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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Alucinógenos ou Psicoativos? Parte II - Por Hiram Reis


Ipadu

Ainda em Maçarabi, no Rio Negro, eu havia perguntado a Dona Isabel se ainda hoje se fazia uso do Ipadu e se ela conhecia a técnica de preparação do “psicoativo”. A gentil senhora afirmou que o uso do Ipadu foi proibido pelos missionários durante muito tempo e que, apenas nos últimos anos, o seu emprego, em cerimoniais, vem sendo tolerado pelos religiosos, na região do Uaupés. Na verdade, o consumo do Ipadu já foi uma tradição cultural de profundo caráter místico embora, na atualidade, tenha perdido muito de seu aspecto religioso. Os nobres e religiosos Quíchua (Incas) usavam-no em virtude de suas propriedades “psicoativas”. Os espanhóis estimularam o seu consumo, tendo em vista que a coca diminuía o apetite e aumentava a capacidade de trabalho dos escravos nativos, disseminando o seu uso por toda a Cordilheira. Desta maneira, a coca foi perdendo, com o passar dos anos, seu caráter religioso e mágico.

Cultivo e preparação da Coca

Os índios, há séculos, cultivam pequenas roças de Ipadu para o consumo próprio. As folhas são colhidas e secas em fornos e, depois de maceradas, seu pó misturado com cinzas de folhas secas de Embaúba ( ). O produto final é transformado numa pasta e mascado, pelos adultos, que se sentam em círculos. Quando começam a sentir o efeito da droga, os índios discutem sobre diversos problemas enfrentados pela Comunidade com a esperança de poder resolvê-los com a ajuda dos espíritos invocados com a ingestão do Ipadu.
Relatos Pretéritos ‒ Ipadu (Coca)

João Daniel (1752)

Padu é um cipó do Amazonas ainda pouco vulgar, e conhecido, mas na verdade digno de muita estimação, e pode correr parelhas com o famigerado ginseng da China porque como me afirmaram os experimentados têm todos ou quase todos os mesmos efeitos de refazer as forças, suprir as faltas de sono, matar a fome, e sede. [...] Descobriu-se no governo de São José do Rio Negro, donde alguns curiosos já o transplantaram para o governo do Grão-Pará, e depois de bem provadas as suas virtudes será talvez o melhor chá, e a mais regalada bebida, sendo certos tantos bons efeitos, que dele se contam. (DANIEL)

Boanerges Lopes de Sousa (1928)

[...] O “Ipadu” é um tônico excitante e poderoso feito de folhas de coca reduzido a pó finíssimo e a que costumam adicionar cinza de folha de Embaúba. Depois de torrar as folhas da coca ‒ que chamam de “Ipadu” ou simplesmente “padu” ‒ levam-nas a um pilão feito do “mirapiranga” ‒ que é uma das melhores madeiras de lei ‒ onde são reduzidas a pó. [...] O “padu” é muito cultivado entre os índios do Tiquié. De Uira-poço, trouxemos umas amostras. Nosso botânico, Dr. Luetzelburg, também trouxe boas amostras.

Observei que o “Ipadu” é usado só pelos adultos e de preferência pelos velhos que fazem a roda, passando, de um a um, o “hato” ou “patuga”, como os gaúchos o fazem com o chimarrão.

O Dr. Rice conta que os índios costumam preparar uns comprimidos de “Ipadu”, adicionando-lhe farinha de tapioca para dar-lhe consistência. Viajam dois a três dias, alimentando-se exclusivamente com eles, sem sentir fome nem sono. (SOUSA)

Altino Berthier Brasil (1988)

A coleta da Embaúba e do Ipadu é uma atividade executada apenas pelos homens. Aliás, tanto o preparo como o consumo da droga é um ato privativo do sexo masculino. As mulheres não permanecem nem mesmo nas proximidades de um homem no momento em que ele se delicia em mascar o seu Ipadu. [...] Logo em uma manhã próxima, vi um índio chegar olhando para os lados, desconfiado. Ele acendeu o fogo. Ficou longo tempo de cócoras, soprando as brasas e constatando se, realmente, eu não o estava vigiando. O fogo se espalhou na lenha, e senti um cheiro de ferro derretido ‒ era o forno que estava pronto, aquecido, na medida do necessário. Eu pensei que ele fosse fazer farinha, já que o forno que o índio preparava era o mesmo utilizado, uns dias antes, pelas mulheres para aquele trabalho. Mas eu estava enganado. O assunto era mesmo Ipadu. [...]

