Sexta-feira, 20 de dezembro de 2013 - 14h57
GABRIEL NOVIS NEVES
De Cuiabá
As pessoas que gostam de escrever, seres hipersensíveis, em que a palavra oral não é suficiente para expressar as suas emoções, absorvem mal as incompreensões do dia a dia. Com um grau de suscetibilidade bem maior que a maioria dos mortais, elas se abalam e perdem a criatividade, basicamente, em duas situações: na tristeza e na mágoa.
Não estou me referindo à tristeza existencial, a dos poetas, que, como já definia Vinícius de Morais em seus versos, é extremamente proveitosa. Falo daquela tristeza circunstancial, oriunda, fundamentalmente, da incompreensão e da mágoa que daí advém.
A visão etérea da vida que pulsa, e que aos poucos se esvai, torna o escritor muito sensível a tudo que não se encaixe no seu mundo utópico. Todos os outros sentimentos são profundamente propícios a quem se desnuda através da palavra escrita. Essa total exposição, apesar de dolorosa, é absolutamente indispensável aos portadores dessa verdadeira síndrome que se traduz na arte de escrever.
O amor, com a sua consequente alegria de viver, é o melhor caldo de cultura para esses mergulhadores da alma humana. Sentimentos menos nobres como inveja, ódio, maledicência e competição, são sempre substituídos por racionalismo e compreensão, não por razões meramente moralistas, mas tão somente, por tentar buscar beleza em tudo que os cerca.
As alegrias, sempre encontradas nas pequenas coisas, fazem com que elas cheguem ao seu ápice. Tudo é maximizado no seu universo onírico, e a sua capacidade de simbiose com o que os rodeia, chega a níveis que só os poetas vivenciam. É como se homem e natureza se unissem numa experiência única. Entretanto, as alterações humorais causadas pela tristeza, abatem essas pessoas de uma maneira devastadora.
Fico imaginando, por exemplo, um gênio da literatura como Oscar Wilde, que passou anos de sua vida atormentado por preconceitos torpes, tendo, inclusive, sido encarcerado por algum tempo em decorrência desses desencontros com a sociedade em que viveu. Quanta criatividade a humanidade deve ter perdido durante esses longos períodos!
Inimaginável é o grande sofrimento a que tantos luminares da história foram submetidos por pura incompreensão. Enfim, é sempre muito difícil lidar comas diferenças, sejam elas econômicas, sociais, sexuais ou religiosas.
Quem sabe virá o dia em que todos se respeitarão mutuamente nas suas diferenças e nos seus anseios, num equilíbrio estável, em que, despidos dos sentimentos de posse, todos possam exercer a sua plena individualidade.
Como a mágoa, o ressentimento e a tristeza costumam ser a tônica da vida da maioria das pessoas, é fácil compreender o estado de estagnação psíquica que assola a humanidade.
Esse estado crônico, totalmente anômalo, uma vez que nós, assim como toda a espécie animal fomos basicamente programados para o prazer e para a contemplação, somos os responsáveis por inúmeros distúrbios funcionais que geram as chamadas doenças psicossomáticas, praga dos tempos modernos.
Viva e deixe viver, seria um bom lema de vida.
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