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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 12/12/08


 


Mais turbulências

A base aliada do governador Ivo Cassol rachou de vez e ameaça provocar uma grande disputa pela mesa diretora, que foi eleita antecipadamente para o biênio 2009/2010. O chamado baixo clero do Parlamento estadual, liderado pelos deputados Miguel Sena (PV), Daniela Amorim (PTB) e José Amauri (PMDB) conspira para invalidar a eleição do presidente Neodi Carlos e da atual mesa diretora. Querem eleger uma nova mesa.

Fazendo as contas

Na batalha, as forças antagônicas da Assembléia Legislativa vão se posicionando, para um grande confronto. De um lado o general Miguel Sena, já teria 11 deputados para engrossar sua tropa. Para trocar a mesa diretora, as forças insurrectas precisam de dois terços dos 24 deputados: estariam, hoje, segundo os revoltosos, faltando cinco votos para invalidar a eleição do atual presidente Neodi Carlos.

Dois suplentes

No meio deste fogo cerrado estão dois suplentes que assumem em janeiro e que já devem estar sendo cooptados pelos dois agrupamentos: o ex-prefeito de Urupá Edson Martins que vai substituir o deputado Chico Paraíba (que finalmente vai assumir sua vaga no TCE) e Lebrão (São Miguel) que vai ganhar a cadeira de Alex Textoni eleito prefeito de Ouro Preto do Oeste.

Cortes no orçamento

O relator do orçamento da União, senador Delcídio Amaral (PT-MS) acabou reduzindo a previsão de crescimento do Brasil, para 2009 e lascou um corte de R$ 10 bilhões na proposta orçamentária. Com certeza muitos investimentos do governo federal serão atingidos. Resta saber, quem vai pagar o pato. Que não seja Rondônia, porque nossa cota de sacrifício já deve ter encerrado.

Programas sociais

Mesmo com um corte desta magnitude, o relator do orçamento garante que não haverá podas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que muito interessa a Rondônia, e que os programas sociais e as áreas de saúde e educação não serão afetados. Ora, é difícil acreditar que com menos R$ 10 bilhões, as demandas sociais não sejam atingidas. É previsível que o PAC também entre na dança.

A marca de Cassol

Até os adversários são obrigados a reconhecer e engolir. O governador Ivo Cassol, é o JK rondoniense, o governador das estradas. Até o Natal, vai entregar mais três rodovias asfaltadas: duas no Cone Sul e mais uma no Vale do Jamari. Ninguém no pedaço fez mais estradas do que ele. Na Amazônia, é a maior malha rodoviária.

Calcanhar de Aquiles

Se de um lado, nosso governador, recentemente cassado – mas que continua no poleiro - é o bicho em estradas, tem deixado a desejar nas áreas de saúde e segurança pública. Estas duas áreas tem sido seu calcanhar de Aquiles desde o primeiro mandato. Na área de saúde, a regionalização deste setor, com a construção de hospitais de base regionais, poderá resolver o problema.

Caos na segurança

O que me parece insolúvel é a questão de segurança pública em Rondônia e não vejo soluções a médio prazo. E olha, que o atual governo tem investido no setor. Mas, além da criminalidade subir nos pólos regionais, a violência chegou ao campo. Os agrobandidos estão aí, para roubar vacas, tratores, motos, cavalos e o que pintar. Falta mais estratégia, falta planejamento.

Baixos salários

Vários assessores do primeiro escalão do deputado estadual Alex Textoni, eleito prefeito de Ouro Preto do Oeste, não devem acompanhar o chefe no desafio de recuperar aquela municipalidade. Os baixos salários não estimulam a mudança de Porto Velho. Max Marques e João Serra já estão buscando novos rumos.

Do Cotidiano

É necessário prevenir

Está certo, não vamos entrar em recessão, conforme promessa do ministro Guido Mantega. O mundo inteiro está entrando nela, mas o Brasil, por seus filhos amado, poderoso e feliz há de ser. Um oásis, portanto, em pleno e causticante deserto. Mas há medo. A crise já bateu forte no pingado nosso de cada dia: ela deprimiu o mercado para o café, o leite e a cana. Há queda de renda e alta dos custos de produção. 

Vejamos o leitinho das crianças: o preço médio pago ao produtor está em torno de R$ 0,50 o litro, para um custo de produção de R$ 0,70. No ano passado, nesta mesma época, o produtor estava recebendo de R$ 0,85 até R$ 1,00 por litro. Ao mesmo tempo, os preços dos insumos subiram 60%. Como do couro sai a correia e do leite sai o queijo, os agropecuaristas mineiros estão amedrontados, mas o temor não é menor nas demais regiões do País.

Do Oiapoque ao Chuí, passando pela Amazônia, não há ninguém imune aos efeitos da redução de crédito, elevação das taxas de juros e desvalorização do câmbio. Esses ingredientes criam uma espécie de TNT que explode ruidosamente em endividamento e perda de renda. No primeiro prognóstico de área e produção para 2009, o IBGE previu uma queda de 3,3% na safra de grãos. A estimativa, que engloba as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e os Estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia, é que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas fique em 140,8 milhões de toneladas, abaixo da estimativa deste ano, de 145,6 milhões.

A agropecuária é responsável por um terço do PIB nacional. Qualquer abalo no setor seria como quebrar a mais sólida perna de um tripé. Sacudido, o setor já está. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que pelo menos 28% dos produtores não conseguem pagar os empréstimos feitos em bancos e já estão tendo máquinas e equipamentos tomados. Sentem aquela sensação desagradável suportada pelos estadunidenses que perdem suas casas. 

Solução? A primeira delas seria acabar com a ditadura das equipes econômicas, que preparam seus pacotes e os impõem à sociedade, à qual resta apenas concordar ou espernear, inutilmente. Os agropecuaristas, desta vez, querem participar das decisões. Como ninguém realmente sabe para onde a crise levará o planeta, melhor que remediar depois é prevenir antes, reforçando as portas e as janelas. O tsunami até pode virar frágil sopro, amanhã, mas a casa estará protegida.

Via Direta

***Rondônia já se prepara para as festividades do 27º aniversário de emancipação política e administrativa, dia 4 de janeiro *** Os lojistas estão preocupados com a queda verificada nas vendas em novembro na capital *** Esperam compensar as perdas durante as festividades natalinas neste mês de dezembro *** Aumentam os prostíbulos travestidos de bares em Porto Velho *** Mas o que impressiona são os pontos de drogas

Fonte: Carlos Sperança
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