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Gente de Opinião

Antônio de Almeida

AQUICULTURA NA AMAZÔNIA: NO RASTRO DO SAMURAI


 

█ Não conheço atividade primária que exija tanta precisão quanto à aquicultura, tendo como definição: é a ciência que estuda a reprodução e criação de organismos, animais e vegetais, em ambientes aquáticos. Esta atividade exige muita seriedade e qualquer erro ou negligência pode ser tarde e os prejuízos serão inevitáveis e irreversíveis.

█ Ao ministrar uma aula inaugural para uma turma de Pós-Graduação em Piscicultura, em Porto Velho, em abril de 2012, proferi uma frase que deixou todos os alunos muito preocupados e se questionando, reciprocamente e entre si, se realmente seria verdade aquela minha afirmativa: “A piscicultura é uma atividade primária que tem tudo para dar errado”.

█ Alguns questionaram com exclamação: como assim!!!?

Não é muito difícil se contornar ou corrigir uma palavra ou uma frase preferida na hora errada, no momento errado e no local errado, corroborando com a máxima de que as três coisas que não se voltam atrás são: 1. palavra proferida; 2. flecha lançada; e 3. oportunidade perdida. Atendendo recomendações de estudiosos em parapsicologia, não se aconselha afirmar uma premissa verdadeira, de forma negativa, e, sim, de modo contrário. Em assim sendo, a afirmativa seria a seguinte: “A piscicultura é uma atividade primária que tem tudo para dar certo, contanto que se atente para todos os detalhes e cuidados técnicos preconizados para tal, a fim de não se potencializar o fracasso da atividade”.

█ No decorrer das trinta horas de aulas ministradas tivemos que mostrar tecnicamente e provar numericamente, por A + B, que não existe atividade primária que tenha a capacidade de retorno que se aproxime à piscicultura, chegando ao ponto de se ter até 8 vezes de retorno (8:1), isto é: o empreendedor investe R$ 1,00 (um real) e pode obter até R$ 8,00 (oito reais) de resposta, como afirmou Fan Li, o chinês que publicou o primeiro livro sobre o tema, com o título Tratado de Piscicultura, há 4.000 anos a.C, e até os dias atuais ninguém se ousou a contradizer o poli-avô da piscicultura oriental.

█ Em estudos desenvolvidos junto ao Projeto Unidades Produtivas Comunitárias para Produção de Pescado em Tanques-rede, UPCPTR, em parceria com Governo do Estado de Rondônia, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental – SEDAM-RO e a Colônia de Pescadores Z-6 de Candeias do Jamari, instalado na sub-bacia hidrográfica do baixo rio Candeias, no município de Candeias do Jamari, nos anos de 2003 a 2005, que produziu indicadores e coeficientes técnicos suficientes para contribuir na formatação e justificativas para a elaboração da Dissertação do Curso de Pós-Graduação (Stricto sensu), em nível de Mestrado, em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, junto à Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR-RO, sob o título de Sub-bacia hidrográfica do Baixo rio Candeias e a viabilidade da Piscicultura em tanques-rede, apresentada e aprovada em 2006, quando revelou um custo/benefício de 2,5.

█ Esta resposta teve um significando muito expressivo, positivo e de estímulo para a piscicultura do estado de Rondônia — com a tradução de que para cada R$ 1,00 (um real) investido naquele empreendimento aquícola teve uma resposta de 2,5 (duas vezes e meia) — como resultado muito positivo desta prestação de consultoria à Centrais Elétricas do Norte do Brasil S. A – Eletronorte, hoje ELETROBRAS.

█ Como um empreendimento exitoso, o Projeto Unidades Produtivas Comunitárias para Produção de Pescado em Tanques-rede, UPCPTR, foi replicado em dois municípios do Estado de Rondônia, precisamente no rio Pacaás Novos, afluente do rio Mamoré, em Guajará-Mirim e no rio Guaporé, em Costa Marques.

█ Enquanto estes Projetos cumpriam seus objetivos ambientais, econômicos e sociais preconizados para justificar a viabilização do empreendimento aquícola, em consonância com dispositivos do Decreto 4.895, de 25 de novembro de 2003, estes foram sendo reconhecidos e premiados, em níveis estadual, regional, nacional e internacional, com a conquistas dos seguintes prêmios e homenagens, tais como:

• PRÊMIO MÁRIO COVAS, PREFEITO EMPREENDEDOR, promovido pelo SEBRAE, Edição 2003/2004 – Recebido pela SEDAM, ELETRONORTE e Prefeitura Municipal de Candeias do Jamari;

• PRÊMIO GESTÃO E CIDADANIA 2005, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com a Fundação FORD e o BNDES, recebido pela SEDAM e ELETRONORTE;

• PRÊMIO CHICO MENDES DE MEIO AMBIENTE, ano 2005, Categoria Negócios Sustentáveis, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente –MMA – Governo Federal, com a réplica do projeto UPCTR, em operacionalização no rio Pacáas Novos, afluente do rio Mamoré, no município de Guajará-Mirim;

• CONDECORAÇÃO DO VATICANO – BENÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO PAULO II, CONCEDIDA A ANTÕNIO DE ALMEIDA SOBRINHO, PELOS RELEVANTES SERVIÇOS PRESTADOS AOS PESCADORES DA REGIÃO AMAZÔNICA, EM 2003.


