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Carlos Sperança

Punhais da traição na política não são novidades em Rondônia


Punhais da traição na política não são novidades em Rondônia - Gente de Opinião

Ferroada dolorida

O pesquisador Thiago Loboda participava dos trabalhos de coletas da Expedição DEGy Rio Negro, que estuda peixes-elétricos, quando foi ferroado no pé direito por uma perigosa arraia (Potamotrygon motoro). Ela é uma das 34 espécies que ocorrem em água doce no Brasil, mais de 30 presentes na Amazônia. O caso alcançou visibilidade porque o ataque do animal feriu um doutor, embora ocorrências similares alcancem muitos nativos em praias de rios na floresta.

Estudos sobre acidentes com animais aquáticos apontam que 66% dos casos notificados no país se dão na região Norte, 92% dos quais causados por raias. A notificação é rara: muitos atingidos vivem em locais isolados, não recebem atendimento médico e os ferimentos se agravam, com necrose e infecções, sem que os casos sejam conhecidos oficialmente. Ocorre a morte dos tecidos pela ação do veneno, que destrói as proteínas das células por falta de irrigação sanguínea e acontece em 90% dos casos. Entre a ferroada e a cicatrização se passam geralmente três meses de sofrimento, pois não existe soro para o veneno.

Sem remédios, os nativos se socorrem de falsas soluções, uma das quais, por incrível que pareça, a aplicação de urina sobre os ferimentos, que além de não curar pode estender a infecção. O atendimento de saúde para os males específicos da floresta precisa acompanhar o enriquecimento com a bioeconomia.

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Eleições 2024

Já na contagem regressiva para as convenções municipais de julho, os pré-candidatos do baixo clero de Porto Velho se espicham nos meios de comunicação para divulgar seus nomes e respectivos projetos para fazer frente aos favoritos Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos). Do que eu já vi pelas entrevistas em emissoras de rádio e televisão, constatei  mais qualidade na ex-juíza Euma Tourinho. Tem potencial para crescer muito, se o MDB não for alvo dos traíras  que aplicam durante a campanha seu afiado punhal da traição. Todo cuidado é pouco.

Entrando em campo

Aprovado pelos convencionais do seu partido, seja pelo movimento negro, comitê feminino  ou também pela juventude socialista, o pré-candidato a prefeito pelo PDT, Célio Silva, liderança jovem e promissora, está entrando em campo para a disputa da prefeitura de Porto Velho nas eleições municipais de outubro. Nas primeiras reuniões pelos bairros já deixou bem marcadas algumas propostas visando a construção de mais creches para as mulheres trabalhadoras, implantação da patrulha escolar para a proteção dos estudantes e professores. Saúde, segurança e combate as alagações serão prioridades.

Grandes traições

Punhais da traição na política não são novidades em Rondônia. A maior delas ocorreu nas eleições de 1982, que não tinha pleito ao governo estadual, mas disputas por três cadeiras ao senado, oito deputados federais, 24 estaduais, prefeitos e vereadores (menos na capital). Era o governador na época Teixeirão e contava com o astuto Secretário de Planejamento José Renato da Frota Uchoa que cooptou grande parte do MDB rondoniense – quase todo de Vilhena – para não permitir a eleição do então deputado federal Jerônimo Santana ao Senado, favorito na época. Deu certo. O PDS de Teixeirão elegeu os três senadores, cinco dos federais, 14 estaduais. Barba, cabelo e bigode.

Das tentativas

Também tivemos grandes tentativas de traições políticas no estado. A maior que lembro aconteceu nas convenções finais dos tucanos que desejavam impedir o lançamento do próprio candidato do PSDB em 2002, Ivo Narciso Cassol, em favor do então presidente da Assembleia Legislativa, Natanael. Revoltado, Ivo proferiu discurso histórico:  lembrou que tinha deixado a prefeitura de Rolim para a peleja, que não ficaria no prejuízo e quebraria os dentes dos traidores se fosse traído. Os tucanos traíras optaram por preservar os dentes, Ivo foi candidato e se sagrou governador de Rondônia.

Nos bastidores

Nos bastidores da capital rondoniense rola que está em andamento um grande acordo, envolvendo o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz (PRTB), além de descontentes com a candidatura de Mariana Carvalho, revoltosos com a saída de Mauro Nazif do PSB, e a postulação de Vinicius Miguel, para apoiar Leo Moraes (Podemos) na disputa pelo Prédio do Relógio. Será? Leo segue se fazendo de gato morto, mas com as garras já afiadas, com os olhos voltados para o Prédio do Relógio, pensando só naquilo, na cadeira de Hildon Chaves.

Via Direta

*** Os candidatos a vereança em Porto Velho já estão se trombando nas ruas, de tantos postulantes a salários vantajosos, emendas parlamentares gordas, indicação de parentes e negócios outros com a prefeitura da capital *** Com tantas vantagens ninguém vai se preocupar em fiscalizar o atos do Poder Executivo, seja qual for o prefeito for eleito *** Domesticar este serpentário no legislativo municipal é um desafio para os próximos alcaides *** Trocando de saco para mala: uma baita aliança está sendo montada para apoiar o ex-deputado estadual Ari Saraiva ao Palácio Urupá em Ji-Paraná *** Os bolsonaristas estão num clima de já ganhou em Rondônia, pois a esquerda nem pia.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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