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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 04/09


POLÍTICA & MURUPI

 

FRASE DO DIA

"Não haverá muito mais barreiras até o plenário" - Tião Viana, sobre a votação do processo de Renan Calheiros.

Pauta política de 01 a 10

 

01-Na linha de tiro:

“Quem ta na chuva é pra se queimar”, dizia Vicente Mateus. Na linha de frente em defesa do Renan, o senador Romero Jucá, acaba de ser atingido em cheio. Já com um processo que corre em segredo de justiça, acusado de compra de votos, o senador entra agora, junto com Renan numa mesma denúncia, veiculada pela revista Época. É o primeiro, mas não deverá ser o último “abraço de afogado”. Quanto mais tempo persistir em aberto o rolo do Renan, maiores são as chances de surgirem novas denúncias enrolando mais gente. Quem será o próximo?

 

02-Nojo e asco:

O termo nojo, tanto pode ser usado como luto, como asco, náusea, repugnância. Com a morte do Conselheiro Hugo Mota, abriu-se uma vaga para o Tribunal de Contas e, nada mais justo, portanto, que mesmo durante o nojo, no sentido de luto, se trate do preenchimento do cargo. Mas, até por respeito ao morto, amigos e família, a conversa deve ocorrer de forma civilizada, num clima de compostura e de respeito a lei. Pelas regras, a vaga é da ALE, mas a guerra nos bastidores pelo cargo, no primeiro dia de nojo - de novo, luto – causa nojo, aqui no sentido de asco, náusea, repulsa. Homúnculos de quinta disputam a vaga de um homem de primeira.

 

03-Oxigênio para o gasoduto:

O Senador Raupp não gostou nem um pouco da conversa do Ministro das Minas e Energia aqui em Rondônia. A ministra Dilma havia prometido destinar 2 milhões de m3 de gás para Rondônia e Raupp vai cobrar a promessa. Para entender: o gás vai substituir o óleo usado na geração de energia pela Termonorte e a sobra poderá alavancar setores, como transporte e indústria. O Deputado Moreira Mendes disse-me que relegar a construção do gasoduto é um crime de lesa-pátria. A exemplo da construção das usinas, vou bater no assunto. Como o colibri no incêndio da mata, vou fazer minha parte. Moreira Mendes e Raupp vão fazer a deles. E você fará o que?

 

04-Escada para o Ciro Gomes:

A esquerda brasileira fez uma up-grade. A tchurma que já havia saído de uma kombi para uma van, pulou agora para um micro ônibus. Num salto de qualidade e quantidade, ontem à noite em São Paulo, reuniram-se em torno de propostas comuns seis nanicos: PDT, PCdoB, PSB, PRB, PHS e PMN. Por propostas comuns, entenda-se Ciro Gomes, do PSB, carente de musculatura para se cacifar como nome à sucessão presidencial. Estimulado por Lula, começa o desfile de presidenciáveis como balões de ensaio. O nome de sua preferência, Lula mantém segredo, mas há um escolhido “in pectore”. A hora é de jogar boliche e derrubar pinos. Ciro incluso.

    

05-Contratando por atacado:

O orçamento da União de 2008 enviado ao Congresso prevê a criação de 28.979 novos cargos no serviço público federal e o preenchimento de 27.369 funcionários para postos que vagaram por diversos motivos, como aposentadoria. O gasto anual com esses 56.348 servidores será de R$ 3,495 bilhões. Do total de admissões, 40.032 são para o Executivo, 12.604 para o Judiciário, 1.417 para o Legislativo e 2.295 para o Ministério Público da União. Mais de 11 mil terceirizados serão substituídos por concursados, mas nem tudo será por concurso. O que é uma pena.

 

06-Contratando por atacado II:

Além das 56.348 contratações para 2008, uma outra medida pode inchar ainda mais a folha de pagamento do governo. É o famoso trem da alegria gestado na Câmara dos Deputados. O trem é grande, lotado, mas enfrenta barreiras de ordem jurídica e a grita da sociedade. Pela emenda, seriam efetivados no serviço público algo em torno de 500 mil servidores contratados entre 1983 e 1988, sem concurso. A efetivação é no sistema de “bica corrida”, sem seleção. Vai todo mundo de “mamando a caducando”. A OAB vai recorrer ao STF se o Congresso aprove a PEC.

 

07- O Haiti é aqui:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu que a experiência das tropas brasileiras no Haiti pode servir de modelo para ação dos militares no combate ao crime no Rio. Em visita ao Haiti, para ver as obras de reconstrução que são feitas pelos nossos engenheiros militares, Jobim disse que a atuação do Exército no país é basicamente de "manutenção da lei e da ordem" e que para fazer o mesmo no Brasil, basta mudar a lei. "Posso patrocinar isso oportunamente". Será que Jobim entendeu que há uma guerra civil em curso nas grandes cidades? Tomara.

 

08-Carga pesada:

Um em cada seis parlamentares da atual legislatura está sob investigação no STF, responsável pelo tal foro privilegiado. Dos 513 deputados e 81 senadores em exercício do mandato, 105 são alvo de algum tipo de investigação no Supremo. Apenas quatro partidos - PCdoB, Psol, PTdoB e PHS e dois estados - Amapá e Mato Grosso do Sul – ficam de fora. Aém do mensalão, em 52 casos o STF tem elementos suficientes para transformar 23 deputados e cinco senadores em réus de ações penais. Lembram da história de se exigir a certidão de antecedentes criminais? O levantamento é só no STF. Se juntarmos os processos nas cortes estaduais vai faltar candidato.

 

09-ONGs na mira da CPI:

Deve ocorrer hoje a instalação da CPI das ONGs. Travada por vários meses, a CPI aparece num momento em que o Senado precisa sair da pauta policial para a pauta política. Não por acaso, o Senador Tião Viana subiu à tribuna ontem  para passar um pito carão público no seu companheiro de partido Ricardo Berzoini que pregou a extinção do Senado. Foi uma das raras vezes em que se viu um petista ir contra outro fora das reuniões. A defesa foi emblemática. Tião com seu discurso deu uma reprimenda em seus pares, pois a opinião pública se lixa para o que pode vir a ocorrer num Congresso cada vez mais distante dos anseios da sociedade.

 

10-Para não esquecer do Renan:

Semana decisiva para o Renan, que agora tem pressa, depois de ouvir do amigo e ministro Nelson Jobim que de nada adiantaria recorrer ao STF para evitar o voto aberto em seu processo no Conselho de Ética do Senado. Certo de que perde no Conselho, Renan quer logo encarar o plenário antes que a enxurrada de denúncias possa abalar ainda mais sua posição. No sábado, logo depois de receber visita de Jobim, Renan telefonou para o senador Arthur Virgílio e disse que seus aliados não fariam mais nenhuma manobra protelatória no conselho. Para Raupp, no plenário a votação será apertada. Coisa de 4, 5 votos para um ou outro lado.

 

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