█ Desde os idos de nossos primeiros trabalhos desenvolvidos junto à ASTER-RO, com início em 1978, quando em 1984 se transformou em EMATER-RO, que se teve a preocupação em qualificar os pescadores artesanais ribeirinhos que se dedicavam à pesca artesanal — de subsistência e profissional — sobre as técnicas de conservação do pescado, incluindo as técnicas de salga, secagem e defumação de pescado, seguindo e atendendo as recomendações técnicas do verdadeiro Samurai oriental.
█ No segundo momento, ao se visualizar o declínio populacional dos estoques pesqueiros na bacia hidrográfica do estado de Rondônia, quando chegou a atingir uma produção anual de 5.000 toneladas/pescado/ano, na safra 1984/1985, e sendo evidenciado o declínio populacional dos estoques pesqueiros, com a redução drástica da frota pesqueira do Estado, e, consequente redução abrupta do volume de captura do pescado nos pontos de desembarques do pescado e a presença constante de exemplares jovens nas capturas, sendo, portanto, estes indicadores suficientes para se comprovar que a captura máxima sustentável de nossos rios já havia sido atingida em anos anteriores e que o potencial aquícola da região deveria ser avaliado como alternativa para produção de alimento para atender as necessidades protéicas da população.

█ Enquanto os estoques pesqueiros foram se dizimando, tendo como consequências a pesca profissional e amadora praticadas nos moldes predatórios por ineficiência dos organismos de fiscalização governamental, ao mesmo tempo em que se deu início a uma nova fase para produção de pescado e de aproveitamento das potencialidades da verdadeira malha de rios, e de tributários — de igarapés e de nascentes de água que formam e compõem uma verdadeira malha aquática que se constitui na bacia hidrográfica do estado de Rondônia.

█ Com o advento da piscicultura em Rondônia, através da difusão de técnicas da propagação artificial (desova induzida para produção de alevinos, com destaque para a espécie tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818) em laboratório e em nível de produtor rural — o Estado passou a se tornar autossustentável em produção de alevinos produzidos em laboratório e em nível de produtor rural e, desta maneira, atender, satisfatoriamente, a demanda de alevinos dos produtores rurais e dos piscicultores para desenvolverem a piscicultura, nos moldes empresariais e econômicos.

█ Com o domínio das técnicas de propagação artificial para produção de alevinos em Rondônia, viabilizadas através de gestões da SUDEPE (extinta), em parceria com o Governo do Estado, através da SEAGRI-RO, complementadas com os trabalhos de ATER- Assistência Técnicas e Extensão Rural, desenvolvidos pela EMATER-RO, um contingente de produtores rurais, recém imigrados para o ‘Novo Eldorado do Brasil”, como ficou conhecido o estado de Rondônia, na época de sua colonização, e que se dispunham a iniciar e desenvolver a piscicultura familiar e em escala econômica, aproveitando suas experiências adquiridas em seus estados de origens e as potencialidades e aptidões da região, no que tange à criação de peixes em viveiros, através de coleções de águas, no formato de pequenas, médias e grandes barragens – quando não encontraram maiores obtásculos — sendo estes reservatórios construídos para atender as necessidades de água para o rebanho bovino e se encontravam aptos, improdutivos e perfeitamente aproveitáveis para a prática da criação de peixes em sistemas semi-intensivo e intensivo.

█ Enquanto, nos primeiros passos e dos trabalhos incipientes da piscicultura no estado de Rondônia, com todas as dificuldades, dúvidas possíveis e imaginárias quanto aos rumos que a piscicultura poderia tomar nesta região, hoje, se tem certeza da viabilidade, dos significativos e grandes benefícios que a produção de pescado contribui para o Brasil — quando coloca na mesa da população uma proteína saudável, rica em aminoácidos essenciais, necessários e indispensáveis para a saúde e qualidade de vida do ser humano e, desta maneira, contribuir para reduzir o déficit protéico na dieta alimentar do povo brasileiro.