O índio, sempre desconfiado, colocou, então, uma boa quantidade de Ipadu sobre a chapa quente do forno redondo, e começou a mexer a folhagem com uma pá de madeira, que mais parecia um remo. Ele estava torrando as folhas, de modo que elas queimassem por igual. A operação durou menos de meia hora. As folhas não perderam de todo sua coloração verde, mas ficaram duras e quebradiças. O cheiro era forte, mas não me fez mal. Quando o índio notou que a operação tinha atingido o ponto desejado e as folhas pareciam ter perdido toda a sua umidade, elas foram transferidas para um pilão rústico, feito de tronco de árvore, mas que estava limpo e à disposição do preparador. Ali, um outro índio começou a socar aquelas folhas. Quando ele levantava o macete, eu notava que as folhas iam se transformando em pó verde, que era recolhido com cuidado e depositado em uma cuia.

Em outro recipiente, as folhas de Embaúba eram rasgadas de tal forma a separá-las completamente dos talos, e incineradas. Este trabalho era feito por um terceiro índio. Todos os participantes conservavam-se quietos, atentos, com a atenção totalmente concentrada em seu trabalho. A Embaúba foi, então, transformada em cinza, bem triturada. Depois aprendi que aquela cinza tinha o nome de “patu-mõé”, cuja tradução corresponde, mais ou menos, a “tempero do Ipadu”. A cinza esbranquiçada foi levada à cuia onde tinha sido depositado o Ipadu. Tudo foi misturado lentamente, com um pauzinho. Daí, a mistura daqueles dois componentes ‒ Ipadu e Embaúba triturados ‒ foi colocada dentro de uma bolsa de pano especial, que os índios chamam de “patu pari-sutire” e que quer dizer “invólucro de bater Ipadu”. A sacola, uma vez cheia, foi amarrada fortemente na ponta de uma vara. O índio tomou o “patu pari-sutire” na mão direita. Agitou a vara no ar, não sei se para esfriar, ou se para algum ritual específico. Notei, então, a sacola desaparecer para dentro de outro pilão, e o índio, meio abaixado, ficou a segurar na extremidade livre da vara. Bateu vigorosamente o conjunto de encontro ao fundo e às paredes do pilão. De quando em quando ele puxava a vara, examinava a sacola e continuava o trabalho. Quando o homem notou que o pó tinha ficado fino a ponto de passar através do pano da sacola, esta foi murchando, até esvaziar-se completamente. O índio recolheu, então, do fundo do pilão, o produto elaborado. Estava pronto o Ipadu. O pó foi transferido cuidadosamente para uma gamela e distribuído aos chefes de família que só neste momento apareceram. [...] Os índios simplesmente tomam um punhado do pó e metem na boca. [...]

Em contato com a saliva, o Ipadu se transforma numa pasta, a qual é empurrada, devagar, para o canto da boca, com o auxílio da língua.

Fica uma bola armazenada na parede interna da bochecha. Aos poucos, vai se dissolvendo. O homem cuida para que isso seja feito o mais lentamente possível. Durante a “comilança”, o índio fica com a bochecha estufada, como se estivesse com dor de dentes. Os olhos injetados. [...] A inocência do consumo do Ipadu por parte dos índios; as ligações daquele ato com suas origens culturais; a necessidade daquela gente em vencer carências alimentares, as doenças e a solidão, ‒ tudo isso me deu um sentimento de compreensão, e eu só poderia absolver o selvagem. Entendi o seu ritual e mais do que isso, dei por absurda qualquer analogia entre o branco e o selvagem, no que tange ao exercício daquele hábito. A doce alma do índio nada tem a ver com a falta de escrúpulos e a alma negra do dito “homem civilizado”. (BRASIL, 1989)

