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Carlos Sperança

Hildon Chaves foi precipitado + As cicatrizes do fogo + Forças antagônicas + Rivalidades tribais


Hildon Chaves foi precipitado + As cicatrizes do fogo + Forças antagônicas + Rivalidades tribais - Gente de Opinião

As cicatrizes do fogo

A insanidade das guerras desperta instintos reprimidos, como fetiches e o desejo de combater seja lá o que (ou quem) for. Há pouco, um homem vestido com roupas militares assaltou turistas que visitavam o Museu da Amazônia, em Manaus. Capturá-lo é urgente, mais que pelo crime em si, pelo abuso e desfaçatez de simular ser militar, disseminando más notícias sobre o Brasil.

 Voluntários brasileiros que seguiram à Europa na intenção de combater em favor da Ucrânia, ansiosos por notoriedade, postaram nas redes sociais selfies que permitiam facilmente detectar sua localização. Com isso, foram ingenuamente usados pela atenta espionagem russa para identificar áreas de concentração de mercenários. Aos primeiros disparos russos, os “bravos” voluntários partiram logo para se proteger na Polônia.

Não se requer muitos argumentos para demonstrar que não perceber o óbvio é uma falha de raciocínio que pode causar vergonha ou prejuízo. Quem percebeu o óbvio foi a pesquisadora Ane Alencar, que depois de 26 anos estudando as queimadas e suas consequências obteve reconhecimento pela dedicação. Seu conceito de “cicatrizes de fogo” lhe valeu ser agraciada pelo prêmio da Fundação Radiant Earth, que chama a atenção para o conjunto do que ela estudou. Parecia um assunto óbvio, mas há muito mais além dele. Uma ação forte como incendiar pode matar ou deixar cicatrizes, como são as guerras em geral.

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A criminalidade

Perante lojistas da Av. Sete de Setembro e do centro histórico de Porto Velho, as autoridades policias prometeram no final de semana uma atitude para coibir a escalada de arrombamentos, assaltos e roubos nos principais centros comerciais da capital cuja criminalidade está infernizando toda população. O pano de fundo para tantas estatísticas criminais –e aí também estão mortes por execuções na periferia por facções - está relacionado ao tráfico de drogas. Por conta dos entorpecentes e os seus reflexos os presídios rondonienses estão lotados

Forças antagônicas

Tenho alertado que forças antagônicas nas mesmas alianças se anulam e geralmente comprometem as eleições de candidatos majoritários, seja ao governo estadual ou as prefeituras. Temos alguns exemplos para serem lembrados, vou citar um deles, a nível estadual, na formação da aliança Rondônia com Fé, que no papel era favoritíssima em 1994 (Chiquilito x Raupp) e que ruiu pesadamente. Vou lembrar também um exemplo na esfera municipal, em Porto Velho: a união entre Carlinhos Camurça e Mauro Nazif, que desmoronou perante o petista Roberto Sobrinho.

É recorrente

Mas na história política rondoniense a mistura de grupos antagônicos é recorrente. Na campanha atual, o governador Marcos Rocha está colocando no mesmo palanque o prefeito Hildon Chaves (PSDB) e a ex-vereadora Cristiane Lopes (União Brasil), que protagonizaram acirrada polarização no pleito da capital em 2020. São duas correntes dispares cujos eleitores tiveram até reações belicosas perante este acordo. Também temos ameaça de uma união juntando forças antagônicas na campanha de Leo Moraes botando no mesmo balaio os ex-governadores Ivo Cassol (PP) e Confúcio Moura na peleja contra o governador Marcos Rocha neste ano. Outra ameaça de coquetel explosivo em 2022.

Mais exemplos

Vamos a mais um exemplo de políticos que não respeitaram as rivalidades tribais em Porto Velho. A grande maioria dos eleitores que votaram em Vinicius Miguel a prefeito da capital em 2020 eram formados de eleitores anti-Hildon Chaves, alguns até empedernidos. O que aconteceu: Sem consultar suas bases a jovem liderança resolveu se aliar ao atual alcaide, assumindo uma secretaria municipal. Embora um dos raros políticos honestos e bem-intencionados em Rondônia, ao contrariar sua base, Vinicius reduziu suas chances de prosperar politicamente em embates futuros. A conferir no pleito 2022. 

Foi precipitado

Constatamos que o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) foi precipitado em desistir pela peleja do CPA Rio Madeira no momento em que vivencia o melhor momento de sua carreira política em Rondônia. Sem a presença dos favoritos Ivo Cassol (PP) e Confúcio Moura (MDB), teria todas as condições de polarizar o pleito, já que Leo Moraes nem entraria na parada depois de duas lambadas do tucano - a própria eleição a prefeito e a reeleição - onde Leo apoiou Cristiane Lopes e naufragou junto. É recorrente na história que aqueles que não aproveitam o cavalo encilhado, perdem a oportunidade de ouro que geralmente não volta mais.

Via Direta

*** Com as últimas mudanças do troca-troca partidário o PL do presidente Bolsonaro já tem a maior bancada de deputados federais no Congresso Nacional, seguido do União Brasil e depois o PT de Lula *** O candidato ao Senado do Solidariedade em Rondônia,  o ex-governador Daniel Pereira espera o apoio do PSB de Mauro Nazif *** Fora da disputa sucessória estadual em Rondônia o ex-governador Ivo Cassol (PP) prepara o lançamento de Leo Moraes (Podemos) para polarizar com o governador Marcos Rocha *** Unindo o eleitorado evangélico, o senador Marcos Rogério (PL) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa Maurão de Carvalho, agora nos quadros do PTB, organizam uma aliança para o pleito de 2022 *** O entrave  neste acordo é a indicação do candidato ao Senado, já que Marcos Rogério quer Expedito e os irmãos Bolsonaro Jayme Bagatolli.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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