos agora o crepúsculo de uma era. O petróleo está chegando ao fim e com ele irão o transporte à base do motor à explosão, o avião, a usina térmica, a indústria petroquímica, a comida feita em casa e para substituir o petróleo por ora só existe a incredulidade e a discussão infrutífera para um problema que é sério e urgente. Voltaremos ao tempo da graxa de porco para acender os bicos de iluminação ou usar em lugar do óleo comestível industrializado? Será que iremos queimar a madeira em casa na falta de gás de cozinha? Mas como se dará isso se o meio ambiente dá sinais de colapso mostrando-nos a sua finitude?

O Brasil dono da impressionante reserva petrolífera no mar, dono das últimas florestas da terra e da última fronteira agrícola para produzir alimentos se debate entre acusações de que não é possível aumentar o preço dos combustíveis porque o petróleo e a Petrobrás são do povo. Caminhoneiros, donas de casa e capitães de indústria estão todos num mesmo barco, mas remando cada um numa direção. De cambulhada as queixas chegam ao Palácio do Planalto exigindo a solução que a rigor não existe. E não existe porque a questão é de escassez e, por uma lei econômica, se a oferta de um bem é reduzida a partir de um ponto, de imediato o preço dispara. É simples assim.

Uma guerra de narrativas esconde a voracidade da máquina do estado em tributar e a falta de visão sobre o que ocorre no ambiente mundial e desta forma nnão atinamos para a gravidade, a relevância e a urgência necessárias para de imediato minorar e solucionar o problema. A disputa por exemplo entre os governadores dos estados e o governo federal com foco nas alíquotas de tributos passa ao largo do tema da escassez, do novo normal ou do pós pandemia e da necessidade para a recuperação econômica nacional e internacional.

Ora, se as queixas ficassem extra muros, algo poderia ser tentado,  mas os mandatários do executivo e do legislativo reclamam também do aumento de preços de combustíveis e fazem coro com a massa de manobra de sempre. Artur Lira diz que não aguenta mais o aumento e Bolsonaro vai à boca do palco afirmar que é o imposto estadual que encarece o combustível, transferindo o problema para os governadores esquecendo que é do Executivo e do Legislativo a tarefa de organizar a estrutura de cobrança de tributos promovendo a sempre adiada reforma tributária que equacionaria em tese o imbróglio.  

A meia verdade está com os dois lados e por suposto os dois lados mentem cada um pela metade. Se o presidente Bolsonaro credita o erro aos estados, os governadores não têm como desmentir, já que a alíquota não aumenta, mas o ICMS cobrado sobe e isto se vê na nota fiscal, trazendo à tona uma explicação simplista: a fórmula de cálculo do imposto tem como base o preço médio cobrado na bomba e não na distribuidora. O bate-boca só piora a situação e assim vai ficar até que o debate inteligente – se vier a existir – faça nascer a luz. E que seja já. Antes que o petróleo acabe. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Nuvens negras para a FAB

Nuvens negras para a FAB

A Força Aérea Brasileira que mantem um serviço executivo para os rincões brazukas está com vento de través não no sentido literal, por falta de gran

Trio parada dura de Rondônia

Trio parada dura de Rondônia

Para chegar a Porto Velho faltam voos, os barcos são precários e sobram então as estradas. A BR319 é da Marina e a 364 é do pedágio fake: você paga,

Dez anos de petrolão e... Arquive-se

Dez anos de petrolão e... Arquive-se

Em 27 de abril de 2015 era aberta a CPI do Petrolão e de novo as esperanças apontavam para um ponto fora da curva que nos colocaria noutro patamar d

A fauna exótica prospera em Brasília

A fauna exótica prospera em Brasília

Minha paranoia sempre volta quando ouço uma “otoridade” afiando as garras sobre meus direitos, o que ultimamente é a praxe. Quem viveu a ditadura sa

Gente de Opinião Terça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)