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Carlos Sperança

O mal não vem do céu + Dois coronéis no governo + Jogo é bruto + Macacos velhos


O mal não vem do céu + Dois coronéis no governo + Jogo é bruto + Macacos velhos - Gente de Opinião

O mal não vem do céu

Se realmente existissem ETs do bem observando a Terra, com certeza já teriam comunicado à humanidade, via redes sociais, hologramas ou sinais no céu, que é impossível haver fome e infelicidade neste planeta, considerando o grau de avanço da tecnologia e a disponibilidade de terras amplas e bem servidas de águas para produzir até além das necessidades humanas.

Os espiões extraterrestres teriam dito ser impossíveis haver fome na Terra para quase um bilhão de seres humanos se fossem universalizadas as técnicas produtivas já conhecidas (como o ajuste na aplicação de fertilizantes, usado em excesso) e o acesso dos pobres aos nutrientes desperdiçados. Se, por outro lado, os ETs forem só do mal, devem estar de braços cruzados, apenas esperando que a humanidade se arrebente de vez para tomar a Terra sem disparar um só tiro nem correr o risco de ter algum disco-voador avariado por moderníssimos mísseis teleguiados.

Se houvesse ETs do bem, no mínimo já teriam avisado que os do mal estão deixando por nossa própria conta destruir o clima, inutilizar a terra, poluir o ar e as águas. Como não existem ETs do bem ou do mal, proteger pessoas, o meio ambiente e o clima está, como sempre esteve, só por nossa conta. Isto será possível com unidade de propósitos, inteligência e solidariedade. A maldade, afinal, está na polarização política infantil, guerras e disseminação de doenças por falta de alimentos e remédios.

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Dois coronéis

Vejam os cenários de Rondônia com o primeiro pleito realizado no estado recém-criado em 1982 comparado com a eleição deste ano de 2022. Em 1982 não foi realizada eleição a governador, tampouco a prefeito da capital, mas ocorrendo nos demais níveis, como Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado. Por coincidência o estado era governado por um coronel, Jorge Teixeira, hoje temos um outro coronel no governo, Marcos Rocha. Mas a semelhança para por aí, porque Teixeirão detinha recordes de popularidade, tanto é verdade que emplacou 15 dos 24 deputados estaduais, cinco dos oito deputados federais e os três senadores. Fez barba, cabelo e bigode. Será que Rocha alcança tanto sucesso?

Cenário 2022

Enquanto no cenário de 1982, o estado engatinhava com seus 500 mil habitantes, hoje somos quase 2 milhões. Rondônia fervilhava: Na capital com o garimpo no Rio Madeira, no interior batendo verdadeiros recordes de migração em todo o País. Enquanto o Brasil vivenciava uma crise econômica, o governo Figueiredo gastava a rodo na criação do novo estado, visando eleger senadores e deputados federais para reforçar a bancada arenista que perdia força no Congresso Nacional para o MDB de Tancredo, Franco Montoro e Ulisses Guimaraes. Já, em 2022, ainda com alguns efeitos da pandemia, Rondônia cresce a passos mais lentos, mas acima dos patamares econômicos nacionais.

Jogo é bruto

As disputas em Rondônia são brutas desde os primórdios da colonização, no território federal. Por muito tempo quem perdia eleição por aqui era desterrado ou obrigado a se mudar para longe e voltar só quando seu grupo político voltasse ao poder. Quem não lembra do desterro de um Jerzy Badocha ou de um Teobaldo Monticelo, para Costa Marques, na época uma região tão isolada como longínquas localidades na selva africana ou na congelante Sibéria soviética? E ainda no início do estado, Rondônia tinha fama de abrigar foragidos as pencas de outros estados. Recordo, como exemplo, de um tal “Pezão”, um criminoso mineiro, condenado a 400 anos por tantos crimes, capturado nas selvas rondonienses na Operação Jagunço.

Macacos velhos

Os políticos mais antigos, denominados nos meios populares de “macacos velhos” da política, terão grandes dificuldades de se eleger no pleito de 2022. É uma tendência de renovação que já vem de outras eleições. Some-se ao desgaste de tantos anos de militância ao fato do eleitorado rondoniense ser majoritariamente jovem. Portanto, nomes como o ex-prefeito Carlinhos Camurça (Porto Velho), o ex-senador Ernandes Amorim (Ariquemes), o ex-ministro Amir Lando (Porto Velho), a ex-prefeita Rosaria Helena (Ouro Preto do Oeste) tem grande desafio pela frente.

Todo cuidado

O prefeito Hildon Chaves (PSDB) tomou todos os cuidados para lançar o nome da sua esposa Ieda para disputar a Assembleia Legislativa. O primeiro deles foi evitar disputa direta com candidatas fortes do segmento a Câmara dos Deputados na capital, como Cristiane Lopes e outros nomes emergentes da política regional. Ieda Chaves concorre cadeira ao Poder Legislativo estadual pelo União Brasil, tutelado pelo governador Marcos Rocha. Com esta eleição será possível também aferir se Hildon Chaves consegue transferir votos para sua amada, já que políticos importantes deste estado não têm conseguido repassar o prestigio.

Via Direta

*** Impressiona a informação da revista Piauí de que temos 2.500 creches e escolas inacabadas pelo País afora *** E a coisa vem de longe, não é de agora. Porto Velho padece pela falta de creches, muitas foram abandonadas pelas construtoras depois de receberem recursos dos políticos deixando as mulheres trabalhadoras na mão *** E causa pavor o aumento nos números de feminicidios em Rondônia. Os crimes se multiplicam ano a ano. Onde vamos parar com tanta barbárie? *** No que tange a diáspora rondoniense em busca de melhores dias no exterior, a imigração para Portugal tem disparado *** Filhos de migrantes mineiros, capixabas e paranaenses em Rondônia, que até recentemente se mudavam para os Estados Unidos, diante das dificuldades na fronteira mexicana, estão se voltando para uma verdadeira invasão as terras portuguesas. É coisa de louco!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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