Paricá - Epena (Virola pavonis)

Paricá ou Epena é o nome dado pelos aborígines amazônicos ao rapé feito com as cascas de várias espécies de árvores. Os Yanomâmis extraem a resina da casca da Virola para preparar um rapé usado em rituais religiosos. Prepara-se o rapé retirando-se as cascas e raízes exteriores e interiores da árvore e triturando-as. O material é espremido e o líquido das raspas é cozido até engrossar. A resina é posta a secar e, as vezes, se misturam extratos de outras plantas como tempero.

Paricá ou Epena são alguns nomes que os Yanomamis e outros indígenas da floresta amazônica dão ao rapé feito com as cascas de várias espécies de Virola, incluindo a Virola pavonis encontrada nas florestas do Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Os Yanomamis extraem a resina da casca dessa árvore para preparar um rapé para ser usado em rituais e festivais religiosos.

A Virola pertence à família da myristicaceae, ou noz moscada. Pelo menos uma dúzia de espécies de Virola é usada pelos nativos Sul-Americanos. A Virola é sem dúvida a espécie mais usada. Uma exsudação avermelhada de aspecto resinoso é extraída da região cambial da casca desta frágil árvore. Um nome popular dado a esta arvore é “ucuúba”, enquanto que muitas tribos amazônicas lhe chamam “Paricá” ou “Epena”. Todavia, é apenas no Oeste amazônico e nas partes adjacentes da bacia de Orenoco que este gênero tem sido usado como fonte sagrada para preparo de rapé. Ao contrário dos índios colombianos, entre os quais o uso por cheiro é normalmente limitado aos xamãs, outras tribos podem usar esta planta quase diariamente. Os homens acima dos treze ou quatorze anos podem participar dos rituais. De modo a preparar o rapé, as cascas e raízes exteriores e interiores da árvore são retiradas, e um líquido é espremido das raspas e cozido até formar uma espécie de resina espessa. A resina deixa-se secar para uso posterior, e por vezes é misturada com extratos de outras plantas. (www.naturezadivina.com.br)

Relatos Pretéritos ‒ Paricá (Anadenanthera peregrina)

João Daniel (1752)

Paricá, é como o chamam outros pau angico, é a última espécie ínfima de paus pintados, e por isso, e porque também é muito sólido, e fino, é também precioso, e pau real, mas a respeito dos nomeados é mais grosseirão, e rústico. Tem suas máculas, que o fazem ser estimado, e buscado para várias obras, especialmente para grades grandes e pequenas de Igrejas, e o não ser mais estimado é pela sua muita abundância; e fora de ser boa madeira e pau precioso, tem muitos outros préstimos.

Porque as suas cinzas, que são fortes como a cal, servem nos curtumes de solas e de toda a casta de courama, como de onças, veados e antas para descabelar o cabelo, e para engrossar, ou encorpar os couros.

A casca do mesmo pau pisada ou picada para melhor largar a sua fortaleza, serve para se fazer a golda ( ), com que aperfeiçoam os tais couros em forma que as solas parecem de atanado ( ); e as mais finas ficam tão perfeitas como veludo, de sorte que muitos se enganam cuidando ser veludo os couros dos veados curtidos, e deles usam muitos para vestes, calções, e outras obras, que se equivocam com o veludo, especialmente sendo tintos de preto, e o vencem na duração.

