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Carlos Sperança

A necessidade obriga + As candidaturas ao governo + Peleja ao Senado


A necessidade obriga + As candidaturas ao governo + Peleja ao Senado - Gente de Opinião

A necessidade obriga

No Brasil, onde “em se plantando, tudo dá”, como escreveu Pero Vaz de Caminha ao rei luso, a agricultura assumir a liderança da economia nacional não foi surpresa. Sendo ela o setor do país mais estruturado e envolvido com cadeias globais, o Brasil sempre apostou na paz, essencial à economia globalizada. Em paz, depender de um país dos Brics para importar fertilizantes químicos não causaria problemas além da flutuação de preços do mercado mundial.

Para nunca mais se envolver em guerras, a diplomacia brasileira foi construída sem bravatas irresponsáveis sobre pegar em armas contra vizinhos. Bastou o vexame da Guerra do Paraguai, na qual se atolou em dívidas. Mas agora que o mundo se rendeu à Covid, o apocalipse climático ficou mais ameaçador e o risco de um conflito mundial não está descartado, depender de insumos imprescindíveis ao país em meio a tensões armadas significa o perigo da escassez e a certeza de pagar mais caro.

Sabe-se que fertilizantes químicos são essenciais desde que Justus Von Liebig, em 1840, ensinou que as plantas dependem dos elementos favoráveis da terra em quantidades adequadas. A fórmula NPK passava então a ser quase tão vital quanto HO para terrenos pouco produtivos. Menos mal que um século e meio depois o Brasil finalmente esboça uma política nacional de fertilizantes. A necessidade ainda é a mãe da invenção.

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Um balanço

As principais definições do quadro sucessório de Rondônia só devem ocorrer depois de 2 de abril, quando encerrado o prazo permitido pela janela partidária para os deputados estaduais e federais trocarem de siglas. Feito o balanço, os partidos estarão com suas nominatas completas, com seus respectivos postulantes também ao Senado e ao governo de Rondônia acertados e, então todo mundo em condições de realizar as convenções do meio do ano para a homologação final das candidaturas. Neste momento a prioridade das agremiações é no tocante a nominata da Câmara dos Deputados, já que dela dependerá o rateio de recursos do fundão a partir do próximo ano.

As candidaturas

O que se vê são duas candidaturas ao governo de Rondônia bem definidas. De um lado, o governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) tocando seu projeto de reeleição, de outro o ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT-Ji-Paraná), representante de Lula no confronto nacional com o presidente Jair Bolsonaro como ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que diga-se de passagem polarizam o pleito presidencial. Marcos Rocha ainda definiu seu candidato ao Senado, Anselmo de Jesus possivelmente terá o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade).

Mais postulantes

Sem a presença de candidatos expressivos, como o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de  Moura), do senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) e Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), as coisas se encaminham em Rondônia para mais duas candidaturas ao Palácio Rio Madeira. Trata-se do atual deputado federal Leo Moraes (Podemos-Porto Velho) e do senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná). Neste balanço se vê estes dois candidatos em canibalização em Ji-Paraná, casos de Anselmo de Jesus e Marcos Rogério, e dois nomes do segmento bolsonarista rachando, que são Marcos Rocha e Marcos Rogério. Vejam que Marcos Rogério é prejudicado em fragmentações na sua base com um rival petista e no estado pelo fator bolsonarismo.

A polarização

Ainda sem o balanço final do troca-troca partidário de abril é previsível dentro deste quadro uma polarização entre o governador Marcos Rocha (União Brasil) e deputado federal Leo Moraes (Podemos), liderando agrupamentos políticos mais consistentes e sem problemas de canibalização como ocorre com Marcos Rogério, dividindo o eleitorado bolsonarista com Marcos Rocha,  e rachando a base eleitoral local com candidato da mesma cidade, caso de Anselmo de Jesus, em Ji-Paraná.

Peleja ao Senado

No tocante a peleja ao Senado ainda faltam muitas definições. Inicialmente temos Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura), Jaqueline Cassol (PP-Cacoal), Maurão de Carvalho (PTB-Ministro Andreazza), Vinicius Miguel (Cidadania-Porto Velho), Jayme Bagatolli (PL-Vilhena),Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), Daniel Pereira (Solidariedade-Cerejeiras), Mariana Carvalho (PSDB-Porto Velho) entre tantos outros nomes cogitados pela aldeia. Mas é algo também a se definir pós o período da janela partidária quando as coisas estiverem melhor acomodadas.

Via Direta

*** A janela partidária vai em frente com parlamentares estaduais e federais de Rondônia trocando de legendas *** Dos estaduais Lazinho da Fetagro (Jaru) se transferiu para o PSB, Anderson  Pereira (Porto Velho) para os Republicanos, Luizinho Goebel (Vilhena) no PSC *** Dos federais, o coronel Chrisóstomo (Porto Velho) ingressou no PL do presidente Jair Bolsonaro. As acomodações seguem nos próximos dias *** Neste contexto de trocas partidárias o maior problema tem sido a elaboração de nominatas competitivas para a disputa das oito cadeiras a Câmara dos Deputados em Rondônia *** A maioria dos concorrentes busca listas competitivas, sem “pelés” e medalhões detentores de fortes estruturas financeiras. Afinal ninguém quer servir de escada. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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