█ Com toda esta verdadeira inclinação e disposição que Rondônia se apresentou no cenário produtivo da Amazônia brasileira para contribuir com a produção de alimento e, assim, atender as necessidades protéicas da população e minimizar a fome do Brasil, hoje, temos uma produção de pescado estimada em 50 mil toneladas de pescado em Rondônia, para a safra de 2012/2013, e a certeza de que estamos contribuindo para o desenvolvimento e consolidação da piscicultura estadual, regional, nacional e trabalhando para colocar o Brasil no lugar de destaque no ranking mundial como um considerável pólo produtor, consumidor e exportador de pescado, dentre os demais países produtores mundial de pescado.

█ Dando continuidade aos trabalhos que estamos desenvolvendo, no âmbito da qualificação técnica, no âmbito da pesca e aquicultura no estado de Rondônia, neste mês de outubro de 2013 teremos os seguintes eventos:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO AQUICULTURA DE ÁGUA DOCE
CIDADE: PORTO VELHO - RO
Período: de outubro de 2013 a fevereiro de 2015;
Carga horária: 400 horas/aula;
Público Alvo: Profissionais do ramo da Engenharia e de áreas afins — com certificação de Especialização e, com 2º Grau Completo, com certificação em Aperfeiçoamento.
Número de participantes previstos: 40 profissionais;
Iniciativa: FAP – Sociedade Pimentense de Educação e Cultura Ltda e
Pacaas Engenharia, Oportunidades e Soluções Ltda.
Para fazer sua inscrição procure informações através dos seguintes contatos:
(69) 3221-8963/3221-5582/9242-1612 e (69) 9220-9736/9919-8610

 

CURSO BÁSICO AQUICULTURA NA AMAZÔNIA
CIDADE: VALE DO ANARI - RO
Período: de 22 a 26 de outubro de 2013;
Carga horária: 20 horas/aula;

Público Alvo: Piscicultores que enfrentam diversos problemas com a piscicultura nesta região;
Número de participantes previstos: 50 piscicultores;
Apoio; EMATER-RO – SEAGRI-RO e OCB/SESCOOP e Prefeitura Municipal de Vale do Anari e Câmara Municipal de Vale do Anari.
Para fazer sua inscrição procure informações através dos seguintes contatos:
(69) 8118-4410 e (69) 3525-1418 e (69) 9245-0404 e (69) 9237-7973/9959-9168

CURSO BÁSICO AQUICULTURA NA AMAZÔNIA
CIDADE: BURITIS-RO
Período: de 28 a 31 de outubro e 01 de novembro de 2013, encerramento, com aula prática, entrega de certificados e almoço de confraternização.
Carga horária: 20 horas/aula;
Público Alvo: Piscicultores que enfrentam diversos problemas com a piscicultura nesta região;
Número de participantes previstos: 50 piscicultores;
Apoio: EMATER-RO – SEAGRI-RO - OCB/SESCOOP e Prefeitura Municipal de BURITIS e Câmara Municipal de BURITIS.
Para fazer sua inscrição procure informações através dos seguintes contatos: (69) 8114-2707 e (69) 9311-0762 e (69) 9245-0404
OBS: Se você é empresário e tem interesse em adquirir pescado durante a realização destes eventos, por gentileza entrar em contato através de nossos telefones, abaixo.

 


RESPOSTA SOBRE EMBARGOS INFRINGENTES
O X DA QUESTÃO

- Pai, o que são Embargos Infringentes?
- Filho, é o seguinte: imagine que nossa casa seja um Tribunal e que quando alguém erra, é julgado e todos podem votar!
Um dia, por exemplo, o papai comete um deslize: é pego traindo sua mãe com 3 prostitutas. Eu irei a julgamento. Sua mãe, a mãe dela, o pai dela, sua irmã mais velha, você e seu irmão mais velho, votam pela minha condenação.
Meu pai, minha mãe, o Totó e a Mimi, nossa gatinha, votam pela minha absolvição.
- Tá pai, mas aí você foi condenado, não?
- Sim, fui, e aí é que entram os tais dos ‘Embargos Infringentes”, meu filho. Como eu ganhei quatro votos a favor da minha absolvição, eu tenho direito a um novo julgamento.
- Mas pai, no novo julgamento todos vão votar do mesmo jeito.
- Não se eu tiver trocado a sua mãe, o pai dela e a mãe dela pelas três prostitutas ...
(História remetida para publicação pelo irmão e amigo Oswaldo Morales.)

Fonte: Antônio de Almeida Sobrinho é colaborador dos seguintes portais:

Antônio de Almeida Sobrinho é graduado em Engenharia de Pesca, Pós-Graduação pela FAO em Tecnologia do Pescado, Pós-Graduação pela UNIR-RO em Análise Ambiental na Amazônia Brasileira, Mestrado pela UNIR-RO em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e Conselheiro de Administração do SESCOOP/OCB-RO, período 2013/2017.

E-mail: [email protected]

Celular: (069) 8111-9492/9220-9736 e (69) 8446-1730/9919-8610

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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