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Carlos Sperança

Massacres e tragédias + 4 de Janeiro + Erro de estratégia + A vacinação


Massacres e tragédias + 4 de Janeiro + Erro de estratégia + A vacinação - Gente de Opinião

Massacres e tragédias

Há uma ótima razão para saudar a retomada do Parlamento Amazônico (Parlamaz), reinstalado em meio a grandes expectativas neste fim de ano: com ele, o bate-boca entre líderes falastrões ficará desfocado, já que o debate respeitoso e técnico tende a ganhar o primeiro plano. Formado por representantes do Brasil e outros seis países amazônicos, a prioridade do Parlamaz é proteger a floresta. Nesse caso, é sua missão urgente passar um pente fino nas políticas de desenvolvimento regional para separar o joio da destruição do trigo da sustentabilidade.

Entretanto, se há uma razão ótima para justificar a recriação do Parlamaz, há um motivo sério para temer por seu futuro. Começa por uma pergunta cuja resposta é imprescindível: se o Parlamaz é tão bom e necessário, por que estava desativado desde 1989? Nessa época já havia desmatamento, queimadas, grileiros, garimpeiros ilegais e matança de índios. Em setembro desse mesmo 1989, com o Parlamaz em pleno funcionamento, um grupo do povo Korubo foi massacrado por invasores e seus corpos enterrados em cova rasa numa das praias do Rio Itacoaí.

Recentemente, em pleno 2020, um dos mais importantes sertanistas brasileiros, Rieli Franciscato, veio a morrer em consequência de uma fechada. Se o Parlamaz servir para evitar a repetição dos massacres e por ação positiva poupar as vidas de grandes homens, como Franciscato, terá valido a pena reativá-lo.

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4 de Janeiro

Durante a semana lembrei nesta coluna os idos da colonização e a instalação do estado de Rondônia em 4 de janeiro de 1981. Seguiu-se com o novo estado, em 1982, a primeira eleição para a Assembleia Legislativa, Câmara os Deputados e Senado. A eleição para governador foi chutada para 1986. Na época da eleição de 82, o colunista que vos fala, era editor do jornal O Guaporé, acompanhando o desenrolar deste processo histórico, como migrante recém-chegado da terra das araucárias.

Uma corrida

O que se viu com a instalação do estado foi uma verdadeira corrida aos cargos de deputados estaduais, federais e senadores em 1982. O recordista de votos a Assembleia Legislativa foi José Bianco (PDS), que posteriormente seria senador, governador e prefeito de Ji-Paraná. O mais votado a Câmara dos Deputados foi o milionário Mucio Athayde (MDB), que mudaria seu domicilio eleitoral para Brasília logo sem seguida. Ao Senado brilhou como o mais votado o raposão Odacir Soares (PDS), que já tinha sido deputado federal nos idos do Território.

Alguns favoritos

Neste cenário de 82, muitos favoritos a cargos eletivos tubularam gloriosamente. A começar pelo então deputado federal Jeronimo Santana (MDB), na peleja ao Senado, o grande líder da oposição no estado, mas eleito prefeito da capital em 85 e governador em 86. Na situação, expoentes ligados a Teixeirão acabaram se dando mal: seu chefe da casa civil Rochilmer Rocha E o delegado João Lucena Leal, que tinha feito uma limpa na bandidagem com a Operação Caça Pistoleiro, por exemplo.

Erro de estratégia

Trocando de saco para mala: Vejo como um erro de estratégia desta jovem e promissora liderança política, Vinicius Miguel (Cidadania) em assumir uma secretaria para atender os distritos de Porto Velho, que até pouco tempo se chamava de secretaria de interior e nem era um cargo de status no primeiro escalão. Em primeiro lugar, porque será o caminho mais rápido para se desgastar politicamente, já que a municipalidade não tem recursos nem para atender as demandas sociais da capital, imaginem dos distritos e localidades ribeirinhas.

A vacinação

Se debateu nas casas legislativas até a pouco tempo a obrigação da vacinação contra o coronavirus - já decidida pelas instâncias superiores. Vacina sempre gerou polemicas no País e todo mundo lembra da revolta no Rio de Janeiro no início do século no advento da febre amarela. Em Rondônia lembro que ao final dos anos 70 e durante os anos 80 era obrigatória a vacinação contra a febre amarela no Portal do Migrante na entrada do estado em Vilhena. Os ônibus eram parados para a vacina, mas tinha gente que se escondia para escapar da agulha.

Via Direta

*** E o ano novo já começa com reajuste em tudo, puxando a inflação *** Temos muitas festas do ano novo programadas em Porto Velho. É o povão trocando o isolamento social pela aglomeração *** A partir de agora começa a batalha da reeleição dos deputados estaduais. Em Porto Velho sempre ocorre renovação das cadeiras e por isto os atuais parlamentares já estão de cabelos em pé *** E 2021 já começa com vários possíveis candidatos ao governo do estado em 2022: o governador Marcos Rocha (Avante) que vai a reeleição, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PDB), o senador Marcos Rogério (DEM) e o deputado federal Lucio Mosquini (MDB) *** Chegando janeiro, o ano novo, a posse dos eleitos e a esperança de melhores dias em 2021.     

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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