Da sua fruta, que é miúda, torrada e moída, usam todos os índios por tabaco especial, que dizem, os faz végetos ( ), fortes, e vigorosos, e por isso o preferem ao tabaco ordinário, de que ordinariamente não usam. Dão estas árvores do Paricá a goma-arábica tão perfeita, que me afirmou um Missionário de muita experiência que não só a tinha visto, e mostrado a outros curiosos, mas que também usava dela, e que a há em muita quantidade, e de duas cores, branca e loura, sinal de que há duas espécies de pau Paricá. Ao tabaco que fazem de sua frutinha chamam também Paricá, não sei se tomando o nome original da árvore, ou se a árvore lhe dá o seu nome na língua do país, porque na língua portuguesa o chamam de angico. (DANIEL)

Henry Walter Bates (1850)

Há um curioso costume dos Muras que merece ser registrado antes que eu termine esta digressão. Trata-se da prática de cheirar um pó chamado Paricá, o que é feito de acordo com um ritual peculiar. Esse pó [também chamado de cohoba], altamente estimulante, é preparado com as sementes de uma espécie de ingá, planta pertencente à ordem das leguminosas.

As sementes são postas para secar ao Sol, depois socadas num pilão de madeira e guardadas em canudos de bambu. Quando elas estão maduras e chega a época do preparo do pó, os Muras fazem uma espécie de festival de caráter semirreligioso, que os brasileiros chamam de quarentena e dura vários dias, durante o qual ficam permanentemente embriagados.

Começam tomando grande quantidade de caiçuma e caxiri, bebidas feitas com mandioca e vários tipos de frutas fermentadas; contudo, preferem a cachaça quando conseguem obtê-la. Em pouco tempo eles chegam a um estado de semitorpor, quando então começam a cheirar o Paricá. Com esse fim, eles se separam formando pares, e os componentes de cada dupla, servindo-se de um canudo contendo uma certa quantidade do pó, sopra-o com toda a força dentro das narinas do companheiro, depois de fazer uma encenação e murmurar uma série de palavras ininteligíveis.

O efeito que isso causa nos selvagens, habitualmente apáticos e taciturnos, é extraordinário. Eles se tornam imediatamente muito falantes e começam a cantar, gritar e pular em louca excitação. Logo vem uma reação contrária, porém, e é preciso então mais bebida para tirá-los do seu estupor; e assim eles continuam vários dias. [...]

Os primeiros viajantes a percorrerem a região descobriram que o Paricá já era usado pelos Omáguas, um ramo dos Tupis que habitou outrora a região do Alto Amazonas, distante mais de mil quilômetros das terras dos Mauhés e dos Muras. (BATES)

Richard Spruce (1854)

A primeira vez que colhi espécimes de Paricá foi em 1850, perto de Santarém, na confluência do Tapajós com o Amazonas, onde a planta parecia ser cultivada. No ano seguinte, vim colhê-la à beira do Riacho Jauauari, afluente do Rio Negro, em estado indubitavelmente nativo. Mas não vi o pó preparado a partir de sementes e sendo usado senão em 1854, nas cataratas do Orenoco. Uma horda errante de Guaíbos provenientes do Rio Meta estava acampada nas savanas de Maypures e, quando os visitei, vi um velho que estava moendo sementes de “niopo”. Ele me vendeu o artefato com o qual se fabrica o pó e os instrumentos com que ele é inalado, os quais agora se encontram entre os artigos expostos no Museu de artigos Vegetais em Kew. [...]


Primeiro, as sementes são assadas, e em seguida reduzidas a pó numa tigela rasa de madeira, quase do tamanho de um vidro de relógio de parede, porém mais comprida do que larga, medindo 23,5 por 20,3 centímetros e dotada de um cabo largo que permite mantê-la presa entre joelhos. O índio segura o cabo com a mão esquerda, e com a direita empunha um pilãozinho feito de pau-d’arco [Teecomae, sp], e assim vai triturando as sementes. O pó resultante desse processo é guardado num estojo feito com um pedaço do fêmur de onça, lacrado numa das extremidades com piche. Esse estojinho é carregado como se fosse um colar, todo revestido de rizomas odoríferos extraídos de uma Ciperácea [Kyllingia odorata]. É assim que se faz tanto no Amazonas como no Orenoco, pois os índios acreditam que esses rizomas sejam poderoso antídoto contra mau-olhado e inveja.

