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Carlos Sperança

Eleição e corrupção + Contagem regressiva + Cenário nublado + Baita renovação


Eleição e corrupção + Contagem regressiva + Cenário nublado + Baita renovação - Gente de Opinião

Eleição e corrupção

É fácil acreditar em acusação falsa contra alguém que a pessoa detesta enquanto o discurso anticorrupção demagógico e mentiroso, para desviar as atenções sobre si e amigos, ganha logo aplauso e votos. No entanto, prometer lutar contra a corrupção geralmente acaba em desmoralização. Muitas vezes o discurso anticorrupção serve para afastar suspeitas ou é só inveja de quem já se deu bem em licitações e outras veias abertas.

Os processos já encetados contra a doença crônica da corrupção se esgotam logo: a República veio para combater a corrupção da monarquia e o Estado Novo para combater a roubalheira da República Velha. Cada governo promete abrir a caixa preta do anterior mas cria novas caixas e caixinhas de várias cores. A última operação nesse rumo, a Lava Jato, só deixou os corruptos mais precavidos e cuidadosos, queimando arquivos, apagando pistas e lavando mais branco o dinheiro.

No livro “Corrupção e poder no Brasil: uma história, séculos XVI a XVII”, Adriana Romeiro conta que havia duas regras da aristocracia portuguesa para praticar a corrupção no Brasil sem castigo: agir com discrição e não abusar da roubalheira. Roubar de milhão em milhão funciona mais que roubar um bilhão de uma só tacada. Por isso a corrupção miúda, de mil em mil, continua firme e forte por baixo dos orçamentos secretos e discursos anticorrupção. Não roubar muito é também roubar.

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Contagem regressiva

Já na contagem regressiva para o início das convenções partidárias que vão definir as candidaturas a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Senado, governo estadual e a Presidência da Republica muitas nominatas ainda estão indefinidas em nosso estado. Nas eleições presidenciais, o risco de vitória em primeiro turno do ex-presidente Lula ainda não pode ser afastado, no entanto com tantos candidatos fragmentando o eleitorado a tendência é de um segundo turno. Também em Rondônia um segundo turno já e apontado pelas primeiras pesquisas numa disputa que deve esquentar a partir de agosto.

Em Rondônia

Em Rondônia já se tem como certas as candidaturas do governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) tocando seu projeto de reeleição, mais as postulações de Leo Moraes (Podemos-Porto Velho), Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), José Guedes (PSDB-Porto Velho). Ainda sobre a peleja do Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual falta definir ainda quem será o candidato da Frente Popular Democrática, que une o PT e os demais partidos alinhados. Os nomes cotados são Vinicius Miguel (PSB) ou Daniel Pereira (Solidariedade). O PSOL ensaia a pré-candidatura de Pimenta de Rondônia. E ainda se cogita a volta de Confúcio (MDB-Ariquemes) a disputa.

Cenário nublado

Também o cenário para a disputa da única vaga ao Senado, ocupada atualmente pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que diga-se de passagem desenvolve um grande trabalho na Comissão da Agricultura e que se fosse candidato a reeleição saltaria logo na frente, as coisas estão povoadas de incertezas. Mas sabe-se desde já que Mariana Carvalho (PSDB-Porto Velho), Daniel Pereira (Solidariedade- Porto Velho), Jayme Bagatolli (PL-Vilhena), Jaqueline Cassol (PP-Rolim de Moura), Mauro Nazif (PSDB-Porto Velho) estão correndo trecho. Ainda falta definir se os ex-senadores Valdir Raupp (MDB) e Expedito Junior (PSD) entram nas paradas.

As estimativas

As primeiras estimativas em torno da disputa das oito cadeiras a Câmara dos Deputados por Rondônia é que os partidos alinhados ao bolsonarismo em Rondônia emplacam pelo menos a metade das vagas. Seriam favoritos para as demais três ou quatro cadeiras, inicialmente o MDB, o PSD e, algum representante da onda Lula – se ela vigorar - puxando uma cadeira para a Frente Popular Democrática, liderada pelo PT. Lembrando que quando se trata de estimativas a maioria delas fura terrivelmente, pois não contam com as eventuais surpresas no pleito e o peso real do comportamento da polarização nacional Lula/Bolsonaro.

Baita renovação

Com boa parte dos atuais deputados federais disputando outros cargos eletivos-  casos de Mariana Carvalho, Leo Moraes e Jaqueline Cassol - a renovação das cadeiras rondonienses a Câmara dos Deputados será expressiva. Muito maior ainda se projeta o quadro de disputas a Assembleia Legislativa, já incluindo os parlamentares inelegíveis e outros tantos que protagonizaram escândalos de propinas a assédio sexual nos últimos anos. Conclui-se que a renovação na ALE será assustadora. Haverá choro e ranger de dentes entre os propineiros e corruptos

Via Direta

*** A eleição 2022 deverá trazer de volta alguns raposões da política rondoniense, como Maurão de Carvalho (PTB-Ministro Andreazza) e caras novas como Yeda Chaves (União Brasil-Porto Velho) para Assembleia Legislativa *** Igualmente na peleja da Câmara dos Deputados serão muitas caras novas e se não forem prejudicados pela fragmentação de votos em suas regiões Evandro Padovani (Vilhena –Cone Sul) e Thiago Fores (Ariquemes-Vale do Jamari) devem despontar com boas votações *** Ao Senado não tem nem como  se falar em pedra cantada na disputa da única cadeira, pois a possível presença na peleja dos ex-senadores Valdir Raupp e Expedito Junior pode virar o cenário político de  cabeça para baixo *** E na capital  uma possível disputa ao Senado envolvendo Mariana Carvalho e Mauro Nazif pode resultar num abraço dos afogados. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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