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Antônio de Almeida

Sucessão presidencial: A onça e o bode & bode e a onça


 
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A ONÇA E O BODE
      
Com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste último 7 de abril,  o Partido dos Trabalhadores (PT) ficou sem um plano B, como alternativa para concorrer as eleições presidenciais que batem à porta, com início em outubro do corrente ano, e, dentre as raras opções pesquisadas, se depararam com um nome com baixa densidade eleitoral, com passagens em depoimentos da Operação Lava-Jato e que mais cedo ou mais tarde esta “presença” na lista da Lava-Jato possa se tornar um pesadelo e desaguar num mar de tormentas e ter o mesmo destino de vários empresários, políticos, lobistas, doleiros, publicitários e de inúmeros gângster’s e parvajolas petistas que conhecemos através das páginas policiais e de nomes em ‘letras garrafais’ estampadas nas páginas dos jornais e nas telas das TV’s.
 
O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) andam conversando bastante sobre a criação de uma possível frente oposicionista, de acordo com notícias veiculadas na mídia eletrônica, e visto pela ótica política que  ambos só teriam a ganhar, como forma de superar nas urnas seus principais concorrentes — Marina Silva (REDE) e Jair Bolsonaro (PSL) — que, de acordo com as recentes pesquisas espontâneas e estimuladas de intenções de votos, estes estão nas raias prioritárias e que no presente momento mais apresentam chances em disputar um provável Segundo Turno para a sucessão presidencial.
 
Para ilustrar esta parceria, vamos apresentar uma Fábula escrita há tempo por Luiz de Câmara Cascudo — renomado escritor nordestino (RN)  que nos deixou um significativo acerto histórico, um legado literário, cultural e gastronômico — que acredita-se ter tudo a ver com as espertezas, as performances e as sagacidades dos animais (Onça e o Bode) mencionados nesta Fábula de Luiz da Câmara Cascudo, incorporados nas personalidades e nas sagacidades de ambos os pré-candidatos candidatos ao Planalto para a sucessão de 2018-2021, Ciro Gomes e Fernando Haddad:
 
FÁBULA: O BODE E A ONÇA
 
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O BODEfoi ao mato procurar lugar para fazer uma casa. Achou um sítio bom. Roçou-o e foi-se embora. A ONÇAque tivera a mesma ideia, chegando ao mato e encontrando o lugar já limpo, ficou radiante. Cortou as madeiras e deixou-as no ponto. O Bode, deparando a madeira já pronta, aproveitou-se, erguendo a casinha. A ONÇAvoltou e tapou-a de taipa. Foi buscar seus móveis e quando regressou encontrou o BODEinstalado. Verificando que o trabalho tinha sido de ambos, decidiram morar juntos.
 
Viviam desconfiados, um do outro.  Cada um teria sua semana para caçar.  Foi a ONÇA e trouxe um cabrito, enchendo o BODEde pavor.  Quando chegou a vez deste, viu uma onça abatida por uns caçadores e a carregou até a casa, deixando-a no terreiro.  A ONÇAvendo a companheira morta, ficou espantada:
 
— Amigo BODE, como foi que você matou essa onça?
— Ora, ora… Matando!… Respondeu o BODEcheio de empáfia.  Porém, insistindo sempre a ONÇAem perguntar-lhe como havia matado a companheira, disse o BODE:
— Eu enfiei este anel de contas no dedo, apontei-lhe o dedo e ela caiu morta.
A ONÇA ficou toda arrepiada, olhando o BODEpelo canto do olho.  Depois de algum tempo, disse o BODE:
— Amiga ONÇA,eu lhe aponto o dedo…
A ONÇApulou para o meio da sala gritando:
— Amigo BODE, deixe de brinquedo…

Tornou o BODE a dizer que lhe apontava o dedo, pulando a ONÇApara o meio do terreiro.  Repetiu o BODEa ameaça e a ONÇAdesembandeirou pelo mato a dentro, numa carreira danada, enquanto ouviu a voz do BODE:

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— Amiga ONÇA,eu lhe aponto o dedo… Nunca mais a ONÇAvoltou.  O BODEficou, então, sozinho na sua casa, vivendo de papo para o ar, bem descansado.

Autor da Fábula: Luiz da Câmara Cascudo.
Autor: Luiz da Câmara Cascudo
           
Todos conhecemos de perto que poucos líderes políticos tem a capacidade de transferir votos e o líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva, não será diferente. Qualquer analista político que entende de política partidária, em especial a do Brasil, tem plena consciência de que o ex-presidente Lula não terá no momento a liderança suficiente para colocar um candidato petista no segundo turno, com puro sangue, isto é, com dois candidatos petistas, e. sim, através da criação de uma frente oposicionista, como sugere o pré-candidato Ciro Gomes e, mesmo assim, não será páreo fácil para estas prováveis pretensões, uma vez que as demais raiais estão preenchidas com os exímios corredores: Marina Silva (REDE); Jair Bolsonaro (PSL); Geraldo Alckmin (PSDB); Joaquim Barbosa (PSB); Álvaro Dias (PODEMOS) e de tantos outros, até então com baixa densidade eleitoral que podem crescer, ao longo da campanha presidencial, através da campanha gratuita no Rádio e na Televisão, no horário gratuito.
           
Em toda história das campanhas políticas no Brasil que tenho conhecimento nem sempre ganhou o candidato mais competente e nem o melhor e quase sempre aquele que adotou as melhores estratégias políticas e teve as melhores estruturas de campanhas.
           
Neste jogo de mata-mata, onde se escondem múltiplos interesses políticos e econômicos chegar a disputar o segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil é quase meio caminho andado.
           
Portanto, numa parceria entre uma ONÇA e um BODE,quando ambos tem os mesmos interesses, todos tem muito a ganhar.

 
Enquanto a ONÇA, na condição de animal carnívora, terá muita fome para saciar e o BODE  costuma ser um prato muito especial.
 
Por outro lado, o BODE como animal herbívora terá muita fome de capim para se saciar. Porém, com estratégia e sabedoria estes podem contrariar a Lei de Antoine Laurent Lavoisier:“Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar num mesmo espaço”. Nesta parceria entre a ONÇA e o BOBE isto será possível.

Fonte: Antônio de Almeida Sobrinho

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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