Para inalar o rapé de “niopo”, eles fabricam com um osso tirado da perna de uma garça [ou de outra ave pernalta], um pequeno instrumento parecido com um diapasão, isso é, em formato de Y, aberto em baixo e tapado nas pontas de cima com pequenos botões pretos perfurados, feitos do endocarpo de uma certa palmeira. O tubo de baixo é introduzido no estojo de “niopo”, e os braços com tampas perfuradas nas narinas do usuário, que desse modo inala aquele rapé de imediato efeito narcótico estimulante, mormente quando se trata de pessoa não habituada ao seu uso. O efeito estimulante dura poucos minutos, seguindo-se um efeito calmante mais duradouro.

Os Guaíbos levavam, pendurados ao pescoço, além do estojinho de “niopo”, um pedaço da “caapi” pois, enquanto moíam o “niopo”, costumavam arrancar um naco da “caapi” com os dentes, mascando-o com evidente satisfação. “Com uma mascada de caapi e uma pitada de niopo, que sensação de bem-estar! A gente não sente fome, nem sede, nem cansaço!” ‒ disse-me um deles em seu espanhol canhestro. Desse indivíduo escutei que o “caapi” e o “niopo” eram usados em todas as tribos dos afluentes do alto Orenoco, ou seja, do Guaviare, do Vichada, do Meta, do Sipapo, etc. Tempos atrás, em 1852, eu havia comprado, de um comerciante de Manaus, um dispositivo para inalar “niopo”, um tanto semelhante ao utilizado pelos Guaíbos. O comerciante o tinha trazido do Rio Purus, de uma tribo de índios Catauixis. Na ocasião, fiz a seguinte anotação em meu Diário:

Os Catauixis usam o rapé de “niopo” como estimulante narcótico precisamente como os Guaíbos da Venezuela, os Muras e outros índios do Amazonas, onde o pó é chamado de “Paricá”. Para absorvê-lo por via nasal, prepara-se um tubo curvo com um tarso de uma ave cortado ao meio, sendo as partes amarradas entre si de maneira a formar um ângulo que deixe a extremidade na boca e a outra na altura das narinas.

Uma porção do rapé é colocada no tubo e soprada, entrando nas narinas. Esse mesmo princípio é utilizado para a confecção de aparelhos de lavagem intestinal, só que se utilizando o tarso de uma ave maior, o tuiuiu ( ). O efeito da inalação do “Paricá” é o de induzir rapidamente uma espécie de intoxicação, cujos sintomas lembram, segundo me disseram, os produzidos pelo fungo “Amanita muscaria” ( ). Tomado por via oral, funciona como purgante violento, dependendo da dose. Quando os Catauixis estão prestes a partir para a caça, tomam uma pequena dose de “Paricá” e ministram outra em seu cão, e o efeito em ambos, segundo dizem, é o de clarear a visão e torná-los mais espertos e alertas.

Em seu livro “O Vale das Amazonas”, Herndon nos oferece um relato de emprego de “Paricá” entre os índios Mundurucus do Rio Tapajós, repetindo o que lhe fora contado por um inteligente francês chamado Maugin, que costumava comerciar com esses índios. Segundo esse relato, eles pulverizavam as sementes de Paricá, depois compactam o pó transformando-o numa massa dura, da qual extraem, de tempos em tempos, um pedaço que voltam a reduzir a pó, utilizando-o como rapé. Para inalar esse pó, utilizam os canos de duas penas da cauda da garça-real, formando um tubo duplo, e aplicam uma extremidade nas narinas e outra no pó, inspirando-o de uma só vez. Os efeitos dessa inalação foram assim relatados por Monsieur Maugin:

O índio arregalou os olhos, contraiu os lábios e suas pernas começaram a tremer. Seu aspecto dava medo. Para não cair, teve de sentar-se. Era como se estivesse completamente embriagado. Todavia, passados uns cinco minutos, recobrou-se inteiramente e voltou ao seu estado normal. (SPRUCE)



(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: [email protected];
Blog: desafiandooriomar.blogspot.com.br

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