Quarta-feira, 26 de janeiro de 2022 - 08h05
Quem
conhece bem diferentes porções da Amazônia percebeu o sentimento popular
espelhado nos mitos de diversos povos: a noção de que antes da floresta havia por
ali o predomínio das águas do mar. Muitas novas levas de migrantes nordestinos
que chegaram depois da Independência já traziam consigo a profecia do beato
Antônio Conselheiro, o líder de Canudos, para quem “o sertão vai virar mar, e o
mar vai virar sertão”.
A
origem da palavra “sertão” não vem da aridez nordestina, como se acredita.
Define um local longe do mar. A ciência avançou agora nessa mesma suposição, ao
considerar que o Mar do Caribe poderia ter se estendido por amplas áreas
amazônicas no passado pré-histórico. A hipótese vem da análise de grãos de
pólen achados em um poço na bacia do Rio Solimões, perto da fronteira com Peru
e Colômbia. Originários de algas de plâncton marinho, contam que o mar já
esteve por ali.
A
profecia do beato Conselheiro pode atualmente se inclinar ainda a novas
interpretações, agora que as águas do Atlântico aproveitam o drama da seca para
avançar a distâncias jamais antes imaginadas por dentro do Rio Amazonas. Se
nada é para sempre, proteger o clima dos rigores causados pela devastação evitará
que a integridade do bioma se rompa. É a atitude mais sábia para que o melhor da
floresta possa durar por longo tempo. Sabendo usar não vai faltar, diria vovó.
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Os bastidores
Os
bastidores políticos rondonienses trabalham atualmente com duas defecções na
lista de governadoraveis para o pleito de 2022. São os casos do ex-governador
Ivo Cassol (PP) - diga-se de passagem, o franco favorito na disputa ao CPA Rio Madeira
- pelos seus impedimentos na justiça que o tornam inelegível e o atual prefeito
Hildon Chaves (PSDB) diante de compromisso de apoio ao senador Marcos Rogério
(PL) assumido no seu pleito vitorioso em 2018 a prefeitura de Porto Velho. Com
a campanha virada de cabeça para baixo, já existe um outro cenário.
O bicho-papão
Sem
o bicho-papão da política rondoniense Ivo Cassol nas paradas 2022 ao CPA Rio
Madeira podem sair da toca outros nomes até então recolhidos e hibernando a espera
de condições favoráveis. Um deles seria o ex-governador Daniel Pereira
(Solidariedade), completando o quadro de candidatos com o governador Marcos
Rocha (União Brasil), ex-governador e atual senador Confúcio Moura (MDB), senador
Marcos Rogério (PL), ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT), o empresário
Pimenta da Rondônia (PSOL), e o atual deputado federal Leo Moraes (Podemos) que
teria o apoio do seu padrinho político Ivo Cassol.
Mirando o CPA
A
grande verdade é que sem Cassol uma penca de nomes se encoraja para entrar na
disputa ao governo do estado. Neste contexto o nome que mais cresceu nas últimas
semanas em condições de ocupar a liderança conservadora de Ivo Cassol no estado
e reunindo grande apoio, é o empresário do agronegócio Jaime Bagatolli, que
quase conquistou a cadeira ao Senado em 2018, que acabou nas mãos de Confúcio Moura.
Bagatolli ainda está definindo o seu partido para a eleição, mas desde já está
sendo convocado pelas lideranças do interior para assumir sua candidatura.
A polarização
Sem
a mosca (Ivo) que estava na sopa para incomodar os candidatos, a campanha 2022
abre com a polarização entre o atual governador Marcos Rocha (União Brasil) e o
ex-governador Confúcio Moura (MDB), uma peleja entre a criatura contra seu
criador. Para que os demais concorrentes tenham chance de chegar ao previsível segundo
turno, terão que quebrar está polarização inicial e quem está mais próximo
desta façanha é justamente Bagatolli que entra na seara de votos do governador
Marcos Rocha que ele ajudou a eleger pleito passado e levou um pé como recompensa
e agora virou oposição. Um contexto de fracionamento de forças que beneficia
claramente o desembarque de Confúcio ao segundo turno com certa folga.
O Bolsonarismo
E
como se vê, o bolsonarismo rondoniense comparece totalmente rachado para a
eleição 2022. De um lado o governador Marcos Rocha, do outro o senador Marcos
Rogério e uma terceira via representada pelo empresário Jayme Bagatolli. É um
cenário conveniente ao emedebista Confúcio Moura seguir em frente depois de uma
campanha desgastante envolvendo os pupilos do presidente Bolsonaro em Rondônia,
um segmento, que aliás, começou a perder folego depois de tantos equívocos da
gestão do mito já assediado pelo seu rival, o ex-ministro da Justiça Sergio
Moro.
Via Direta
*** Impressiona o ritmo de infecções da
gripe influenza e da nova cepa do ômitron em Porto Velho. A falta de cuidados
no Natal e Ano Novo devem ter influenciado na coisa *** Segue o pagamento
do IPTU na capital ainda com descontos. Aproveitem a oportunidade para
economizar alguns trocados *** Com muita
gente ainda viajando curtindo praias, principalmente no Nordeste e em Santa
Catarina o movimento do comércio nas principais cidades rondonienses ainda está
fraquejando *** E quem viajou de férias e não deixou ninguém vigiando sua residência
vai voltar com surpresas desagraveis. Estão roubando da fiação elétrica aos
vasos sanitários *** E já foram
constatadas casas depenadas inteiramente, com portas e janelas roubadas. Tem
até anuncio de venda de portões de ferro pela internet pela metade do preço de
mercado. É coisa de louco!
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