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Carlos Sperança

Emoções eleitorais + A representatividade de Porto Velho + A supremacia do interior


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Emoções eleitorais

Nos estados que elegeram governadores em primeiro turno as eleições perderam muito do apelo inicial, já que além deles e do presidente o eleitor definiria o futuro do país elegendo deputados federais e senadores. No virtual semipresidencialismo vigente, também chamado “parlamentarismo branco”, as decisões passam obrigatoriamente pela maioria formada no Congresso Nacional.

Houve tempo em que a maioria se inclinava para onde o imperador Pedro II virasse ou, na República, para onde o general-presidente apontasse, mas a Constituição de 1988 deu ao Congresso a posição de coparticipante das ações de governo. Essa prática favorece as pautas de união nacional e reduz as chances de aprovação de maldades impopulares.

Governante que pretenda aprovar ações em benefício próprio, de seitas ou sócios terá que comprar votos no Varejão, expondo-se ao crivo da oposição e da mídia. Só calando a imprensa e a Justiça – com ditadura – seria possível passar atrocidades impopulares, pois os parlamentares precisam enfrentar as bases e dar explicações após cada voto dado no Congresso.

Assim, onde já não há mais emoções para governador o mistério acabou. O presidente Jair Bolsonaro e suas ações estão presentes na memória da população e o longo tempo em que esteve no governo fez do ex-presidente Lula um livro aberto. A única emoção que resta é a pergunta: vira ou não vira?

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Eleições 2022

Temos uma campanha acirrada neste segundo turno, seja para o governo de Rondônia, com Marcos Rocha e Marcos Rogério seja para a presidência da República com Lula e Bolsonaro. No estado, com uma clara vantagem do presidente Bolsonaro a presidência, mas numa disputa muito equilibrada para o Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, entre os dois postulantes bolsonaristas. A composição das alianças já começou e pelo que se sabe até agora Daniel Pereira que ficou de fora deve acompanhar Marcos Rogério. Mas importantes lideranças do interior estão fechadas com o atual govenador. Uma peleja imprevisível.

A representatividade

A recente eleição foi marcada pela queda da representatividade de Porto Velho para a Assembleia Legislativa com relação a outros pleitos passados quando já teve até um terço dos representantes. Mesmo assim a capital comparece com a deputada estadual mais votada, que foi Ieda Chaves (União Brasil), o deputado federal mais votado, no caso o ex-secretário da saúde Fernando Máximo (União Brasil). A representação da capital a Câmara dos Deputados foi mantida com quatro cadeiras, metade da bancada. No Senado serão três representantes do interior, toda bancada. Resta agora a capital lutar para manter o governador Marcos Rocha, com base em Porto Velho.

A supremacia

A supremacia do interior rondoniense, seja ao governo do estado, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados ou ao Senado, tem sido alicerçada através dos tempos por contar com mais de dois terços do eleitorado desde o primeiro pleito geral travado em 1982. Naquela eleição foi um senador da capital (Odacir) e dois do interior (Claudionor Roriz-Ji-Paraná) e Galvão Modesto –Ouro Preto). Fazendo as contas sobre eleições a govenador, também o interior tem levado a melhor com Valdir Raupp (Rolim de Moura) José Bianco (Ji-Paraná), Ivo Cassol (Rolim de Moura, duas vezes), Confúcio Moura (Ariquemes, duas vezes) além de Ângelo Angelim (Vilhena, nomeado). Da capital, Jeronimo (86), Piana (90) e Marcos Rocha (2018).

As tentativas

Em mais uma tentativa de voltar a ribalta importantes lideranças rondonienses do passado não passaram pelo teste das urnas no pleito de 2 de outubro. A ex-Senadora Fatima Cleide, que disputou a Câmara dos Deputados foi vítima da falta de colaboração dos seus companheiros com votações pífias nos votos de legenda. O ex-presidente da Assembleia Legislativa Hermínio Coelho sucumbiu perante a eleita Marcia Regina, de Ji-Paraná. Também o ex-prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça (PSDB) não conseguiu votação suficiente. No interior os ex-deputados estaduais Só na Bença (Pimenta Bueno) e Ezequiel Junior (Machadinho) levaram pau.

Sem mistério

Ora, a necessidade faz o sapo pular. Não existe nenhum mistério assombroso na demissão do secretário de Segurança Hélio Pachá. Foi constatado durante a campanha da reeleição que era um quesito dos mais reclamados da população. A bandidagem tomando conta as ruas, dos conjuntos habitacionais, a mortandade existente nos confrontos entre as facções criminosas, os assaltos, arrombamentos, exagerados roubos de fiação nas residência, parques e avenidas, etc, etc. Melhorando a segurança, melhoram também as intenções de votos, pelo menos na contabilidade dos druidas que trabalham no projeto de reeleição do governador.

 

Via Direta

*** O governador Marcos Rocha anunciou o apoio de 30 dos 52 prefeitos rondonienses ao seu projeto de reeleição *** É mais ou menos o mesmo número do primeiro turno, mas com  alcaides importantes como Hildon Chaves (Porto Velho), Esaú Fonseca (Ji-Paraná), Carla Redano (Ariquemes), ou seja nos principais colégios eleitorais do estado *** Do lado de Marcos Rogério já está consolidado o apoio do ex-governador Daniel Pereira e possivelmente ex-governador Confúcio Moura que não se relaciona bem com o atual governo *** E farejando barco furado o clã Goebel, desde Luizinho  e aliados que praticavam fidelidade canina a Marcos Rocha estão embarcando na nau oposicionista. É o amargo punhal da traição *** Os próximos dias vão mostrar quem está recebendo mais apoio nesse estágio decisivo da campanha para o segundo turno. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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