Quarta-feira, 4 de dezembro de 2019 - 05h41
A fama da espécie jaraqui
(Semaprochilodus taeniurus) não se limita apenas como espécie de peixe que
alimenta grande parte da população do estado do Amazonas e adjacências, como
matéria prima para preparação do prato típico do manauara e contribuir com
proteína afrodisíaca e alegrar a vida de muita gente, além de contribuir para o
aumento da longevidade da população de Maués-AM e grande maioria da população
amazônica, com comprovação científica.
A espécie jaraqui, também, já
conseguiu materializar a sua história como
herói-e-bom-moço da trama e, agora, como vilão-e-intruso de uma nova
saga e ter seus momentos de altos e baixos — de fama e de rejeição — para o
lado do bem, com para a face do mal — neste último, logo após subir os Andes e
povoar com muita competência e desenvoltura, de uma maneira indesejável para a
categoria de pescadores bolivianos, os principais rios e tributários da Bacia
Amazônica boliviana, em especial as coleções de água das principais cidades do
Departamento do Beni, como as cidades de Guayaramerín, Riberalta, Magdalena, Reyes,
San Joaquin, Loreto, San Inácio, Santa Ana, Cochabamba e Trinidad.
Nos idos do Território Federal
de Rondônia, precisamente no ano de 1976, a SUDEPE- Superintendência do
Desenvolvimento da Pesca (extinta) atuava no Território, através de um simples
convênio com o Governo, quando a então SEAG-RO, hoje SEAGRI-RO, era a gestora e
responsável pelos serviços incipientes de fiscalização e de fomento da pesca,
tendo como responsável o Sr. Aníbal Vitor Lemos, meu grande amigo e, depois,
padrinho de casamento. Como todo trabalho realizado em Rondônia naquela época
se transformaria em ato heroico.
Com o Aníbal Vítor Lemos isto
não fora diferente, consegui realizar a maior façanha e proeza de sua vida:
ordenou que seus assessores capturassem 119 exemplares da espécie jaraqui
(Semaprochilodus taeniurus) rio Madeira e, através de seu prestígio pessoal,
conseguiu viabilizar um avião da FAB, o famoso e utilitário Búfalo para
transporte de cargas e de passageiros, e realizou o transporte para o Alto
Guaporé, na divisa com a Bolívia, das mencionadas matrizes da espécie jaraqui e
as transportou para fazer o povoamento da bacia do Mamoré/Guaporé, e, em ritmo
de grandes aventuras, procedeu a distribuição das mencionadas matrizes, em
pontos estratégicos, para que a natureza se encarregasse de fazer a reprodução
e a necessária multiplicação e, consequentemente, povoar todas as bacias e
adjacências, e passar para a história da
preservação ambiental, do hoje estado de Rondônia.
Em 2003, no início de um uma
nova administração do Governo Estadual, eu aceitei o convite do então
Secretário da SEDAM, Hamilton Casara, para coordenar a Gerência de Pesca e
Fauna desta pasta, e logo, de início, realizou-se a primeira viagem
internacional, desta feita, para a República da Bolívia, a fim de se fazer um
Seminário de Integração Brasil/Bolívia, nas cidades de Trinidad e Magdalena, no
Departamento do Beni e, quando se buscavam subsídios técnicos para viabilização
do Corredor Ecológico, (nesta oportunidade estes trabalhos do Corredor Ecológico
eram coordenados pelo IBAMA, em convênio com o Ministério do Meio Ambiente -
MMA, tendo como coordenadora a então funcionária do IBAMA-RO, Maria Nanci
Magalhães da Silva, hoje funcionária do Estado, de interesse binacional e,
conseguintemente, para se fortalecer a economia regional, promover a
preservação dos recursos naturais renováveis e não renováveis entre os povos
destes dois países vizinhos e amigos.
CONTRAPONTO
Durante a realização do
Seminário de Integração Brasil/Bolívia, na cidade de La Santíssima Trinidad,
hoje Trinidad, Departamento do Beni, República da Bolívia, em 2003, quando eu
fazia uma apresentação sobre criação de tambaqui em tanques-rede um dos
ferrenhos defensores da ecologia boliviana abriu a matraca e bradou em alto e
bom som:
“Quiero cobrarle al Gobierno
de Brasil uma compensación merecida para mitigar los impactos ambientales
causados por la espécie Jaraqui, em vista de los inconvenientes y el daño
ambiental que esta espécie de peces há estado causado a los pescadores bolivianos,
que ya no puedem soportar sacar a estos peces de sus redes, redes y tejidos
cuando están pescando”.
“Eu quero aqui cobrar do
Governo do Brasil uma indenização merecida para mitigar os impactos ambientais
causados pela espécie jaraqui, tendo em vista o transtorno e os danos
ambientais que esta espécie de peixe vem causando aos pescadores bolivianos —
que não estão mais aguentando retirar estes peixes de suas redes, tarrafas e
malhadeiras, no momento que realizam suas pescarias”.
A população boliviana não tem o hábito de
consumir o jaraqui, talvez, até, porque dá muito trabalho para preparar, e, por
isso, afirma que não gosta — até mesmo por inexistência de tecnologia de
beneficiamento, quando exige que seja ticado com muita técnica e habilidade
para ofuscar e reduzir a ação das espinhas, ao contrário do amazônida do Brasil
que, além de transformá-lo no prato típico regional, agora, recentemente por
ocasião da Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil, em 2014, pensou em
pleitear para transformar a BOLA da Copo do Mundo de 2014, em BOLA JARAQUI, a
exemplo da BOLA JABULANI eleita e empregada na Copa do Mundo da África do Sul
em 2010, que infelizmente não foi
aprovado este nome e, sim, Bola BRAZUCA, eleita com 1.119.539 de votos dos
brasileiros.
Enquanto os
brasileiros cantam, comem, bebem, dançam e queriam jogar com a bola JARAQUI, os
bolivianos BERRAM, BRADAM, COBRAM, XINGAM
e FURAM seus dedos e suas mãos desenganchando o JARAQUI de seus
apetrechos de pesca.
Este texto está sendo
reeditado nesta Coluna Espinha na Garganta para corrigir algumas incorreções em
sua edição anterior. Gratos pela compreensão.
PENSAMENTO DA SEMANA
Se você está se sentindo mal
humorado e com baixas intenções, não hesites em concluir: você está necessitando
de energia potencial para turbinar sua matriz energética, lubrificar seus
neurônios e estimular suas alegrias.
Dirija-se a uma banca que comercializa pescado mais próxima de sua
residência e solicite uma penca de JARAQUI e se alimente com ÔMEGA 3, genuinamente
amazônico, acompanhado com os principais aminoácidos essenciais, indispensáveis
à vida saudável que todos os terráqueos.
Tenham todos uma boa e feliz
semana.
A educação do Brasil - Tsunami da Era PT
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