Terça-feira, 15 de fevereiro de 2022 - 08h10
Se
alguém gritar “pega ladrão”, não se sabe quantos vão sobrar. Mas com certeza alguns
darão um jeitinho de se blindar e fugir à prisão. Outros nem temem mais as
grades: muitos presos já estão soltos, reabilitados e se saindo bem, esquentando
as orelhas de juízes e promotores com fortes ataques.
Com
a moralidade em baixa, áulicos e fiéis passando pano na corrupção dos amigos,
se alguém gritar ou apenas sussurrar “governabilidade” estará invocando a
presença, emendas e interesses do Centrão, que via Fundão Eleitoral e
federações partidárias já projeta uma bancada tão poderosa no Congresso que
poderá facilmente impor o parlamentarismo branco.
Quando
o presidente Jair Bolsonaro, antes acusado de agredir a imprensa, asfixiar a
Rede Globo e incentivar queimadas e desmatamento, clama por liberdade de
imprensa, eleva as cotas publicitárias na gigante televisiva e declara que sua
prioridade é combater o desmatamento não significa exatamente que mudou de
ideia e migrou da extrema-direita para o liberalismo. Quer dizer que o Centrão
está onde sempre quis: dando as cartas.
Se
assim for, se o destino manifesto do Brasil é ficar sempre nas mãos do Centrão,
não faz diferença quem será o próximo presidente da República. Ele fatalmente
será refém do Centrão, federação praticada desde a Constituinte de 1987. Fica a
resolver se é uma situação passageira ou maldição eterna.
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Quadro indefinido
Tanto
para as eleições em Rondônia quanto no plano nacional o cenário político é povoado
de indefinições. No Estado, espera-se como ponto de partida uma definição quanto
a candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PP), ainda impedido da disputa com a
inigibilidade do projeto Ficha Limpa. Disto depende até o número de postulações,
se Cassol entrar na parada pelo menos uns dois candidatos vão desistir,
alterando o panorama regional. Na peleja nacional a estruturação das federações
partidárias está empacada, mas o novo prazo de inscrições até 31 de maio proporciona
a possibilidade de clarear o quadro tão nublado.
Para o Senado
A disputa
pela única vaga ao Senado em Rondônia tem despertado grande interesse haja
vista o elevado número de prováveis postulantes. Temos nesta parada nomes como
o do ex-governador Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), do ex-senador Expedito
Junior (PSD-Rolim de Moura), Jayme Bagatolli (PL-Vilhena), ex-ministro Amir
Lando (Porto Velho), ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade-Cerejeiras),
Vinicius Miguel (Cidadania -Porto Velho), Jaqueline Cassol (PP-Cacoal) e pode
ser incluída nesta lista Leo Moraes (Podemos-Porto Velho) caso seu padrinho
político Cassol se habilite na disputa ao governo estadual.
Figuras expressivas
Observem
as figuras expressivas na peleja ao Senado em Rondônia. Dois ex-governadores
(Raupp e Pereirinha), um ex-ministro, Amir Lando, um ex-senador, Expedito e
ainda, lideranças emergentes no estado, como o deputado federal Leo Moraes e o
empresário Jayme Bagatolli. Isto sinaliza uma fragmentação de votos terrível.
Dificilmente o senador eleito na jornada 2022 repetirá votações tão elevadas de
500 a 600 mil votos como já ocorreu com Raupp, Cassol e Acir. O equilíbrio de
forças também é interessante por causa da regionalização das candidaturas.
Nem pista
Na
disputa pelo governo de Rondônia se vê o mandatário Marcos Rocha (União
Brasil-Porto Velho) e o senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) se mexendo. O
senador Marcos Rogério (PL) está terrivelmente indefinido, tanto pode virar um secretário
de governo como líder bolsonarista ao Senado. Meu palpite é que ficará fora da
eleição rondoniense e ainda apoiando o governador Marcos Rocha, optando por
seguir uma carreira política nacional onde tem os holofotes. No governo de
Rondônia estaria longe desta cobertura da grande imprensa. Repetiria a opção de
Amir Lando, que optou pelo Ministério da Previdência a disputar o governo de Rondônia
quando estava em alta em decas passadas.
Fazendo as contas
Os
atuais deputados federais que vão disputar a reeleição, casos de Mariana
Carvalho (PSDB-Porto Velho), Expedito Neto (PSD Rolim de Moura), Chrisostomo (PL
-Porto Velho), Mauro Nazif ( PSB-Porto Velho), Lucio Mosquini (MDB-Ouro Preto
do Oeste) e Silvia Cristina (PDT-Ji-Paraná) estão seriamente preocupados com a
formação de nominatas em seus partidos. Já se sabe que em alguns casos não será
possível formações competitivas, por isto estão fazendo as contas para
aproveitar a janela partidária em março e pular de banda. Tem casos
complicadíssimos para a reeleição.
Via Direta
***O PSD do Amazonas, liderado pelo
senador Omar Aziz defende a opção do partido se atrelar a candidatura de Lula
desde o primeiro turno *** Com isto a postulação do presidenciável senador
rondoniense de nascimento e mineiro de base eleitoral Rodrigo Pacheco acabará
sendo rifada de vez pelo Diretório Nacional *** Neste balaio de gatos que se tornou a sucessão presidencial ninguém
quer se comprometer. O PSDB de Rondônia nem fala de seu candidato ao Palácio do
Planalto João Dória *** Muitos tucanos, na verdade, conspiram declaradamente
contra Dória, já falando em anular a convenção nacional ***Em Rondônia a ex-prefeita de Ouro Preto do Oeste Rosária Helena deve
disputar uma cadeira a Assembleia Legislativa no pleito de outubro *** O
PDT está firmando uma chapa competitiva e pretende emplacar pelo menos dois deputados
estaduais em 2022.
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