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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 10/07


 

POLÍTICA & MURUPI

 

FRASE DO DIA

"É necessário deixar claro que tipo de relacionamento Renan tinha com a Mendes Júnior". Senadora Marisa Serrano tirando os olhos da boiada, da filha da jornalista e focando o essencial no caso Renan.

Pauta política de 01 a 10

 

01-Corda em casa de enforcado:

Houve um tempo em que o Senado descia a ripa na Câmara dos Deputados. Mas, como a roda da fortuna sempre vira, Arlindo Chinaglia pediu, como se fosse a coisa mais natural do mundo que Renan Calheiros marcasse a sessão de votação da LDO. As duas casas devem apreciar o tema em sessão conjunta até o dia 18, sob pena de prejudicar o recesso parlamentar e, até haver convocação extraordinária. Com o processo por quebra de decoro paralisado no Senado, o PPS, PSol, Dem., PSDB e até integrantes da base do governo podem obstruir a votação caso ela seja comandada por Calheiros. Renan está pisa em ovos com sapato 54. Ficou estreito.

 

02-Usinas Já:

Para alegria de todos e tristeza de uma meia dúzia de seis, saiu afinal ontem, a licença prévia ambiental para as Usinas do Madeira. Quando da suspensão das primeiras audiências públicas um ongueiro me disse “em off”: “a gente sabe que a licença vai sair, mas vamos fazer barulho. Só impedir as audiências já uma vitória”. Disse e fez. A disputa foi grande e, mesmo sem concordar com uma palavra sequer da turma que é, ou era do contra, reconheço a tenacidade e o empenho na luta. Pena que isso tenha paralisado outra discussão: quais medidas mitigadoras devem ser implementadas.  Mas enfim, é do jogo. Vamos começar do ponto em que paramos.

 

03-Para que serve o parlamento?

Um estudo mostra que, das 69 principais votações da Câmara dos Deputados, 77% tem origem no Executivo. De cada quatro propostas, três nascem no governo. Só de MPs, foram 43, 9 PLs e uma PEC, contra 15 Pls oriundas dos parlamentares. Ou seja, nosso parlamento não legisla. Apenas referenda. Pior: a um custo altíssimo. Pior ainda, temos um parlamento bicameral, onde o Senado atua então como casa bi-revisora, num festival de referendos. Claro que o Executivo sente na pele as necessidades legais para programas, projetos, etc., mas a inversão no papel de legislar atingiu um nível tão alto, que urge repensar que tipo de parlamento o país precisa. E seguramente não é esse que está aí. Caro, corrupto e inoperante.

 

04-Cartão corporativo, o filme:

Servidores públicos que têm cartões corporativos ganharam a medalha de ouro na modalidade bagunça organizada. Em apenas seis meses bateram o recorde duramente conquistado no ano passado. Foram R$ 36,2 milhões em despesas, superando em R$ 3,2 milhões o que gastaram ao longo de 2006 inteiro. O cartão corporativo é um serviço que permite aos funcionários do federais a realização de saques ou pagamentos de rotina sem que haja autorização prévia. Nem precisa ser vaqueiro do Renan, para ver que a porteira está aberta. Ano que vem, a CGU, o MPF, o Congresso e as auditorias do TCU vão mostrar o escândalo, a “imprensa fascista “vai cair de pau em cima, mas ai, a vaca já foi brejo. A viúva é permissiva, lenta, mão aberta e cega.

 

05-Uma suplência suspeita:

Gim Argello toma posse hoje no Senado, seguindo o conselho do seu líder - e que líder - Bob Jefferson, que lhe propôs adiar a posse para sair do foco. Enrolado na mesma operação Aquarela, que derrubou o Roriz e, temendo represálias do ex titular do cargo, Gim, vê se acumularem provas e denúncias contra ele. Outra figura vai-se enrolando a cada dia que passa e, no mais absoluto silêncio. É o Nenê Constantino da Gol que não resiste a uma fiscalização de rotina da Receita. Brasília mostra toda a exuberância de sua fauna de mamíferos voadores, conhecidos popularmente como morcegos hematófogos, comuns também aqui em Rondônia .   

 

06-Reforma política às avessas:

Um projeto do deputado Luciano Castro, que torna inelegível quem mudar de partido até quatro anos após a sua diplomação, passou a ser visto como a saída para o impasse em torno da reforma política na Câmara. O projeto do Luciano proíbe que disputem eleições em quaisquer  níveis os que trocarem de partido exercendo o cargo eletivo, de presidente a vereador, mas nem mesmo ess item tem aprovação garantida. A única coisa certa é que o projeto de reforma do Ronaldo Caiado, será outra trabalho bem feito para a gaveta. A coisa embolou tanto que, ou recomeça do zero, ou fica tudo como está, o sonho de todo político. Então, fica tudo como está.

 

07-Natal chegando mais cedo:

O argumento usado pela defesa do suplente de Roriz, Gim Argello, de que não cabe ao Senado investigar denúncias referentes a acusações anteriores ao mandato, pode ajudar outros nove senadores e já recebeu encómios dos seus futuros colegas. Estão na mesma situção: Cícero Lucena, João Batista Ribeiro, Marconi Perillo, Valdir Raupp, Neuto de Conto, Mão Santa, Mário Couto, Lúcia Vânia e  Fernando Collor. Tradução: Se a justiça der mole, o PSol não melar e o STF não se pronunciar, o Natal vai chegar mais cedo em Brasília e todos receberão o indulto.

 

08-Gás para o Renan:

O senador Leomar Quintaniha, presidente do Conselho de Ética do Senado, anulou o relatório que pedia o arquivamento do processo contra Renan Calheiros, feito com esmero pelo ex-relator Epitácio Cafeteira, que não chegou a ser votado pelos senadores. Aliado de Renan, o senador Almeida Lima, que vai relatar o caso ao lado de Renato Casagrande e Marisa Serrano, vê ilegalidade do processo e defende o reinício de toda a investigação. O Conselho não vai apurar a acusação da Veja de que Renan beneficiou a Schincariol e Marisa Serrano disse que seria necessário abrir um novo processo para o caso. O Psol já está com o dedo no gatilho.  

 

09-Passando a borracha:

Diz a sabedoria chinesa: “A flecha atirada, a oportunidade perdida e a palavra pronunciada não voltam”. Mas a sabedoria peemedebista está mais para o bumerangue. O PMDB cobra que Lula ou Tarso Genro desautorizem a PF, que sustenta haver indícios contra o ex-ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau no inquérito da Operação Navalha. Um relatório do perito Ricaro Molina sustenta que o envelope que incriminou Silas estava vazio ou continha papel em branco e a PF insiste que era uma propina de R$ 100 mil. Caso contrário, avaliam os dirigentes do PMDB, o desgaste do ex-ministro terá sido ainda maior que antes. Sobre a mala que subiu e não desceu, nenhuma palavra até agora. Sou um mala assumido e quero saber da mala oculta.

 

10-Mãozinha da imprensa fascista:

O MEC decidiu antecipar a fiscalização nas 59 ONGs que têm convênio com o Programa Brasil Alfabetizado, depois de uma série de reportagens do Jornal da Tarde e Estado de São Paulo. Para asfixiar, cortou os repasses, até que a auditoria apresente o relatório final sobre fraudes e irregularidades. Turmas fantasmas, professores sem receber, aulas em presídios desativados, atrasos em cursos e alfabetizadores cadastrados à revelia já foram mostrados, mas ainda falta o resto. A auditoria ocorreria no final do ano. A “imprensa fascista” fez sua parte. É só continuar.

 

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